𝗍𝗁𝖾 𝖽𝖾𝖺𝗅. 𝘁𝗼𝗺 𝗵𝗼𝗹𝗹𝗮𝗻𝗱

one

Emily acordou com a cabeça latejando enquanto o sol batia em seus olhos quando os abria. Virando-se de costas, ela soltou um suspiro quando percebeu onde estava. A mesma cama em que imaginou que estaria, embora tivesse esperança de que fosse tudo um sonho e que o que havia acontecido não tivesse acontecido.

Permanecendo debaixo dos lençóis escuros e de cetim de Tom, ela sabia que não vestia absolutamente nada, e virou a cabeça, vendo os olhos dele abertos e fixos no teto. Claramente, nenhum dos dois tinha ideia de como lidar com o que diabos aconteceu entre ambos na noite anterior e certamente não seria ela quem iniciaria.

Tom lambeu os lábios enquanto se ajustava debaixo das cobertas. Ele realmente dormiu com Emily? Claro que ele já tinha pensado em ter momentos daqueles com ela antes. Inúmeras vezes, na verdade. Não era segredo que Emily era incrivelmente linda e ele sempre teve fantasias com ela. Mas ela esteve sempre namorando um idiota e Tom sempre pensou que ela não gostasse dele da mesma forma.

Nada do que aconteceu foi planejado, claro. Simplesmente aconteceu. Em um minuto, os dois estavam bebendo um com o outro. No momento seguinte, Tom e Emily estavam tropeçando no quarto dele, rindo entre os beijos enquanto tiravam a roupa um do outro e experimentavam o que provavelmente foi o melhor sexo que Tom já teve.

Seu corpo inteiro ainda estava vibrando de como ele se sentiu e ele nunca em um milhão de anos teria pensado que Emily estava nem um pouco interessada nele daquela forma. Então, novamente, os dois claramente estavam constrangidos pela noite anterior.

Ambos eram vulneráveis ​​e sentiam coisas que não queriam admitir, mas, por algum motivo, Tom não se importaria de admitir o que estava sentindo para Emily. Os dois encontrariam uma maneira de se livrar daquele sentimento, mesmo que fosse temporariamente.

Tom não queria que ela se arrependesse, porque ele com certeza não se arrependia de absolutamente nada. Ele certamente não esperava que nada daquilo acontecesse com ela. Foi uma noite incrível e ele estava longe de reclamar disso, mas estava preocupado que ela se arrependesse.

Muito poderia ser dito naquele silêncio enquanto ambos ficaram apenas encarando o teto, nenhum dos dois disse uma sequer palavra. Emily não pôde deixar de se sentir um pouco constrangida enquanto tentava pensar no que dizer. Talvez apenas agradecer a ele pela noite e ir embora? Talvez devesse dizer que tinha trabalho e pegar suas roupas? Ou simplesmente não dizer nada?

O silêncio estava matando Emily por vários motivos e ela ainda estava tentando descobrir por que iniciou o primeiro beijo, para começar. Ela não estava tão embriagada, e sabia disso, e sabia que queria aquilo. Ela o queria. E na noite anterior, ela tinha ficado feliz porque sabia que ele também a queria.

Tom limpou a garganta, a quietude entre os dois causando um aumento em seu nervosismo.

— Bem... nós transamos ontem à noite. — Ele constatou o óbvio da forma mais clara possível. Só podia pensar em que talvez devesse ter mantido a boca fechada.

— É... — Emily respondeu em um tom óbvio, e segurou o riso enquanto afastava o cabelo do rosto. — Eu provavelmente deveria ir. — Ela disse a ele enquanto tentava se cobrir com os lençóis, embora soubesse que Tom a tinha visto nua na noite anterior. Não havia mais segredos entre os dois. Claramente.

Tom se levantou da cama e começou a procurar sua calça de moletom para vestir antes de começar a ajudá-la a encontrar suas roupas no chão do quarto. Ele lhe entregou sua camiseta enquanto se afastava educadamente deixando a garota se trocar à vontade.

— Você quer café ou algo assim? — Ele ofereceu, algo que ele nunca faria a outra garota que passasse a noite com ele.

Oferecer a qualquer garota qualquer tipo de café da manhã automaticamente as fazia acreditar que Tom queria que elas ficassem mais tempo, para sair em um encontro ou receber um telefonema dele mais tarde. Compromisso. Então ele sempre evitava isso e geralmente mandava Emily expulsá-las se não conseguissem entender a dica.

Mas obviamente Emily era diferente, sendo que era uma amiga com quem ele simplesmente dormiu. Ele estava grato por ela estar com ele e ele jamais a dispensaria tão rapidamente. Ele se importava com ela da mesma forma que ela se importava com ele. Amor entre vizinhos. Uma vizinha por quem Tom se sentia atraído, e vice-versa.

— Nah, não é preciso. Eu tenho em casa. — Emily respondeu casualmente enquanto ajeitava suas roupas e Tom lhe entregava um de seus sapatos. — Mas obrigada. — Ela agradeceu com um pequeno sorriso enquanto tentava não agir como se estivesse querendo correndo dali.

Ela tentou ficar apresentável quando Tom começou a acompanhá-la para fora do quarto, sem saber se deveria agradecer pela noite ou não. Você se virou para ele com um sorriso sarcástico e apontou para suas ondas bagunçadas.

— Uau, acho que isso oficialmente me faz entrar na sua lista de conquistas, hein? — Ela tentou brincar para tornar menos estranho entre os dois.

— Para que conste, você não é um caso de uma noite qualquer ou algo assim, Emily. — Tom disse severamente para ter certeza de que ela sabia que a noite anterior tinha sido realmente uma noite da qual ele não se arrependeu. — Eu, hm... na verdade eu gostei de ontem. — Ele sentiu suas bochechas tingirem uma pitada de rosa quando ele admitiu isso para ela.

Outra coisa que ele sabia que nunca deveria dizer a uma garota que levou para casa. Jamais.

Fazendo uma careta para ele, Emily soltou uma pequena risada enquanto acenava com a cabeça em concordância.

— Sim, eu também. — Ela disse-lhe honestamente.

Os dois ficaram na cozinha perto da porta da saída por um momento, esperando que o outro dissesse alguma coisa, mas nenhum disse. Emily movimentou os seus saltos para frente e para trás distraidamente enquanto Tom enfiava as mãos nos bolsos.

— Isso não é estranho para você, ou é? — Emily questionou com um tom leve.

— O quê? Não!? — Tom riu nervosamente. Ele cruzou os braços na frente do peito em uma tentativa de parecer indiferente enquanto o constrangimento permanecia entre os dois. — P-por-porque seria estranho? — ele gaguejou de uma forma indiscreta, mas ele não pôde evitar.

— Nós tivemos sexo. — Ela sussurrou, inclinando-se um pouco mais perto dele e estreitou os olhos, como se outra pessoa estivesse na sala e pudesse ouvir toda a sua conversa.

Tom copiou o movimento e se inclinou exatamente da mesma maneira.

— Não acho que seja segredo agora. — Ele a provocou com um sorriso brincalhão, a fazendo rir enquanto se afastava. Ele lhe deu uma cutucada no ombro. — Só vai ser estranho se nós fizermos disso algo estranho, certo? — Ele lembrou quase a si mesmo.

Muitos amigos dormiam juntos e continuavam amigos, com certeza. Aquela situação não era nada fora do comum. Além disso, os dois eram mais vizinhos do que amigos.

— Sem estranheza da minha parte. — Ela disse a ele com um sorriso enquanto estendia a palma da mão como se estivesse em um tribunal. — Prometa. — Acrescentou com uma piscadela brincalhona.

Tom sorriu de volta, inclinando-se para abrir a porta para ela, mas Emily acidentalmente confundiu o gesto dele com um abraço e passou o braço em volta do pescoço dele. Ela xingou baixinho pelo momento embaraçosamente estúpido enquanto se desculpava profusamente enquanto ele tentava salvar o constrangimento dando-lhe um abraço meio idiota em troca.

Ela tentou esconder o estremecimento sentiu com o abraço, mas ela sabia que ele tinha notado. Claro que ele tinha notado.

Olhando para o chão, porque agora ela estava com vergonha de olhar na direção dele, Emily se despediu enquanto Tom prometia passar por sua casa na mesma semana com sua pizza enquanto ela começava a caminhar rapidamente em direção ao seu apartamento. A garota não queria que Tom pensasse que ela estava tão confusa com suas interações que fugiu para se esconder.