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Eu me enrolei ainda mais no edredom envolta do meu corpo. Estava tão apressada em encontrar Aomine e me explicar que nem pensei no que aconteceria se o ônibus quebrasse na neve. Bom, agora estava quentinha dentro de sua casa e com uma caneca de chocolate quente em mãos deixando-as  menos congeladas. Olhei para suas costas enquanto ele colocava mais da bebida em sua caneca. Aquela montanha de músculos sabia cozinhar alguma coisa pelo menos

— Eu pensei que você só chegaria amanhã — ele disse se virando e se sentando no banco do balcão da pia de frente para mim

— E era para ser assim, mas dei um jeito para que chegasse hoje — falei dando um gole na bebida quente

— Hoje?! Você não está cansada depois de viajar por um dia inteiro?

— Estou, pra caralho, mas eu tinha prioridades — vi o garoto sorrir satisfeito e desviei o olhar para a fumaça que subia do copo. Que estranho. Esse sentimento. Era meio reconfortante e calmo o que era irônico já que nem um de nós era alguma dessas coisas

— Não pensei que ficaria com frio depois de viajar pra Rússia e para Alemanha

— A questão é que os casacos que eu usei lá me faziam ficar do dobro do meu tamanho — dei mais um gole na bebida — Você comprou mesmo a revista que eu posei?

— Não só essa como todas que você apareceu. Até os jornais — ele disse brincando com seus dedos — Você devia tirar mais fotos — ele disse levantou os olhos e me encarou — Elas são realmente melhores que as que eu queimei, mas a que tiramos antes de você partir são melhores — eu senti minhas bochechas queimarem com a memória e fechei a cara. Me levantei da cadeira indo para a sala e ouvi ele rir sacana atrás de mim. Com a agenda tão cheia ao ponto de não ter tempo nem para lavar o cabelo, tinha me esquecido desse ocorrido

— Você parece bem contente com seu novo porno — eu me sentei no sofá e o vi andar na minha direção — Mas espero que não esteja mais gastando a água da escola

— O que eu posso fazer? Você ficou muito tempo longe — ele disse se deitando no sofá com a cabeça no meu colo. Mas que folgado pensei enquanto fazia um cafuné em sua cabeça. Terminei de tomar minha bebida e coloquei a caneca na mesinha de centro. Olhando a casa que já estava mais familiarizada percebi algumas coisas mudadas

— Sua mãe voltou? — perguntei sentindo meus olhos e corpo pesados

— Voltou e já foi — mas que merda pensei. Tinha perdido a chance de conhecer a mãe dele. Aomine falou sobre alguma coisa, mas eu mal conseguia manter meus olhos abertos. Fazia quase dois dias que não dormia mais do que 4 horas — Você está me ouvindo Anna?

— O que? Sim, óbvio — falei franzindo o cenho. Ele me olhou com desconfiança e então se levantou

— Não está não. Acho que se você ficar mais uma hora acordada vai entrar em coma — ele disse passando os braços pelo meu corpo e eu não o impedi. O garoto me levantou estilo noiva como já tinha feito antes

— Mas eu não quero dormir. Faz tempo que não nos vemos ou falamos — falei colocando a cabeça em seu peito e quase dormindo ali mesmo. Seu peito se mexeu com sua risada

— Temos tempo até você ir embora de novo e não dá pra falar com você prestando atenção em nada de tanto sono — ele disse subindo as escadas até o quarto da sua mãe. Fui deitada na cama de casal e ele me cobriu

— Você não vai dormir também? — perguntei segurando seu pulso. Ele se sentou do meu lado encostado na cabeceira

— Não vou conseguir dormir depois de perder, mas vou ficar aqui até você acordar — eu sorri já com os olhos fechados. Procurei sua mão em meio a escuridão a segurando perto de mim

𝑼𝒎𝒃𝒓𝒆𝒍𝒍𝒂-𝐴𝑜𝑚𝑖𝑛𝑒 𝐷𝑎𝑖𝑘𝑖Onde histórias criam vida. Descubra agora