Lampião Está Morto

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A casa de praia não tinha mais graça sem a Soraya ali. Segundo Yang, Soraya pensa que eu e Eduardo voltamos, e eu acho bom que ela pense isso. Não porque eu quero vê-la sofrer, e sim pelo simples fato dela parar de insistir em nós. Eu a amo, e é por isso que eu quero que ela viva a sua vida.

Nós nunca daríamos certo, e eu acreditei um dia que sim. Que nós, Soraya e eu, poderíamos viver feliz lá fora, mas era apenas uma ilusão.

Em frente ao espelho seco o meu cabelo com um secador. Como um reflexo momentos vividos por mim e pela loira se passa por minha cabeça.

- Um segundo - Grito quando algumas batidas é dada na porta.

Depois de afastá-la eu ainda tinha esperanças que fosse ela ali. Mas a minha cara foi ao chão ao ver Yang parada ali.

- Estava esperando sua loirinha professora? - Diz Yang com uma voz sarcástica!

- Vá direto ao assunto, Srta Gonçalves!

- Certo. Nina está dando um dos seus chiliques lá no quarto, e ninguém consegue controlá-la

- Vou vestir um casaco e já vou até lá - Explico de braços cruzados!

A morena me olhou dos pés a cabeça, e sorriu maliciosamente. Atitude que só me fez revirar os olhos e fechar a porta em sua cara. Eu não estava afim de lidar com uma jovem me secando bem em frente ao meu dormitório. Não com essa jovem.

...

- Sinto muito querida, mas o lampião está morto - Digo olhando para o Hamster "dormindo" dentro da gaiola!

Passo a mão na costa da jovem ruiva que chora sentada ao chão. Yang apenas revira os olhos em pé na porta, e Soraya nos observa. Nossos olhares se encontram rapidamente, e os segundos que nos encaramos diz muitas coisas que nossos lábios não conseguem dizer.

- Ele estava bem - Nina diz com a voz embargada...

Eu só sabia olhar para Soraya. Tão linda. Seus olhos, seus lábios, seu sorriso, tudo era um pacote perfeito.

- Ni , sinto muito por isso - Soraya desvia o seu olhar do meu e se ajoelha ao lado da amiga.

- Ai quanto drama por causa de um rato. Ele só sabia fazer barulhos estranhos, e fazer cocô, apenas se livrou então levante as mãos prós céus e agradeça  - Diz Yang soltando uma risadinha...

Nina se levanta e sai correndo do quarto, e Soraya sai logo atrás da outra. Depois de repreender Gonçalves por suas palavras duras com a colega, saio atrás das outras duas.

Quando chego no topo das escadas, vejo uma cena que me causa ciúmes. Eu sei que não deveria, pois não há nada demais entre elas, mas é meio que impossível. Soraya tem Nina envolvida em um caloroso abraço, enquanto a ruiva tem as suas mãos firmemente em volta de minha garota.

Sem deixar elas me ver, volto para trás. Nina ficaria bem, Soraya era a melhor pessoa para isso.

....

Na manhã seguinte o colégio estava uma loucura. Pelo simples fato de uma banda de garotos vir tocar na escola. Depois de muito insistirem, Madre Elizabeth permitiu que a banda do irmão de Yang Gonçalves viesse tocar.

Faltava pouco menos de duas semanas para a menina Soraya completar 18 anos. Eu só não sei o que esperar disso. Devo ficar feliz? Devo procurá-la depois e dizer que a amo? Ou simplesmente esquecê-la? Eu realmente não sei o que fazer.

Por fim tinha chegado o tão esperado momento das alunas. A banda tocava em cima do palco improvisado, enquanto todos se divertiam.

Depois de Eduardo muito insistir para que eu dançasse com ele, eu acabo aceitando. Com a mão em volta de seu pescoço, deixei que ele me guia-se nessa dança.

Eu não estava feliz, os últimos dias "longe" de Soraya tinha sido difícil. Me sentia cansada, e com muita raiva de mim, por não ter lutado por nós.

Eduardo me gira no meio do salão, e quando olho para a entrada do salão, ali esta Soraya me observando como sempre. Ainda vejo a paixão em seus olhos, mas também vejo mágoas nele.

- Eu preciso ir ao banheiro - Me afasto de Eduardo assim que vejo Soraya sair do salão.

Caminho rapidamente atrás da loira, e quando finalmente a alcanço, seguro em seus braços sem machucá-la.

- Você não deveria ter vindo atrás de mim - Diz a loira com a voz embargada.

O meu peito se aperta ao saber que eu sou o motivo de sua dor. Que por minha burrice deixei que ela pensa-se que Eduardo e eu ainda tínhamos algo.

- Eu pensei que você me amasse...

- Mas eu te amo - Digo sentindo um alívio por dizer aquelas palavras mágica.

- Então prove. Me prove que me ama.

E sem pensar duas vezes, a puxo para os meus braços. Os nossos lábios se chocam um contra o outro com certa força, mas o prazer é maior que a dor.

Seguro em sua nuca arranhando aquele local, o beijo molhado faz o meu corpo entrar em erupção. E eu só penso em levá-la pro meu quarto, e amá-la como sempre desejei.

Soraya Thronicke , essa noite seria minha.


Notas da Autora: Aproveita os refrescos, porque daqui em diante vai ser pedrada ❤️

Loving Soraya Onde histórias criam vida. Descubra agora