Minha/Meu

497 41 23
                                    

Continuação...

Anos atrás... No terminal rodoviário...

Antônio dirigia como louco nas ruas de Nova Primavera só pra chegar a tempo na rodoviária e impedir que Irene fosse embora, não podia permitir esse absurdo, principalmente com a mulher que estava mexendo com ele de um modo diferente.

— Cadê você morena? _ foi estacionando a caminhonete quando vê o ônibus saindo e nele estava Irene.

Não pensou duas vezes e saiu acelerado atrás dela, mesmo sendo atrapalhado por um outro ônibus ele conseguiu alcançar o veículo que levava sua "morena" e cortou ele parando o carro e fazendo o de trás parar também com tudo. Foi tirar o cinto e sair correndo até a porta do ônibus batendo pra ele abrir, até que o motorista o fez.

— Para aí que tem uma coisa minha dentro desse ônibus _ entrou arrumando o blazer e deu um bom dinheiro ao motorista.

— Seu La Selva eu não posso parar muito tempo aqui _ levantou, mas ao receber um olhar intimidador voltou a sentar.

— Não demoro, só vou pegar quem eu quero e saio do seu ônibus _ passou direto e ficou procurando Irene.

— Antônio!? _ levantou segurando sua bolsa com roupas e pertences pessoais _ mas o que faz aqui?

— Vim te buscar, num vai pra canto nenhum, deixa de inventar essas bobagens.

— Eu vou com você, mas porque vai me dá carona pra Cândida e eu não vou enfrentar ela sozinha.

— Não vamos pra lá _ pegou na mão dela e foi saindo do ônibus _ eu tenho outro lugar em mente, vai ser até mais confortável.

— Outro lugar? _ era quase arrastada por ele _ Onde vai me levar Antônio?

— Sem pergunta idiota agora, só vem comigo entendeu? _ abriu a porta e ajudou ela a entrar.

— Não é assim Antônio, porque veio atrás de mim?

— Não tá óbvio? Você é minha mulher e só vai sair da minha vida se eu permitir.

— Como? _ disse surpresa.

— O que ouviu Irene, você é minha e ninguém encosta _ segurou o rosto dela e olhando bem no fundo dos seus olhos lhe deu um beijo intenso e possessivo.

(...) Algum tempo depois... Fazenda La Selva

Para Caio era difícil ter outra mulher na casa que não fosse a sua mãe, o menino era arredio e não gostava de gente estranha do seu convívio, só o pai e Angelina se davam bem com o bichinho do mato em forma de criança. Quando Antônio sentou o filho pra conversar naquele dia, nem imaginava a revolta que viria daqui pra frente, quando viu Irene entrando pela porta e se aproximando seus olhos ficaram quase fechados encarando ela sem medo.

— Meu filho primogênito Caio La Selva!

— Meu nome é Irene, sou namorada do seu papai _ tentou se aproximar.

— Vai filho, fala com a namorada do pai _ foi na história dela.

— Num gosto de ocê _ bateu o pé com raiva.

— Que fofo Antônio, ele é sua cara, além de ter o seu jeitinho _ disse olhando pro homem.

— Isso é jeito de falar menino? _ segurou ele pelo braço _ tá de castigo.

— Antônio não precisa de tanto, eu e o menino estamos nos conhecendo.

— Ele precisa de modos, parece um asno de vez em quando _ sua voz era áspera.

— Mas é um menino, isso lá é jeito de tratar o seu filho? _ o defendeu sem medo.

— Era o que me faltava na vida _ pós as mãos na cintura rindo _ você me dando bronca por causa de moleque.

— Vou pro campo, depois apareço _ saiu correndo deixando os mais velhos juntos.

— Ele é meio chucro, mas não vai ter problema com o Caio _ arrumou a fivela com cuidado e a olhou.

— A gente vai se dar bem Antônio, num se preocupa não _ foi até ele e segurou seu rosto entre as mãos.

Ele não resistiu aquele chamego e puxou ela pro escritório e foi passando trancando a porta e empurrando as coisas da mesa pra colocar ela sentada e ficar entre as belas pernas femininas.

— Podemos dormir na minha cama, no meh quarto _ foi subindo o vestido pouco a pouco _ o que acha morena?

— Acho que podemos começar bem aqui né? _ passou os braços por trás do pescoço e sorriu sem vergonha.

— Podemos... Eu vou adorar te dar um trato aqui.

(...)

Dias atuais... Fazenda La Selva.

Quando Ramiro ia entrar no carro foi impedido por Irene, que mandou o capataz ir levando o carro de Antônio e ela iria voltar com o marido, os dois tinham muitas coisas para serem resolvidas, a conversa no caminho seria longa e complicada. Ela entrou no carro deu partida e saiu cantando pneu e levantando poeira, estava com sangue nos olhos, tudo por culpa do marido.

— Ainda não acredito que atirou em mim Irene, sou o seu marido e exijo respeito _ colocou a mão por cima do ferimento.

— Você não está em posição de exigir nada Antônio La Selva _ estava concentrada na estrada .

— Sou teu homem Irene, e você tentou me matar _ olhou a coxa e viu que a bala raspou de leve _ sua desgraçada, queria me assustar né?

— Talvez eu quisesse te matar mesmo, você é um velho safado _ parou o carro num cruzamento e olhou ele aborrecida _ e não suporto traição.

— Ah não? E acobertar o Daniel com aquela Aline foi o que? _ cruzou os braços _ pra mim foi traição.

— Quando quiser ouvir a verdade é só me perguntar seu grosso! _ voltou a acelerar pegando a estrada pra fazenda.

— Olha Irene _ bateu impaciente no painel do carro _ eu já fui muito paciente com você, desde que te peguei lá na rodoviária querendo fugir até agora ferido de bala, da arma que você disparou.

— Vai ter que ser mais paciente _ disse em tom de desafio _ eu não pretendo me separar Antônio, principalmente depois dessa moleca se meter com o que é meu.

— Com o que seu? _ riu sem acreditar _ você tentou me matar, e apesar de ser minha esposa não tá arrependida.

— Meu marido _ foi entrando na fazenda _ se foi Deus que me deu então ele é o único que pode me tirar você La Selva.

— É... Se continuar tentando atirar em mim vai conseguir _ murmurou virando o rosto e cruzando os braços.

Coração Alado 💓Onde histórias criam vida. Descubra agora