MANIAC

Dois

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Namjoon pareceu ainda mais chocado quando viu Taehyung no outro dia, ninguém havia tocado no assunto Jungkook e Taehyung no grupo de amigos e o Kim achou apenas que eles não haviam ligado para a situação, obviamente estava errado.

Namjoon, Hoseok e Mina, a namorada de Namjoon, o olhavam como se ele tivesse mais uma cabeça.

— Então... — Finalmente Hoseok teve coragem de falar, olhando afetado para o casal — Você gostou de festa de ontem? Ficamos um pouco preocupados pois você voltou a pé...

— Foi legal até — mentiu e não fazia muita diferença, a única coisa que os amigos queria era saber sobre o nadador o levando para casa.

— Você ficou com Jeon Jungkook? — Namjoon finalmente perguntou o que todos ali queriam saber.

— Não — respondeu com as bochechas vermelhas — apenas conversamos e ele me deixou em casa, é um cara legal.

Hoseok franziu a testa, Jungkook era tudo menos um cara legal, mas resolveu deixar para lá, estava de certa forma feliz que Taehyung havia finalmente saído da casca e falado com alguém. O conhecia desde criança, ainda se lembrava do primeiro dia que os pais haviam o levado para brincar na casa de Taehyung, se lembra que ele era muito silencioso, podia ficar horas parado no mais absoluto silêncio, ele lembrava também de como sua mãe, havia brigado com o pai dele e como Taehyung havia o olhado de forma triste, cansado.

Nenhuma criança deveria conhecer aquele olhar.

Agora ele conversava, ria e até mesmo saia para se divertir, não tinha mais aquele olhar de bicho ferido. Seu pai havia melhorado também, na medida do possível.

Logo eles engataram um papo qualquer e Hoseok continuou o encarando tentando entender o que se passava na mente de seu amigo, Taehyung estava leve, feliz como a tempos não via.

Esperava que ele continuasse assim, mesmo desconfiando dos motivos de toda essa felicidade.

[...]

Taehyung acordou assustado, barulhos na janela o despertaram de seu sono e ele encarou o quarto escuro confuso. Ainda era noite, voltou a ouvir os barulhos e abriu apenas um pouco da cortina, o suficiente para ver qual o motivo do som. foi quando viu pedrinhas atingirem a vidraça, uma após a outra.

Era Jungkook quem as jogava. O rapaz vestia uma jaqueta de couro e uma camiseta branca que o deixava pálido.

— Rapunzel, jogue sua tranças cor de mel — ele sussurrou para o Kim que sorriu ainda grogue, isso era um sonho ou estava acontecendo de verdade? Jeon Jungkook realmente estava ali?

Taehyung desceu as escadas e abriu a porta, chamando-o para entrar.

Logo Jungkook estava em seu território, maculando o espaço com seu perfume viril que cheirava de forma amadeirada e distribuindo sorrisos. Se fosse um sonho o pintor não queria acordar.

— Seu pai está em casa? Fiquei sabendo que mora com ele.

— Ele está viajando — respondeu — Ele é um escultor, e está finalizando sua nova coleção então... tem que fazer palestras, comparecer a museus... — Não sabia porque estava explicando isso e nem mesmo porque estava tão nervoso, apenas nunca havia tudo alguém além de seus pais e a família de Namjoon e Hoseok ali.

— Bem, assim fica mais fácil... — um sorriso malicioso surgiu nos lábios do Jeon e então Taehyung viu o engradado de cerveja em suas mãos.

Eles se sentaram no chão da sala, Jungkook tirou as botas e a jaqueta e voltou a rir, suas gargalhadas enchiam o silêncio da casa e Taehyung gostava disso, e muito. Sua casa era silenciosa, não importava o que ele fazia, se gritava, ouvia música alto ou até mesmo se quebrasse algo. As paredes absorviam todo o som e no fim ficava apenas ele, no mais absoluto silêncio.