09 | Capítulo

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A mulher atendeu à porta, era a polícia. O som alto da música ecoava por toda a casa, foi um milagre ela ter ouvido a campainha. Sua voz foi ouvida pelos policiais antes de serem atendidos, ela cantava alto e alegre. Estranho para quem acabou de perder a filha.

Os dois oficiais estavam de frente para ela, ambos sentados na mesinha de centro. Suas unhas grandes batucavam na mesa em um ritmo frenético, a mulher estava nervosa. Suas mãos suavam e seu rosto também, na verdade, todo seu corpo.

Eles a interrogaram, como da primeira vez, mas diferente de antes, ela não tinha certeza de suas respostas, sua voz trêmula entregava seu medo. Os olhos do homem de farda passeavam discretos por todo o cômodo. Não havia mais fotos da garota nos quadros, e isso era um tanto suspeito. Fazia 3 dias desde que a garota morreu.

O cheiro de massa exalava pela casa. Havia algo no forno.

--- Bolo? --- perguntou um deles.

Ela apenas respondeu em um aceno positivo.

Os olhos azuis do oficial notaram dois objetos suspeitos. Uma colher de madeira, e luvas de cozinha.

A mente deles recaptularam tudo, desde a ligação falsamente desesperada da moça no dia do incidente, até o momento do primeiro interrogatório. Havia uma colher de madeira em cima da bancada da cozinha, e no chão, luvas, um par de luvas.

Eles se lembraram das fotos da autópsia, as marcas no corpo da garota eram estranhas, mas naquele momento, olhando para a colher de madeira e seu formato, perceberam a semelhança. A arma do crime, e a ocultação de provas, as luvas foram usadas para não deixar digitais. Benditas luvas, denovo.

--- A senhora está presa pelo assassinato de Alice Meira, sua filha. --- declarou um deles.

--- E não tem direito de fala até à presença de um advogado. --- disse o outro.

A mulher de 42 anos foi levada pela polícia, e depois de passar por outro interrogatório e negar algumas vezes as acusações, acabou, por fim, confessando.

Peter, o perito, checou as fotos das marcas novamente, comparando-as com o formato da colher, e de fato, tudo se encaixava.

Era definitivamente o fim da investigação.  Alice finalmente descansará em paz.

Continua...

O cadáver do síndicoOnde histórias criam vida. Descubra agora