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O resto do dia, Helena ficou grudada em Mato Grosso do Sul. Qualquer lugar que o homem ia, ela estava. Somente quando ela foi tomar banho, o homem teve um minuto de silêncio. Desejou até que sua irmã estivesse em casa para não ficar sozinho com a mulher, também não queria ela na casa de Goiás. Na sala, se jogou no sofá e ficou fitando o teto, até desviar o olhar, como se algo o puxasse, encontrando o porta retrato com sua foto com Minas. As lembranças daquele dia, foi tão bom, se divertiram tanto, riram tanto. Lembrou -se que não queria ir aquele evento por estar cansado, mas assim que chegou Minas veio como uma bateria que o recarregou. E por mais que não admitisse, ele admira essa energia, esse poder de fazer com que todos se sintam bem, que todos queiram estar perto dele, um raio de luz que ilumina a vida daqueles que o encontram. Mas... naquela manhã ele havia conseguido o que achava impossível, apagar aquela luz. "Como será que ele tá agora?", "Será que ele tá muito mal ainda?", "Eu fiz besteira", "Precisava mesmo ter me afastado?", "Mas por que ele ficou tão mal? Por que eu tô tão mal?!". Tudo rodeava sua cabeça.

- Mas que droga!- esbravejou se levantando do sofá. Pegou o porta retrato e o deitou de forma que não fosse possível ver a foto.

O dia seguinte veio, e Mato Grosso do Sul aí da não havia tirado o Mineiro da cabeça. Acordou com a voz de Helena em seu ouvido, no susto teve um sobressalto e caiu da cama.

- Bom dia meu bem! Machucou aí?- Ela sorria de orelha a orelha.

- Não.- o homem levantou bufando.

- Aí, sabe que eu senti saudades até dessa sua carranca.- falou passando as mãos pelo rosto do outro.- Vai lá lavar esse rosto, eu não beijo homem com mal hálito.

Mato Grosso ainda não havia voltado da casa do goiano, estava prestes a ir até lá para buscá-la, mas se contentou com uma mensagem, já que Helena lhe deu um sermão sobre ele parar de querer se meter na vida da irmã. Talvez nesse quesito Mato Grosso a agradeceria. "Vai demorar pra voltar?", enviou, "Não, chego aí na hora do almoço.", recebeu a resposta.
A manhã do domingo passou consideravelmente rápido. Helena quis sair para passear, e MS fazia um papel quase de guia turístico.

- Matinho, o que acha de almoçarmos por aqui hoje?- já era por volta de 12:00.

- Tá. Tem um restaurante aqui perto que é muito bom.

- Vamos lá então.- foram até um pequeno estabelecimento que tinha mesinhas redondas de madeira, do lado de fora, onde estavam sentados dois homens, um deles Mato Grosso do Sul conhecia. Entraram e escolheram uma mesa, estava bem movimentado. Pediram um especial da casa.- Você ainda não me apresentou a nenhum dos seus amigos né? Podíamos marcar alguma coisa pra eu conhecer eles. Fiquei curiosa em saber quem era aquele de camisa vermelha, da foto.- o homem fechou a cara na hora.

- Não vai dar.

- Por que? Tá com ciúmes é? Ele é bonitinho, parece ser uma graça, mas não faz o meu tipo.- a mulher sorriu.

- Porque não dá'! Eu e o Minas não tamo' se falando.- disse mirando o olhar em alguma coisa que não fosse Helena.

- Eoem, tá bom. Não tá mais aqui quem falou.

O resto do almoço foi em silêncio, apenas os sons dos talheres no prato eram ouvidos. Mato Grosso do Sul terminou primeiro, ele se levantou e foi ao banheiro. Lá olhou o celular, tentado a mandar uma mensagem para Minas, a pergunta "Como será que ele tá?" Não saía da sua cabeça. Lavou o rosto, enxugou as mãos e voltou para a mesa.

- Eu preciso ir, o patrão me ligou e disse que precisa falar comigo.- disse tirando a carteira do bolso, tirou uma quantia suficiente para a conta e entregou a Helena.- Aqui, isso paga a minha comida e a sua. Tem uma sorveteria aqui perto também, se ocê quiser ir lá.

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