Em busca da liberdade

Capítulo 10

Moon chega aos prantos na cabana e coloca Ruby na poltrona.

Ruby geme com a dor que a atormenta. A adrenalina da ação que seu corpo sentia, agora dá lugar a uma dor insuportável.

Moon corre para as gavetas da casa à procura de qualquer coisa que pudesse usar para retirar a bala e lavar o ferimento.

A pequena lobisomem escuta a vampira gemer e ao olhar para ela, por alguns segundos, vê Matt em seu lugar e toda a cena daquele dia ressurge em sua mente, o trauma batia a porta com força e Moon não tinha escolha a não ser abrí-la... Ela não poderia perder Ruby também... Não poderia perder outra pessoa, principalmente quando está sob seus cuidados, quando pode fazer algo para mudar. Não resistiria caso a perdesse também como já perdeu Matt no passado. Não suportaria passar por aquela dor novamente.

— Eu não posso te perder também... Eu não posso... - Moon olha para suas mãos que tremem e nelas pode ver o sangue de Matt, a culpa lhe corroia e as lembranças a atormentavam, tudo insistia em vir de uma só vez. Suas pupilas se dilatam — Eu não vou te perder também, não vou!

— Moon, tem... tem algumas coisas... algumas coisas que podem ajudar... no... no meu quarto... Procure uma pinça ou algo para retirar a bala... - Ruby gagueja de forma lenta e dolorosa.

Moon corre ao quarto da vampira, e ao chegar lá começa a vasculhar por tudo, derrubando todas as folhas e objetos que havia por cima, bagunçando todo o quarto, mas nada daquilo importava mais do que a vida de sua amiga.

As imagens de Ruby morrendo a atormentava, a sensação de impotência a consumia e destruía seu psicológico aos poucos, e a mistura de realidade com o que aconteceu com Matt só aumentava sua culpa e medo, pois não poderia perder outra pessoa que ama, não poderia perder Ruby sob nenhuma circunstância.

Moon aproxima-se a passos largos do caixão onde Ruby costumava descansar, ao lado havia uma escrivaninha, ao abrir as gavetas, nota que na última possui exatamente o que buscava, então o agarra com pressa. Moon volta rapidamente para onde sua amiga estava, e a vê extremamente debilitada, completamente oposta àquela a quem conhece. Aquela imagem cortou seu coração, e doía muito, muito mais do que gostaria de admitir.

Moon larga os itens encontrados ao lado da vampira e corre à cozinha onde pega uma pequena bandeja de madeira e um frasco de leite de papoula que havia dentro do armário.

Depois retorna a passos apressados onde Ruby estava.

— Pronta?

— Não... Mas não tenho muita escolha... Não é mesmo? - a vampira tenta aliviar o clima com uma risada seca e forçada, mas começa a tossir sentindo muita dor.

Moon a faz beber uma dose mais alta do leite de papoula que continha no frasco, o que faz Ruby pegar rapidamente no sono sobre a chão a qual estava deitada.

— Lá vamos nós então... Por favor, fique bem...

Primeiramente Moon desinfecta a ferida, em seguida, a loba usa um bisturi e abre um pouco a ferida. — Vai acabar logo... Só aguenta mais um pouco...

Moon pega a pinça e tenta retirar a bala. Ela precisava conseguir, pois além dos riscos normais do ferimento, uma bala de prata causa o dobro de dano em um monstro, principalmente em um vampiro, pois além de atrasar sua recuperação, ainda possui um risco letal muito maior para os monstros, no geral. Ruby não iria aguentar muito tempo uma bala de prata. Depois de um longo tempo sofrendo, Moon finalmente consegue retirar a bala e a coloca em uma tigela.

— Já estamos quase acabando...

Após terminar de limpar e fechar a ferida, a cobre com um pequeno pano limpo. Em seguida, Moon levanta sua mão e em um gesto, uma pequena fumaça verde aparece no ar, rapidamente lembra-se da cena da briga quando criou vida, se ela foi capaz de criar vida, será que seria capaz de curá-la com sua magia? Valia a pena tentar...