Tortura

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O gosto de morango de seus lábios era maravilhoso. E eu não conseguia pensar direito, apenas beijá-la, e beijá-la. Suas pequenas mãos apertavam minha cintura. A posição que estavamos não estava nada favorável.

Soraya passou a beijar meu pescoço, assim que o ar nos fez falta. Minha respiração estava pesada, e como um clarão me do conta do que estou fazendo.

- Soraya. Soraya! - Seguro em seu ombro a afastando - Não podemos, isso não esta certo!

Sem pensar duas vezes me levando. E sem olhá-la saio caminhando pela praia.

Me sinto a pior pessoa do mundo por ter feito isso. Dei esperança a uma jovem aluna, mesmo sabendo que tudo isso poderia gerar grandes consequências.

Quando percebo que estou longe o suficiente, me sento de frente para o mar. O som me acalma. Eu só estava com medo de não conseguir esconder essa paixão, e a mesma história do passado se repetir. Eu não posso deixar mais uma mulher partir por culpa minha, por culpa de meu amor.

....

A volta para o internato foi feito em um completo silêncio. Soraya não me perguntou nada depois que voltei para a casa de praia, e eu agradeci por aquilo. Eu nem sabia o que estava sentido.

Estacionei o carro na vaga de sempre. E Thronicke foi a primeira a descer. Fiquei sentada ali tomando coragem, e depois de alguns segundos desci. A loira tinha os braços cruzados e um olhar indecifrável no rosto.

- Obrigado pelo passeio - Disse balançando o corpo.

- Não precisa agradecer. Eu preciso fazer algumas coisas no centro da cidade - Coço a garganta - Qualquer coisa a professora Leila esta por ai.

Soraya assente. E eu volto para o carro. Saio acelerando com o carro. Na verdade eu não tinha nada para fazer no centro. Eu só preciso de um tempo sozinha, e repensar nas minhas atitudes dos últimos dias.

....

Domingo não vi Soraya. Passei o dia todo trancada em meu quarto, e no final da tarde Soraya veio me procurar, e sem abrir a porta, pedi que voltasse para o seu dormitório.

Por mais que estivesse doendo em mim, era o certo a se fazer. Não podíamos ficar mais envolvidas que já estávamos. A tensão sexual entre nós era nítido desde o dia que ela entrou em minha sala pela primeira vez.

Na segunda acordei sem coragem para dar aula. Mas fui, era o meu trabalho, e eu sou uma mulher adulta que precisa encarar os problemas de frente.

Ignorei Soraya, e seus olhares sobre mim. Eu tinha conseguido passar a segunda longe dela, longe de seus toques firmes.

Sempre que vinha até minha mesa pedir explicação de algo, seu braço tocava o meu, e o seu cheiro invadia minhas narinas.

Seu gosto de morango ainda estava em meus lábios. Eu só queria poder beijá-la, mas não podia. E sempre que eu pensava em apenas tocá-la, me lembrava das consequências que levou minha paixão por uma mulher, então assim eu resistia o seu cheiro.

Hoje eu teria as duas últimas aulas com a turma dela. E mais uma vez seria uma tortura vê-la, e não poder tocá-la...

Loving Soraya Onde histórias criam vida. Descubra agora