✨ Sentimentos reconfortantes✨

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Katherine Dallas, Califórnia

Culpa. A culpa é um sentimento que deixa qualquer pessoa para baixo, sendo intencional ou não. Enquanto ajudo com os curativos de Jack, observo sua face. Sua mandíbula travada e olhos castanhos que escureceram mais, é perceptível ver a culpa através de seus olhos. Faz alguns minutos que estou com ele aqui no banheiro limpando o sangue de seus cortes em mãos e rosto, porém até agora ele não disse uma sequer palavra, provavelmente está em estado de choque, ou não.

- Jack? Tá tudo bem? - Ele apenas assente, mas não olha para mim.

Solto sua mão, começo a limpar nos cantinhos do seu lábio inferior. Sua expressão de dor é notória.

- Estou te machucando?

- Não, só ardeu um pouquinho. - Soltou uma risada fraquinha.

- Pronto, acabei. - Olho para ele e sorrio de canto.

- Muito obrigado, Katherine. - O silencio se instala nesse cômodo.

Nossos olhos se encontram, e por um momento ficamos lá naquele banheiro nos encarando, como se meu silencio o confortasse mais. Nenhum diz nada ao outro, é como se estivéssemos tendo uma conversa mental, esquisito, mas bom.

- Vem, vamos para a sala. - Me levanto do chão.

Vejo ele soltar um suspiro forte, ficando em frente ao espelho olhando para seu reflexo totalmente paralisado.

- Tá tudo bem, Jack. Tô com você. - Me aproximo dele passando a mão em seu ombro.

Fico por trás dele e lhe envolvo em um abraço. Vejo pelo reflexo que ele fechou os olhos por causa das lagrimas, encosto minha cabeça em suas costas e ficamos naquela posição por mais um tempo. Seu corpo que estava rígido, muito tenso, aos poucos vai ficando relaxado, porém não o solto. Esse é o seu momento, nosso momento. Meu coração começa a bater um pouco mais rápido, e acho que ele percebe. Dou um beijo em suas costas, solto um sorriso e ele olha pelo reflexo.

- Anh... Oi? Está tudo bem? - Perguntou Cameron brotado na porta com uma expressão que não consigo desvendar.

Solto o Jack aos poucos para que ele veja que não á nada acontecendo além do consolo de uma amiga para um amigo que está passando por um momento difícil.

- Está tudo bem Cam. - Respondo me aproximando do Cam, faço um sinal negando com a cabeça sutilmente para que o Jack não veja. - Ele não está nada bem. - Sussurro no ouvido do meu irmão que está encarando o Jack que ainda não mexeu sequer um músculo.

- Deixa que eu resolvo. - Apenas confirmo com a cabeça e saio indo em direção a sala.

Meus pensamentos começam a me consumir. Fico pensando se Jack acha que eu o pressionei para internar o pai dele na clínica. Será se ele está se sentindo assim? A angústia pesa no meu peito e sinto um gosto amargo na boca. Vou direto para a cozinha trás de beber algo.

- Argh, preciso de café. - Resmungo pra mim mesma mexendo nas pratileiras.

- Nem sempre você gostou de café. - Disse minha mamãe rindo baixinho na cozinha.

- Mas aprendi que café é necessário.

- Para infartar mais cedo só se for. - Agora sou eu que estou rindo. - Mas como o Jack está?

- Ele não tá nada bem, e acho que fiquei muito mal por ele. - Coloco o café na xícara e me sento no balcão.

- Mas porque você ficou mal? - Perguntou minha mãe.

- Sinto como se eu tivesse pressionado ele a tomar a decisão de mandá-lo para reabilitação.

- Ah meu amor, você só quis ajudá-lo. Ele tomou a decisão por ele, por fazer o melhor para ele e o pai, mas se você se sente assim, pergunte-o que assim você tira a conclusão.

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