Continuação...
Irene foi levada ao hospital da cidade vizinha, era o mais completo e que poderia dar um melhor atendimento, quando o peão deixou todos no hospital saiu e falou no radio com o patrão, pediu urgência e contou tudo que tinha acontecido, a "brincadeira" do filho do patrão tinha que ter um castigo exemplar, Caio quase matou uma mulher inocente. No momento que Antônio chegou no hospital Caio já estava com Angelina , acuado e amedrontado cheio de culpa e remorso por ter quase matado uma pessoa, era só um susto e agora estava para enfrentar as consequências dos seus atos.
— CAIO _ já foi em direção ao filho com o braço levantado.
— Seu Antônio o menino não fez por mau _ Angelina se meteu entre os dois _ a Irene tá bem, foi apenas um susto.
— Um susto? A caminhonete tá puro sangue, o peão que tirou ela da água disse que a Irene tava gelada e meio morta _ olhou o filho com decepção _ não esperava isso de você.
— Olha seu Antônio, é melhor o senhor agora se preocupar com a sua mulher, deixa que do menino cuido eu _ afagou a cabeça de caio com proteção.
— Leva esse menino daqui mesmo que eu não quero nem ver a cara desse moleque! _ virou o rosto e saiu pisando duro.
Já na enfermaria Irene acordava um pouco confusa, seu corpo estava dolorido e quando tocou na sua cabeça sentiu as faixas, olhou pro lugar todo e foi aí que percebeu onde estava, já que depois de entrar no rio pra salvar Caio não se lembrava de nada do ocorrido depois.
— Antônio? _ falou assim que ele entrou _ O que aconteceu meu amor?
— Não se esforça muito morena, você passou por uma cirurgia bem delicada, mas agora tá tudo bem .
— Cirurgia... _ parou pra pensar e logo o olhou assustada _ o rio, eu e Caio, foi minha culpa meu amor, como ele está?
— Bem... _ disse serio.
— Que bom amor, o importante é isso, ele tá bem.
— Bem encrencado Irene, vou dar uma surra naquele moleque que não vai esquecer.
Tempo Atual... Fazenda La Selva.
O dia estava nostálgico, Antônio tentava não lembrar de Irene e falhava miseravelmente, a esposa estava na sua mente, ocupando todo o espaço existente. Lembrava do passado e de como os dois eram felizes e fogosos, mas também como ele tinha ficado feliz com a família que começava com ela aí seu lado. Seus pensamentos só foram interrompidos pela aparição de Ademir, que após chegar da sua viagem soube do ocorrido e foi visitar o irmão mais velho pra saber como ele estava de verdade.
— Soube dos tiros no cabaré e que a Irene ameaçou Berenice com um revólver, foi ferido por sua esposa _ cruzou os braços e deu um sorriso debochado.
— Tá sabendo de muita coisa minha Ademir _ levantou e foi até a janela _ eu e a Irene tivemos nossas diferenças, mas nós acertamos no fim das contas somos marido e mulher.
— Sabe que a Irene é ardilosa, pode usar essa desculpa da traição pra se separar e pegar metade da sua fortuna _ foi ardiloso em suas palavras _ e você não vai poder fazer nada.
— Separação? _ riu do irmão _ E por um acaso eu falei disso?
— Não mais tá visível que você e a Irene não estão bem verdade?
— É... _ o encarou e deu um sorriso de canto _ Eu e Irene estamos bem, não vem com essa conversa de urubu.
— Eu sei que estão, mas só vim confirmar de fato que estão.
— Te quero longe da minha mulher entendeu?
— Com medo dela ainda cair no meu charme?
— Quem vai cair é você, mas do soco que vou te dar seu folgado _ deu um direto bem na boca do irmão que o fez quase cair.
A confusão foi ouvida do lado de fora, Caio que passava por perto entrou no escritório e afastou o pai do corpo caído do tio, não entendeu nada e foi arrastando Antônio pra sala. Irene que acabava de entrar viu a situação e se aproximou do esposo tocando seu rosto machucado e se preocupou.
— Como chegou a esse ponto Caio? _ o encarou raivosa.
— Ponto? Mas do que tá falando Irene? _ disse confuso.
— Bater no seu pai, não tá óbvio isso?
— Não foi com o Caio a minha briga _ apontou pra porta do escritório _ foi com o folgado do meu irmão, seu cunhado, e por sua culpa.
— Minha o que? _ apontou pra si surpresa.
— Sim, sua culpa dona Irene La Selva.
— Oía pai, vou ver como tá meu tio Ademir _ passou entre eles e sumiu da sala.
— Eu que não vou ficar aqui pra escutar teus absurdos _ saiu na frente em direção ao quarto.
— IRENE!? _ disse engrossando a voz e foi atrás dela _ TEMOS QUE CONVERSAR.
Ela parou a porta e esperou ele chegar pra encarar o marido sem medo, sabia como era Antônio e como podia amansar a fera.
— Converso Antônio, mas tem que se acalmar primeiro _ colocou a mão no peitoral dele o impedindo de passar.
— Me acalmar como? Você tá fazendo esse escândalo todo porque quer se separar de mim verdade? _ falou sem rodeio.
— Como? Mas de onde você tirou esse absurdo La Selva? _ balançou a cabeça em negação.
— Essas brigas bobas que estamos tendo não é motivo de separação, mas você quer meu dinheiro, já que a sucessão não vai acontecer porque você errou o tiro.
— ISSO É UM ABSURDO LA SELVA!!! _ deu um tapa em cheio na cara dele _eu devia era morrer pelo menos você seria viúvo de novo e casaria com a vagabunda, acho que esse é seu fetiche, assim você ia me amar de verdade né Antônio?
— Absurdo é te escutar falando essas coisas _ desconversou e passou a mão no rosto _ olha me deixa entrar e vamos conversar tá ok?
— Não quero, não tô afim e por mim você sumia da minha frente só por esses absurdos que me disse _ cruzou os braços e ficou parada na porta com cara de desafio.
— Olha senhora La Selva, eu não gosto quando manda em mim desse jeito _ foi colocando a mão na cintura dela e a empurrou de leve fechando a porta com o pé.
Ela foi andando pra trás sendo conduzida por Antônio, ele por sua vez trazia Irene mais pra perto do seu corpo, ambos andavam em direção a cama e quando chegaram bem perto pararam e ficaram pensativos.
— Tô com muita raiva sua Antônio La Selva, me remoendo de ciúme de você _ deu um tapa nos ombros dele.
— E eu com ciúmes de pensar em você se separando de mim e se agarrando em outro _ desceu as mãos e apertou seu bumbum.
— Já sei que vai ser bruto...
— E eu já sei que você vai ser selvagem...
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Coração Alado 💓
ФанфикNão acredito mais no fogo ingênuo, da paixão São tantas ilusões perdidas na lembrança Nessa estrada, só quem pode me seguir, sou eu...