Mato Grosso do Sul dirigia para sua casa, em determinado momento parou no acostamento e apoiou o rosto nas mãos que seguravam o volante com força.
- Mas que droga! Que merda é essa? Eu nunca fiquei assim por ninguém!- esbravejou se lembrando dos momentos anteriores, os olhos de Minas se enchendo d'água, o quão vulnerável se mostrou. Apesar de estar diante de alguém que confia de olhos fechados, não era fácil.
Após se acalmar, voltou para a estrada. Chegando na chácara viu sua irmã na varanda. Estacionou em frente a casa e saiu do carro. Chegando por volta das 6:50
- Tava aonde?- MT perguntou assim que o irmão se aproximou.- Saiu bem cedo né? Nem te vi.
- Tive que resolver uns negócio'.- respondeu seco.
- Comeu alguma coisa antes de sair, pelo menos?
- Não. Mas eu como agora, depois tenho que terminar de ver a papelada que o patrão mandou.
- Hoje é sábado.
- É, mas eu quero ocupar a cabeça.
- Tá preocupado com a situação da Helena né? Você precisa resolver essa questão logo. Pensou no que eu te falei?
- Talvez. Mas ó, para de me atazanar com esse assunto. E eu pensei muito sim e já tomei minha decisão.
O sulmatogrossense seguiu para a cozinha, tomou um café da manhã reforçado, escovou os dentes e foi para o quarto. Se sentou para ver a papelada, mas parecia que não conseguia focar, assim que começava a ler, sua mente o guiava para pensar em tudo o que aconteceu na casa do mineiro. Estava insuportável. Até que ouviu uma buzina vindo do lado de fora, e uma mensagem chegou no celular. "Ela chegou. Vem aqui, eu não tenho saco pra lidar com isso." Sua irmã enviou. Ele desceu as escadas e saiu da casa. Chegando no quintal viu a moça passar pela porteira. Ela não havia mudado nada, os cabelos pretos estavam presos em uma trança meio bagunçada, usava uma camisa azul marinho, uma calça jeans preta, e calçava sapatilhas. Nas mãos duas grandes malas. O rosto de pele clara esboçava um sorriso enorme.
- Mato Grosso, querida!- veio correndo deixou as malas no chão e abraçou a outra com tudo.- Quanto tempo não nos vemos! Você não mudou nadinha, parece só que emagreceu mais ainda.
Mato Grosso do Sul viu a irmã revirar os olhos, enquanto era abraçada, fez aquilo com tanta força que ele acreditava que mais um pouco e ela poderia ver o interior de sua cabeça. Após se separarem ela apenas deu um sorriso amarelo para Helena. Sua irmã nunca se esforçou para disfarçar que não gostava da moça.
- Matinho!- ela correu mais ainda na direção do homem, deixando as malas para trás.- Aí que bom te ver de novo meu bem! Senti tanta saudade sua!- beijou-lhe o rosto todo. Era perceptível que perdera um pouco do sotaque.
- O-opa Helena... Quer dizer, Heleninha.- segurou os ombros da moça e deu um beijo na bochecha. Mato Grosso olhava tudo emburrada.
- Ah eu esperei tanto por esse momento! Desde que perdi o contato com você eu só pude contar com as cartas, mas depois nem isso eu tinha mais.
- Cartas?- a matogrossense questionou.
- É-é, nós mandamo' cartas um pro outro por um tempo antes de, ocê sabe, perder totalmente o contato.- o homem coçou a nuca um pouco sem graça por ter escondido isso da irmã.
- Nessa brincadeira toda a gente deve ter ficado uns... 10 anos sem se falar? Mas ainda bem que cê num esqueceu de mim. Achei que quando eu voltasse você estaria com outra pessoa.- MS sorriu amarelo.
- Eu não sabia dessa.- A mulher cruzou os braços, olhando para o irmão.
- Mas Matinho, você não vai me mostrar sua casa não?
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Entrelaçados
FanfictionQuem poderia esperar que Mato Grosso do Sul teria uma "noiva"? Arte da capa de: Nikkiyan no Twitter. Inspirada em Terra e paixão