Pista do amor

Capítulo 8

Barcode observou a família em silêncio, ele sabia que seu pai era apaixonado por fórmula um e assim que soubesse de Ta, ficaria louco para ver o rapaz, por isso o plano era levá-lo pessoalmente para sua casa. Entretanto o plano foi por água abaixo com a surpresa deles. Ele podia sentir o nervosismo do mais velho, por essa razão ele entrelaçou sua mão na dele, na intenção de passar um pouco de calma.

- Ia levar ele comigo para Chiang Mai nas férias, pai.

- Você poderia ter contado, nós falamos todos os dias por ligação. Barcode Tinnasit, sabe quem ele é?

As duas senhoras e Ta apenas observavam em silêncio a conversa entre pai e filho.

- Sim. Meu namorado.

- Barcode, sabe que não é disso que estou falando.

- Sei e é esse foi o motivo pelo qual não contei. Pai, o senhor teria vindo de Chiang Mai para cá no mesmo dia.

- Isso não é bom?

- Não necessariamente, você ia querer tirar milhares de fotos, pedir autógrafo para todos os seus amigos e encher meu namorado de perguntas.

- Não seriam tantas perguntas assim.

- Pai.

- Ok, seriam muitas. Mas se ele é seu namorado, não há problema em responder.

- Pai, ele precisa descansar. Fora que antes de piloto de fórmula um de quem o senhor é fã, ele é meu namorado.

- Você tem razão, eu só fiquei animado.

- Eu sei. Você pode dizer aos seus amigos que seu genro é o melhor piloto de fórmula um de todos os tempos, mas nada de pedir para ele autografar centenas de fotos. Ok?

- Ok. Mas uma foto com ele, posso tirar?

- Fechado. Agora vamos comer.

- Vamos, mas você tem muito a explicar filho.

Com isso, a avó de Barcode saiu de onde estava e foi até Ta.

- Nem tente entender querido, vem sentar. Eu preparei comidas deliciosas, junto da sua sogra.

Ta ainda estava em choque e apenas seguiu a senhora e se sentou, Barcode se sentou ao seu lado e o serviu.

- Por que não avisaram que vinham? Eu teria buscado vocês.

- Queríamos te surpreender, querido, mas acho que no fim a surpresa foi nossa. A quanto tempo estão juntos?

- Já fazem seis meses agora, mãe. Eu realmente pretendia contar, mas imaginei que o papai não nos deixaria em paz. E meu namorado precisa de tranquilidade.

- Netinho lindo, contasse para mim e sua mãe, adoraríamos poder mimar mais uma pessoa. Como se conheceram, não precisam responder se for constrangedor.

- Não é constrangedor, vovó. Ele é paciente do P' Bible com quem faço estágio. Nos conhecemos no meu primeiro dia lá, nos encontramos depois na sexta-feira na cafeteria do bairro. Na semana seguinte eu pedi para não acompanhar mais as sessões dele e no mesmo dia ele me pediu em namoro. Estamos juntos desde então, ele cuida de mim e me trata muito bem. E não se preocupem com meus estudos, P' Ta respeita quando tenho que estudar. Fora que ele me leva a todos os lugares que eu quero ir, também aprendeu a cozinhar minhas comidas favoritas. Ele é ótimo comigo, vocês não precisam se preocupar.

Ta ainda estava em silêncio absorvendo tudo que ouviu, a família de Barcode não o detestava, o senhor Tinnasit era seu fã avó estava disposto a mimá- lo e seu namorado gostava de como ele agia com ele. Logo lágrimas estavam rolando pelo rosto do piloto, já fazia algum tempo que ele não tinha a sensação de estar em casa, de estar família e de ser amado. Barcode o amava e era sua família, mas saber que além dele outras pessoas também o amavam, o deixava extasiado.

Barcode e sua família perceberam o choro do piloto, a senhora Tinnasit deixou seu lugar na mesa e foi até ele.

- Querido, por que está chorando? Foi algo que dissemos? A comida não é do seu agrado?

- Não, a comida está uma delícia. Vocês não disseram nada demais. É só que faz algum tempo que tive tantas pessoas reunidas assim que se preocupasse comigo, além dos meus companheiros de equipe, P' Bible e do Code.

- Oh criança. Saiba que agora você faz parte da nossa família, seu sogro é um pouco louco, principalmente porque ele é muito seu fã, mas ele vai cuidar de você como cuida do nosso pequeno. Agora que sabemos sobre você estamos aqui para o que você precisar.

O restante da família Tinnasit se juntou a eles num abraço em grupo. Depois disso eles voltaram a comer e conversar, principalmente sobre a família de Ta. Os Tinnasit decidiram passar o restante do sábado e o domingo em Bangkok, resultando nos cinco fazendo um programa familiar, indo a um parque de diversões, depois fazendo um piquenique em um parque próximo, ir a um templo para fazerem méritos juntos e terminaram o dia jantando em uma churrascaria.

No domingo Ta fez questão de levar a família para assistir a corrida que sua equipe estaria participando, realizando o sonho de seu sogro de estar nos bastidores e ver como tudo era feito. Eles tiraram muitas fotos em ambos os dias. O senhor Tinnasit também tirou fotos com vários pilotos, todos estavam felizes e Ta se sentia radiante por ter ganho uma segunda família, ele sabia que onde quer que seus pais estivessem eles estavam felizes pelo filho, que finalmente havia reencontrado a felicidade e mais um motivo para enfrentar seus medos, pois ele teria apoio de pessoas que o amavam.

Ele sabia que era amado por seus amigos e por seu namorado, mas a chegada repentina dos Tinnasit o fez perceber que as pessoas que o amam continuaram ao seu lado independente de como ele esteja, eles permaneceram ali quando ele estiver em seus momentos difíceis e quando ele estiver em seus momentos bons, sendo seu apoio e cuidando dele, porém ele estava tão machucado e quebrado que não notou o cuidado que recebia até o dia anterior. Essa constatação lhe deu forças para seguir em frente e dar o último passo para se recuperar.

Ele encontrou Mew observando a troca de pneus da equipe.

- Seu sogro encheu todo mundo de perguntas, parece que Barcode o proibiu de fazê-las a você.

- Sim, meu namorado fez isso. Phi?

- Diga, nong.

- Quero voltar a treinar e correr na próxima corrida.

- Tem certeza disso?

- Tenho. Quero tentar, por mim e por todos vocês que tem sido meu apoio. Ainda terei dias ruins, mas quero viver os dias bons da melhor forma possível.

- Isso aí. Bem vindo de volta, nong Ta.