MANIAC

Vinte e um

Vocês já devem ter percebido que eu nunca sigo meus próprios planos, né? Mas agora é sério! Atualizações serão sempre nas segundas e quintas.

Espero que gostem desse capítulo!

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Seokjin encarou Taehyung do outro lado da mesa, e o garoto sorriu calidamente para ele, enquanto passava requeijão na torrada.

— Bom dia, Seokjin, dormiu bem?

Ele forçou um sorriso, sem desviar o olhar do menino que parecia melhor hoje. Menos cansado e bem menos triste, poderia dizer.

— Sim, e você? Como andam os pesadelos?

— Estou tentando aprender a lidar com eles... Na maioria das vezes me sinto preso no sonho, é Jungkook que me acorda.

— Se você quiser algo para te ajudar a dormir...

Ele negou amigavelmente.

— Por enquanto não... Eu só preciso de algum tempo — respondeu.

Concordou, afinal entendia que o luto era um processo individual, Taehyung havia visto a amiga cair em frente aos seus olhos, e desfalecer de forma cruel enquanto todos observavam. Não era fácil, mas ele precisava passar por essa fase, por mais complicada que fosse.

Seus olhos foram para a cozinha, onde Jungyo os encarava. As íris escuras do garoto se encontraram com as suas, até ele sorrir e sussurrar algo para o irmão que parecia alheio a isso.

Era curioso como eles se comportavam lado a lado, havia ali uma sincronia e cumplicidade natural. Os mesmos trejeitos, os mesmos procedimentos, a forma idêntica deles se deslocarem enviava arrepios ao corpo do médico.

Afinal, eles não podem ser iguais, certo? É impossível duas pessoas serem completamente iguais.

Mas lá estavam eles com a mesma roupa, o mesmo corte de cabelo, a mesma cicatriz na bochecha, e o mesmo sorriso de coelho.

Físicamente idênticos.

Ele conseguia compreender a semelhança, mas não como os gostos e atitudes podiam ser tão parecidas. Como era possível que gostassem das mesmas coisas? A mesma comida, a mesma cor, o mesmo filme...

Seria possível que gostassem da mesma pessoa também?

Desviou a atenção para o Kim, que agradeceu educadamente a salada de frutas estendida por Jungyo que o beijou nos cabelos.

Jungyo sabia que não era Jungkook e não poderia ter o namorado do irmão, certo?

Observou os dedos do garoto acariciar a nuca de Taehyung que sorria tímido, logo voltando à cozinha para preparar mais alguma coisa. Demorou apenas poucos minutos para que retornasse com um suco de laranja para o cunhado e se sentasse ao seu lado sussurrando algo.

Então os toques voltaram, parecendo tão naturais que o confundiam a mente.

Taehyung não falava nada, mas Seokjin notava os olhos do menino de tempos em tempos ir até Jungkook que finalizava seu café e o do irmão.