Em busca da liberdade

Prólogo

             Você já ouviu o uivo de um lobisomem? Os cascos da mula sem cabeça? A batida das asas de um vampiro? Não? Ho... Você está tão enganado... Você ouve todos os dias, mas nunca percebeu, pois o verdadeiro som dos monstros nunca foram o que lhe mostraram em filmes ou séries. O som do lobisomem é um grito, um gemido animalesco de dor e sofrimento. Você é capaz de ouvir os berros de dor e lamentos, as lamúrias na calada da noite. Um grito pedindo socorro... Eles não gritam para assustar, mas para colocar um fim em seu sofrimento, um fim na dor que sentem por culpa dos homens. Por milênios monstros vêm sendo usados de escravos, sendo espancados e violentados... Eles cansaram dessa vida... Eles berram por socorro, para pôr um fim nesse sofrimento.

Os homens sempre os chamavam de monstros... Mas na real quem é o monstro? Aquele que luta para sobreviver? Ou o que luta para comandar? O que busca liberdade ou o que busca o sangue?

Eles lutam pela liberdade com garras e presas. Os homens os condenam. Os amaldiçoam por serem diferentes.

Desde o início dos tempos o homem é ensinado a matar o diferente, a empunhar a espada e enfiar no coração do diferente... Isso parece-lhe certo, caro leitor?

Nem todo homem concorda com isso, claro que sempre há as exceções. Mas todos lutam contra este veneno que percorre em suas veias, o veneno do orgulho, da ambição, da inveja e do medo do desconhecido. Colocam terror para se sentirem poderosos. Esse veneno percorre as veias de todos. Precisamos lutar constantemente contra esses instintos violentos, contra a maldição que impuseram em nós desde o nascimento. Quem é mais forte? O veneno? Ou seu coração? Somos todos serpentes esperando pelo momento do bote final, resta saber, você dará este bote? Ou deixará sua presa fugir?

Não meu caro leitor, essa não é uma história sobre homens, mas sim sobre monstros. Criaturas discriminadas por simplesmente existir, criaturas que são temidas por serem diferentes. Abordaremos o valor do que importa para cada ser. Veremos que entre tanta violência e morte, entre tanta violação, violência física e verbal. Veremos os traumas que cada um vive, e veremos que mesmo com tudo de ruim, com toda essa violência, o único pecado que ainda parece importar para os seres racionais é o amor? Entre tantas mortes, eles condenam o amor... Mas se amar é pecado, então escolheram continuar pecando? Já que entre tanta morte, somente o apoio e um amor é capaz de lavar a alma e lhe motivar a continuar em um mundo tão cruel e injusto. Se as aparência importam tanto, então escolherei o amor, onde podemos ser nós mesmos. Se amar é pecado, então deixareis meu corpo carbonizado e voltareis à terra, que é de onde tudo nasce, de onde tudo surge... Deixarei minha essência retornar a ela, sem lutar, sem discutir... O que será que os deuses acham desta escolha? Se os deuses são amor, eles me julgariam por... amar? Não sei... Mas no meio de tanto caos, se escolher amar, então irá se entregar. Já fez a escolha?

Os monstros enfrentam conflitos constantes em busca de liberdade e seus direitos. Será que conseguirão? Será que os homens os escutarão? Ou terão que conquistar seus direitos à força?

Somente nossa equipe de monstros saberá dizer... mas nesta equipe existe tudo que é tipo de seres. Há capelobos, mulheres pumas, homens pumas, minotauros, lobisomens e vampiros.

Será que o ser humano pode lutar contra seus instintos animalescos? E até onde poderá aguentar?

E os vampiros? Todos os condenam, tanto monstros quanto homens. Todos culpam suas desgraças a eles. Vampiros também possuem este veneno em suas veias, será que eles poderão suportar e enfrentar estes instintos até o fim?

Eu não sei... Mas o que eu sei, é que todos os animais que possuem consciência demais, cedem a este veneno. A consciência pode ser uma dádiva e um fardo, pois junto dela sempre virá este veneno em seu sangue e você terá que enfrentar uma guerra constante contra você mesmo. Então pequena serpente, a que lado irás ceder? Para que lado torcerás?

Estou ansiosa para descobrir que rumo as coisa tomarão... Agora... acorde, pois uma aventura lhe espera... Tenha um bom proveito, caro leitor...