- "Eu estou ouvindo algo." Ele me avisou.- "Sim, ok. Eu acredito." ironizei
- "Estou sério, Carol, tem algo lá dentro."
Acreditando fielmente que ele podia estar de graça de novo, entrei mesmo assim. Ligamos a luz. Fiquei chocada quando percebi que havia uma porta camuflada, com um papel de parede em cima. Guilherme nem hesitou e rasgou tudo e abriu a porta. De cara, vimos uma sala com a aparência muito antiga, cheia de teias de aranha, poeira (imediatamente tenho crise de espirro).
Mas o que nos chamou atenção foi um armário que tinha no final. Nos encaramos por uns três segundos, na expectativa de alguém dar a ideia de abri-lo. Mas antes de alguém falar algo, caimos no chão com o barulho que veio de dentro do armário. Mesmo aterrorizados, não hesitamos em abrir.
Quando abrimos, não tinha absolutamente nada além de roupas e calçados velhos, que fediam demais.Guilherme, totalmente frustrado não desiste e começa a procurar algo que explicasse o barulho. Fiz o mesmo e vi que era bem fundo...até cair de cara no chão.
?
Onde que eu fui parar? Estou alucinando por causa da fome? Não sabia descrever o que estava vendo, e logo depois aquele imbecil cai em cima de mim e eu me machuco novamente.
- "Irmãos, o que é aquilo" uma voz doce e feminina pergunta.
Do nada, escuto um barulho de quando alguém afia uma faca, e quando viro tem um garoto com uma espada no pescoço de Guilherme.
- "Quem são vocês, e de onde vieram. Se não ele morre aqui na sua frente, sem dó nem piedade."
Eu me aterrorizei com a ameça e depois com a beleza do guri. Loiro de olhos azuis, usando uma armadura com detalhes vermelhos.
- "Quer que eu morre sua rata aquática" quando eu digo que o Guilherme inventa os piores xingamentos nas piores horas, eu não estou brincando.
- "Se acalme, Pedro. Largue o sujeito."
Hesitante, o tal Pedro larga meu irmão e o empurra para frente.
- "Agora sim, quem são vocês?" Perguntou a garota. Ela era linda. Tinha cabelos longos castanhos, olhos verdes cintilantes e um vestido azul magnífico. Além disso, seu cabelo estava enfeitado com uma coroa brilhante de flores.
- "Se liguem hein, Susana é piedosa, mas não é sonsa não." Disse o menino ao lado da garota de olhos verdes. Engraçado, ele tinha cara de bravo.
- "Que?" Fiquei sem reação.
- "Ele quis dizer que Susana pode ter dó de intrusos, mas se não se explicarem enquanto puderem, vão morrer em um estalar de dedos." Pulei de susto, depois de uma voz ter avisado isso atrás de mim, olhei para trás assustada.
- "Estou absurdamente confuso" disse Gui. Quando que ele não está, né?
- "Seguinte, não sabemos nada do que está havendo, apenas que entramos em um guarda-roupa e chegamos aqui." avisei gaguejando.
- "Jura? Conte-nos mais" - disse o guri atrás de mim.
- "Não tem mais nada. Isso aconteceu e nem sabemos aonde estamos."
Todos se entreolharam supresos e confusos. E Susana disse:
- "Nárnia. Vocês estão em Nárnia." no mesmo tom intimidador.
E agora vocês tem que vir conosco.Sem escolha, nós seguimos. E depois de uma carona em um cavalo branco, eu e Gui chegamos em um castelo. Era imenso, sem exarageros, era enorme e poderiamis facilmente nos perder.
Após nós voltarmos a prestar atenção, fomos contextualizados pelo menino "bravo" e rabujento.
- "Como Susana disse, vocês estão em Nárnia. Uma terra criada a muitos anos por Aslan. Nós já conversamos e ainda não sabemos o porque de estarem aqui, mas sabemos que existem muitos portais espalhados pelo mundo...e foi assim que muitos chegarem aqui."
- "Poxa gente, ele não podem ficar?" perguntou a mesma voz doce de antes.
- "Sossega Lúcia, ainda não chegamos nessa parte." disse o guri que me assustou hoje mais cedo.
- "Calados todos vocês. Não vamos proibit ninguém de ficar, muitos daqui chegaram do nada e permaneceram." Disse Susana
Então tá, pensei.
- "Mas é justo que conheçam a terra" complementou a mesma.
Chegamos do nada, e ganhamos um tour, tudo bem então...pensei.
Passamos o dia todo conhecendo todas as partes de Nárnia, entendendo mais sobre sua história e para a nossa surpresa, nos deixaram dormir lá. Pedro sugeriu dormimos em uma barraca lá fora, mas Susana nos autorizou a ficar em alguns quartos de do castelo.
Toda a situação é maluca demais, pensei para mim...nem considerei que meus pais podem estar em casa já. Mas era tarde demais, e eu já estava de pijama, preparada para dormir. Mas do nada, escuto batidas na porta de meu quarto e fui abrir...ninguém. Verifiquei no corredor e não encontrei ninguém, voltri ao quarto e quase gritei, mas fui interrompida por uma mão em cima de minha boca.- "De novo você, guri? Não cansa de me assustar não?"
- "Não." disse ele, a resposta mais cara de pau que eu escutei.