06 | Capítulo

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Ao abrir a porta do grande apartamento, Peter sentiu paz pela primeira vez. Desde o início do caso, nem sequer pisou os pés em sua casa.

Ele jogou sua bolsa sofá, e se jogando nele em seguida, encarava o teto pensativo. Por uns breves segundos, ele cogitou a ideia de voltar para a base policial, sentiu vontade de voltar a investigar como antes, mas por outro lado, também amava analisar corpos, a perícia era a sua paixão. Ele era o melhor da sua equipe.

Seus pensamentos já estavam longe, mas foram interrompidos pela campainha.

O cansaço contribuiu com o mau humor, ele não estava esperando ninguém, não gostava e nem queria receber visitas.

--- Até que enfim, Sr Callin, faz dois dias que não te vejo em casa. --- Peter revirou os olhos, já imaginando o assunto que o homem de 57 anos veio tratar.

--- O que foi? Por que está aqui? --- perguntou ele impaciente.

--- O aluguel, Peter. Faz 3 meses, 3 meses. --- disse o homem. --- No que você está pensando?

--- O senhor terá que estender por mais uns dias, não tenho dinheiro agora.

--- Você nunca tem dinheiro para o aluguel, mas para "bancar" suas amantes, nunca faltou, não é, garoto? --- Callin suspirou, esse definitivamente não era o melhor dia para discutir.

--- Escuta aqui, seu velho, quem você pensa que é para falar assim comigo? Por acaso me conhece?

--- Não importa! Eu quero o meu dinheiro, agora.

--- Eu não tenho. Talvez semana que vem, ok? Agora vai, sai da minha casa.

--- Minha casa! --- gritou o outro.

--- Tanto faz! --- disparou. --- Hoje não é o melhor dia para tratar desse assunto, então o senhor pode, por favor, se retirar?

--- Não. --- respondeu. --- Não saio daqui enquanto não receber o dinheiro do aluguel.

Peter suspirou, uma, duas, três vezes. Não queria arranjar uma briga com um homem 22 anos mais velho que ele.

--- Não me faça te obrigar a sair.

O homem não se moveu, pelo contrário, continuou parado na frente do perito. Ele não estava disposto a se retirar, não sem antes receber o dinheiro do aluguel.

Não tinha outra escolha. Por mais que não gostasse de usar força física e era contra violência, teria que aplicá-la naquele momento.

--- Eu não quero encostar no senhor, portanto...

--- Eu não vou sair. Faça o que quiser.

Com suas mãos, sem usar muita força, ele empurrava devagar o homem até à porta. Ele deu alguns passos para trás, mas não pretendia seguir adiante. Voltando para sua posição inicial, cruzou os braços e passou à encarar o perito firmemente.

--- Eu não queria fazer isso, mas o senhor não me dá outra opção.

E com muita rapidez e agilidade, ele agarra o corpo do mais velho, prendendo as mãos do outro e agarrando seus pulsos. O homem deixou ser levado por ele nos primeiros segundos, mas conseguiu se desvencilhar de seus braços logo depois.

Peter suspirou, impaciente. Não queria machuca-lo, mas diante da situação em que se encontrava, não restava outra alternativa.

Ele tinha uma arma, e estava pronto para usá-la.

--- Eu vou te dar cinco segundos para dar meia volta e ir embora. --- disse.

--- Peter, se acalme. --- implorou o outro, com as mãos juntas.

--- Eu não estou brincando! Saia logo daqui antes que eu dispare e estoure todos os seus miolos!

O homem dava passos lentos para trás, nervoso. O intuito era fazê-lo sair de sua casa o quanto antes, mas uma reviravolta aconteceu. Tinha uma faca em cima da mesinha de centro, e ele o pegou para se defender.

Peter sorriu, debochando da situação, uma faca contra uma arma.

Ele puxou o gatilho, e estava disposto a atirar se o outro não soltasse o objeto. O homem avançou, mas não teve nenhum resultado na sua ameaça. Agora com a arma na sua cabeça, ele retornou a dar passos para trás. Bastava um 'click' para a bala atravessar seu cérebro.

Assustado, ele apenas se rendeu, abaixando a faca.

--- Some de minha frente. --- disse Callin.

O homem correu, correu tanto que não contava com o inesperado.

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Semana q vem eu volto com mais capítulos pra vcssss!

Beijinhos <3

O cadáver do síndicoOnde histórias criam vida. Descubra agora