Capítulo 14

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Estou na minha cama
E você não está aqui
E não há ninguém para culpar além da bebida em minhas mãos inquietas
Esqueça o que eu falei
Não era o que eu queria dizer
E não posso retirar o que disse, não posso desfazer a mala que você deixou

O que eu sou agora? O que eu sou agora?
E se eu for alguém que não quero por perto?
Estou caindo de novo, estou caindo de novo, estou caindo
E se eu estiver disposto? E se eu desistir?
E se eu for alguém de quem você não falará?
Estou caindo de novo, estou caindo de novo, estou caindo

(Falling — Harry Styles)

Narração Por Olívia Mary Green\Brooke

Rye, East Sussex, Inglaterra

Janeiro 25, quinta-feira

Hoje marca exatamente um mês que cheguei a Rye, um mês que os meus pais morreram e um mês que conheci o amor da minha vida. Mas hoje marca também o fim de tudo, o fim da minha felicidade e o fim dos meus dias em Rye. Um tapa é desferido no meu rosto me fazendo cair no chão, não tenho forças para levantar com a surpresa e a sua força ao me bater. Paul se aproxima desferindo novamente outro tapa no meu rosto, e sinto o gosto metálico com o corte dos meus lábios.

— Isso é por me fazer viajar para este fim de mundo, sua vagabunda — Diz chutando as minhas pernas e por um momento quero que ele me mate, a dor que sinto no peito é insuportável

— PARA — Grito tentando lhe fazer parar

— Pena que não posso te matar agora, prometi que iria fazer sua transferência para Londres ainda hoje, se não, não teria lhe achado — Diz se afastando do meu corpo pegando o seu celular no bolso da calça, franzo as sobrancelhas por não me matar e sim querer me entregar para polícia

— Me deixa em paz — Digo tentando me levantar, mas grito de dor por causa da pancada no joelho

— Estou com a suspeita de matar os meus pais, sim, estou em segurança total — Paul responde e seu sorriso cresce em seus lábios ao desligar a ligação

— Com quem estava conversando? — Pergunto assustada com essa ligação

— O policial desta cidade, eles vão te prender por algumas horas e depois vamos pra casa — Responde e fecho meus olhos ao chorar ainda mais, não quero ir embora

— Desgraçado — Resmungo tentando enxugar as lágrimas desesperada, e demora para polícia chegar e me prender

— Bem disfarçada, pintando o cabelo e se machucando — O mesmo policial que conversou com o Jason em alguns dias atrás me empurra em direção ao veículo

— O senhor conversou com a polícia de Londres, sobre a transferência? — Paul pergunta antes de me jogarem no transporte como se não fosse nada

— Sim, eu mesmo vou levar a sua irmã até Londres e o senhor vem comigo. Exato? — O policial pergunta e meu irmão confirma, não consigo se quer abrir a boca para lhe dizer que o verdadeiro assassino vai ao seu lado

Chegamos na cidade, na civilização e algumas pessoas olham para dentro do carro como se nunca tivesse visto uma pessoa presa nesta cidade. Outro policial me leva para dentro da delegacia, e como se nunca fosse acontecer comigo me colocam atrás das grades. Sento no chão sem conseguir decifrar o que estou sentindo neste momento, a porra do meu instinto falou comigo. Era pra mim ter ido embora, mas acreditei que nada aconteceria comigo. Jason descobriu tudo da pior forma possível, e meu irmão me encontra, e agora estou realmente presa. Voltar para Londres e ser condenada, e o que mais vai me torturar é a saudade das meninas e do Jason, desta cidade. Isso acaba comigo. Não sei como o tempo passa aqui dentro, mas o policial aparece na minha frente depois de um tempo.

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