Capítulo 1

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Hello meus amores, trazendo mais um capítulo de Pista do amor. Boa leitura.

️⚠️ Menção a morte e sangue ⚠️

Dois meses haviam se passado desde que Nakunta havia sido diagnosticado com TEPT, Transtorno do Estresse Pós-Traumático, um distúrbio que é caracterizado pela dificuldade em se recuperar depois de vivenciar ou testemunhar um acontecimento assustador. Após o acidente o piloto estava sendo acompanhado por Bible, mas parece que a chuva engatilhou algo no cérebro do jovem que o fez ter a crise, trazendo as lembranças traumáticas do acidente de volta. Pelo que o psiquiatra explicou dois meses antes no hospital, o TEPT não tem cura, sendo uma condição que pode durar meses ou anos, com gatilhos que podem trazer de volta as memórias do trauma e aparentemente a chuva era um dos gatilhos do piloto.

Eram três da manhã, a chuva caia forte em Bangkok, a cobertura onde Ta morava estava em completa escuridão, o jovem parecia dormir profundamente, entretanto seu corpo estava molhado de suor e logo um grito ecoou pelo apartamento vazio. Outro pesadelo havia acordado o piloto. Mesmo com a medicação isso ocorria com uma certa frequência, ele sabia que não voltaria a dormir, então seguindo as recomendações de Bible, ele vai até pequena academia que ele mantinha em casa e começa a se exercitar, isso o ajudava a relaxar. Depois de se exercitar por uma hora ele vai tomar banho.

Como ainda não eram cinco da manhã, Nakunta pegou seu notebook e decidiu estudar, ele não queria desistir de seu sonho de ser piloto por isso faria o tratamento de forma correta e adequada para que conseguisse estar nas pistas novamente, enquanto isso não acontecia ele estudaria seus rivais e sobre tudo de novo que estava sendo lançado, se mantendo atualizado. Ele terminou seus estudos por volta das sete da manhã, sua sessão com Bible era às oito, portanto ainda daria tempo de preparar seu café e pegar o ônibus para chegar ao seu destino, já que nem seu próprio carro ele estava conseguindo dirigir nos últimos dois meses.

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Em outro ponto da cidade o jovem Barcode Tinnasit um jovem de vinte um anos que vinha da cidade de Chiang Mai estava se preparando para seu primeiro dia de estágio. Ele cursava psicologia em uma das melhores universidades de Bangkok e seu sonho sempre foi ingressar na psicologia esportiva e conseguir atender e ajudar diversos atletas para que eles pudessem superar seus medos e seguir seus sonhos.

Assim que foi aberta as inscrições para estágio no semestre anterior, Barcote aplicou para a clínica onde Bible Wichapas atendia, mesmo sendo difícil conseguir a vaga. A maioria de seus colegas optou por estagiar na clínica-escola da faculdade que era um processo mais fácil. Code disse a eles que esperaria até o sétimo semestre pelo tão sonhado estágio e caso não conseguisse seguiria o rumo de seus colegas.

Entretanto na semana anterior um e-mail deixou o estudante em completa felicidade, eles haviam aceitado sua aplicação e ele precisava enviar seus documentos para que pudesse começar na próxima segunda, estagiando com seu ídolo Bible Wichapas. Ele passou a semana ansioso e mal dormiu na noite anterior.

O jovem se vestiu bem, colocando uma calça preta e uma camisa social de tom claro, colocando seu jaleco na mochila. Barcode entrou no ônibus com um sorriso gigante no rosto que poderia iluminar toda Bangkok. Assim que chegou à clínica ele recebeu seu crachá de identificação que o permitia acesso a diversos lugares da clínica, também lhe indicaram seu armário onde poderia deixar suas coisas e depois disso ele foi levado ao seu mentor pelos próximos meses.

- Bom dia, Khun Wichapas. Eu sou Barcode Tinnasit, o estagiário.

- Seja bem-vindo. Pode tirar o Khun, vamos passar muito tempo juntos pode me chamar de P'. Vai ser um prazer te ajudar enquanto estiver aqui. Só quero que se lembre que muitas pessoas de renome passam por aqui, portanto lembre-se que nada pode sair dessa sala, ok?

- Ok. P' Bible não precisa se preocupar quanto a isso. Manterei tudo que ouvir aqui apenas comigo.

- Muito bem, Nong. Temos alguns minutos até o primeiro atendimento. Começamos a atender às oito da manhã, alguns dias se necessário em caso de emergência podemos começar mais cedo. Que tal isso, até nosso primeiro paciente chegar você pode tirar suas dúvidas comigo, caso tenha alguma.

Barcode não perdeu tempo e começou suas perguntas sobre como era trabalhar na área de psicologia esportiva, sobre os casos mais difíceis que passaram pelo Wichapas. O psicólogo respondeu tudo, dando os detalhes que podia de seus casos mais severos, ele observava os olhos do mais jovem que brilhavam a cada palavra que ouvia. Ele também contou um pouco sobre o caso do paciente que chegaria em breve, para que o estudante pudesse se situar e não ficar tão por fora da situação. Depois de um tempo eles ouviram uma batida na porta, o primeiro paciente do dia, Ta Nannakun. O estudante se posicionou de pé ao lado de Bible e logo a porta foi aberta permitindo a entrada de um belo jovem, que Code reconhecia das propagandas de Rolex que via em suas redes sociais.

- Bom dia, Ta. Espero que não se importe, fui encarregado de cuidar do estagiário. Esse é Barcode Tinnasit.

- Tudo bem phi, não me importo. É um prazer conhecê-lo, sou Ta Nannakun.

- O prazer é meu.

Ambos trocaram um olhar após o cumprimento e seria mentira se eles dissessem que não sentiram seu coração acelerar um pouco.

- Então como passou a semana desde nosso último encontro?

- Estive melhor, estou me exercitando e estudando, os remédios tem me ajudado um pouco, mas...

A voz do piloto morreu, ainda era difícil e doloroso lembrar do pesadelo, os pesadelos mudavam em alguns aspectos, mas sempre terminavam com o pai de Ta morto. O pesadelo que havia acordado o piloto na madrugada dessa vez era ele e seu pai sofrendo acidente novamente, mas dessa vez a viga trespassava o coração do pai e ele nada podia fazer.

- Está tudo bem, Ta. Leve seu tempo.

Barcode olhou para Nakunta, ele agora lembrava algumas poucas informações sobre o piloto de fórmula que perdeu o pai em um acidente de carro alguns meses atrás, ele conseguia ver a tristeza em seus olhos e além dela a angústia.

- Outro pesadelo, o mesmo de sempre: chuva, o acidente, a viga e meu pai morrendo.

Barcode apenas ouviu em silêncio a conversa entre seu mentor e o piloto, ele sabia que não podia interromper, nem nada, apenas podia anotar algumas coisas sem citar o nome do paciente. Por alguma razão ele desejava poder abraçar o jovem à sua frente.

- Terminamos aqui, Ta. Quero que faça um dever de casa essa semana, gostaria que você saísse com seus amigos. Você precisa socializar, está passando muito tempo em casa. Nos vemos na próxima semana. Qualquer coisa você pode me ligar.

Nakunta prometeu que ia tentar e se despediu dos dois, seguindo rumo a porta, Barcode apenas observou o piloto até que ele sumisse das suas vistas após passar pela porta. O restante do dia passou com vários pacientes e histórias, com o jovem estagiário tomando anotações, pretendo tirar suas dúvidas com Bible após terminarem com os pacientes do dia. De certa forma foi muito tranquilo, o estudante gostou de poder estar ali e aprender um pouco mais de como era atuar na área da psicologia esportiva.

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