Revolution in their minds

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Choi Yeonjun nasceu para ser uma estrela.

Essa era provavelmente a única coisa com que todos os membros da banda concordavam.

O garoto alto e bonito sempre se destacou, tinha uma enorme popularidade desde criança, as garotas brigavam por ele na escola e os garotos disputavam sua atenção nas brincadeiras, quando entrou no ensino médio, até mesmo os alunos do terceiro ano queriam estar perto dele.

Ele até que gostava de todo aquele apreço que as pessoas tinham por ele, mas Yeonjun, além de um rostinho bonito, nutria uma mente cheia de opiniões e um coração rebelde que clamava para deixar uma marca real no mundo.

Ele sabia que um dia, quando terminasse o colegial, toda aquela atenção e clamor que existia em torno de si acabaria, um dia envelheceria e ninguém sairia nos tapas por um homem velho e enrugado cujo os dias de glória há muito tempo se foram.

Mas não era isso o que lhe tirava o sono, todo mundo fica velho, afinal.

O problema para ele não era que sua pequena fama iria evaporar, seu rosto não seria mais bonito, seu cabelo ficaria grisalho ou quem sabe até mesmo o perdesse, seu corpo também não seria mais belo, mas tudo isso é parte da natureza humana, não era exatamente confortável pensar nisso, mas para Yeonjun o verdadeiro pesadelo era que nenhuma das pessoas que o cercavam realmente o conheciam.

Não existia uma única alma viva que tivesse sido impressionada por quem Yeonjun é como essência.

Um dia ele morreria e ninguém lembraria dele com apreço, as últimas memórias das pessoas em relação a ele seriam de um velho feio e vazio por dentro.

Não que ele fosse vazio, muito pelo contrário, Yeonjun preenchia sua alma de paixão e rebeldia todos os dias, verdade era que ele cultivava uma mente culta.

Mas ninguém estava interessado nisso.

Felix não estava interessado nisso.

Tudo o que ela sabia sobre Yeonjun era que o garoto era filho do pastor e por isso fazia parte do coral da igreja onde cantava todos os domingos, sabia que as pessoas gostavam dele e que se ele fosse parte da banda com toda certeza teriam atenção dos jovens locais e das velinhas cristãs - essa atenção não era tão desejada, mas poderiam lidar com isso - Felix não gostava muito do garoto, não que o conhece o suficiente para ter uma opinião concreta sobre ele, mas tinha uma certa antipatia por todas as pessoas, em especial as que tinham uma vida perfeita.

Mas o sonho da banda exigia alguns sacrifícios, por isso - pensando em como Ryujin deixou de comprar seus preciosos cigarros por algumas semanas apenas para economizar o suficiente para comprar a guitarra velha e surrada - Felix pela primeira vez em sua vida acompanhou a mãe no culto de domingo sem carregar uma carranca, até mesmo prestou atenção no que o pastor falava, embora achasse uma bobagem.

Fez o papel perfeito de garoto cristão até o momento que percebeu Yeonjun saindo de fininho da igreja, era a sua chance e não perderia por nada.

E agora ali estava.

Frente a frente com o garoto que era estranhamente mais bonito de perto.

"Posso ajudar?"

"Ah vo-você tem hm... você tem cigarro?"

Se amaldiçoou mentalmente por ter gaguejado na frente dele.

"Não."

"Ah, certo."

"Você tem?"

"O que?"

"Você tem cigarros?"

"Tenho."

Yeonjun abriu um sorriso ladino.

"O que você realmente precisa Felix?"

Felix? Como esse babaca sabia seu nome?

"Quer entrar numa banda?"

"Uma banda?"

"Sim, do tipo sexo, drogas e rock'n roll, sabe?"

"Sei, vi alguns filmes do tipo."

"E então, quer entrar?"

Yeonjun desceu os olhos pelo garoto, o examinando.

"Não sabia que você era músico."

"Não sabia que você me conhecia."

"Sei mais do que imaginam."

"Aposto que sim."

Havia uma tensão desconfortável no ar, Felix queria sair correndo, mas não iria se submeter a mais essa humilhação, iria terminar o que começou.

"Quem pintou seu cabelo?"

"Eu."

"Sozinho?"

"Sim, curtiu?"

"Não."

"Como é?"

"Precisa retocar e hidratar, tá parecendo palha."

"Ah."

Queria socar o rosto perfeito de Yeonjun, socar e depois sair correndo.

"Você tem tinta?"

"Não, gastei tudo quando pintei."

"Tem dinheiro?"

"Obviamente não."

"Bom, eu tenho."

"Bom pra você."

"Felix?"

"Hm?"

"Vamos comprar tinta para o seu cabelo e depois vamos para minha casa, vou retocar seu cabelo."

"O que? Não."

"Não?"

"Não existe nenhum bom motivo para ir na casa de um desconhecido pintar meu cabelo."

"Eu tenho uns discos de rock escondidos no meu quarto, meu pai não gosta de 'músicas do mundo', como ele chama, então só posso escutar quando ele não está em casa, o que só acontece quando ele está na igreja."

"Seu pai parece ser um porre."

"Ele não se esforça muito pra ser legal, mas esse não é o ponto... se vou fazer parte da sua banda, precisamos nos conectar e descobrir coisas em comum."

"Então você aceita fazer parte da banda?"

"Você aceita que eu pinte seu cabelo?"

"Tenho mesmo que ir na sua casa pra isso?"

"Você quer ouvir os discos ou não?"

Felix se odiou por estar curioso sobre quais bandas Choi Yeonjun escutava as escondidas.

"Okay, vamos."

"Ótimo, tem uma farmácia no caminho, vou comprar um creme de hidratação pra você também."

The RogueOnde histórias criam vida. Descubra agora