Café e pão de queijo

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Mato Grosso do Sul e Minas Gerais já eram amigos a bastante tempo, no início não se davam muito, mais por parte do matogrossense, mas com o tempo foram se conhecendo e vendo o quanto em comum tinham. Os anos passaram e essa amizade apenas se fortaleceu ainda mais. Porém, será que é só isso? O vaqueiro nutria um sentimento a mais pelo outro, sempre que podia, gostava de ficar perto do mineiro, gostava de tudo nele, era insuportavelmente atraente, assim pensa. Mas, não queria que soubessem disso. E sua imagem? Sua reputação? De acordo com seus conceitos, diz-se um "macho de verdade" e "macho não pode ficar com outro macho." Certo? Não. E agora se encontra apaixonado, e não é um simples homem, Minas Gerais. E agora um fantasma do passado aparecera para lhe "atentar o juízo".

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Brasil havia designado um trabalho para os Estados vizinhos MG e MS, fazer a fiscalização de uma das estradas de Rio de Janeiro que fazia divisa com Espírito Santo, decorrente a reclamações de moradores locais. Não foi complicado, apenas alguns detritos atrapalhando a passagem, logo conseguiram resolver.

- Ó, deu trabalho 'mai nóis 'deu um jeito!- falou o mineiro passando a mão na testa.

- Hum, já tá cansado Mineiro? Eu aguento mais umas horas.- sorriu convencido, o matogrossense.

- Ah mai' eu 'num dúvido não.

- O patrão vai ficar satisfeito.

- Ô se vai.- sorriu.- Ei Matin!

-Hm?- cruzou os braços olhando para o amigo.

- Topa um pão de queijo com café? Depois dessa trabalheira toda, a gente merece um 'descansinho né.

- Ah Minas, sei não.- pôs as mãos no cinto.- Eu tenho umas coisas pra resolver ainda, e daqui a pouco tá escurecendo.

- Ah Matin vai ser rápido. Só um lanchinho.- Olhou para o homem, com um biquinho quase imperceptível se formando nos lábios, parecia um cachorrinho.

- Tá! Mas para com essa cara de cachorro que caiu da mudança, tá ridículo.- o outro sorriu.  "Maldito sorriso" pensou MS.

Chegando em casa, o mineiro já logo foi preparar o café e os pães de queijo, na cozinha.

- Ó, pode ficar a vontade. Cê já é de casa, Matin.

- Faz um tempo que não venho aqui. Não mudou nada.- MS disse olhando em volta. Sempre achou a casa do amigo um lugar extremamente aconchegante e acolhedor, condizia com a personalidade de Minas.

Em poucos minutos tudo estava pronto. O cheiro gostoso do lanche se espalhava pela casa.

- Quem diria hein Matin. Nem parece que uns anos atrás, ocê só faltava me estrangular e jogar no rio. Hoje tamo aí comendo e conversando.

- Heh, mai' por mais que eu num goste de admitir, eu percebi que, até que ocê não era tão ruim.

- Tá vendo. Eu sempre tentei me aproximar, mas ocê sempre me chutava. Eu achava até que tinha te feito alguma coisa que tinha te magoado.

- Eu te achava metido, isso sim. Ainda acho um pouco. Mai' aprendi a gostar da sua companhia.

- Eu não sou metido!

- É sim.

- Ocê que botou isso na cabeça.

- Depois da nossa queda de braço cê ficou se achando.

- Matin eu não fiquei! Ocê que ficou achando isso.

A conversa se estendeu, mais do que eles esperavam, e Mato grosso do Sul não viu a hora passar e só percebeu quando uma mensagem de sua irmã chegou. "Cadê você? Preciso te falar uma coisa, mas é melhor presencialmente." Dizia o texto.

- Acho que vou indo Mineiro, já tá tarde e eu nem pretendia chegar tarde em casa.- falou se levantando da cadeira.

- Ah, tá bom então. Foi muito bom esse tempo que nós ficamos conversando. Bem que a gente podia fazer isso mais vêz.

- Heh, podia mesmo.- o matogrossense disse sorrindo levemente.- Mas agora eu vou indo, até amanhã!

- Inté!- Minas acompanha o amigo até a porta e o vê ir embora, com um sorriso bobo nos lábios.

Chegando em casa Mato grosso do Sul encosta a caminhonete e assim que se dirige até a porta de casa, se depara com Mato grosso o esperando, e ela não parecia muito feliz.

- Aonde você tava?- a mulher tinha os braços cruzados e estava encostada na porta.

- Eu tava trabalhando com o Minas, daí ele me chamou pra comer alguma coisa daí começamo' a conversar e perdemo' a noção do tempo. Mas fala aí, o que ocê tem pra me falar de tão importante?

- A Helena, ela ligou e disse que tá voltando pra cá. E, ela quer o casamento.

- Que?!

Continua...

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