7- como se sente?

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Melanie e Katy desceram do carro, pegaram suas malas e vieram em direção a casa. Ainda na janela observando, andei até à porta,  abrindo-a para que as duas entrassem. A primeira a entrar foi a babá, logo em seguida a criança, que estava muito tagarela.

— ... E eles foram muitos legais em fazer uma coroa de flores, mas eu não quis falar que tinha espinhos também e coçava muito...— Assim que ela me viu, a criança soltou sua pequena bolsa para me abraçar. — Luen! — Eu a abracei.

— Katy...— Disse desanimada. 

— Luen, a viagem foi muito legal e...— Ela olhou para meus olhos. — ...Você está chorando, Luen? — Eu não liguei pelo fato que eu estava despedaçada ao lembrar do que eu descobri. Me abaixei para ficar frente-a-frente. — O que foi Luen? — Ainda em prantos eu a abracei.

— Nada, querida, nada. — Eu a abracei tão forte, que ela pediu para eu solta-la. — Ah, claro..— Eu a soltei.

— Luen, a viagem foi muito legal! Nós chegamos de avião, a capital é muito grande, tinha muito prédios, muitas casas, eu conheci a família da Melanie, eles são gente boa. E eu trouxe uma coisa pra você, eu vou pegar. — Ela correu até a mala que estava na mão da babá, abriu e procurou algo.

— Querida, que tal você ir arrumar as suas coisas, aí você vem mostrar o presente a Luen. — Sugere Melanie, se aproximando de mim, me olhando seria.

— Tá bom, Mel. Já volto, Luen!— Ela pegou suas duas malas e foi para o andar de cima.

Melanie respirou fundo e me olhou.

— O que aconteceu, Luen? Você tá muito estranha. — Eu fiquei um pouco  mau, pelo fato dela não ter me contado tudo.

— Vamos nos sentar, Melanie. Quero tem contar algo. — Ela ficou preocupada, me seguiu e se sentou comigo no sofá.

— Luen, você está me deixando nervosa. O que aconteceu? — Ela se referia ao meu rosto vermelho e inchado de tanta tristeza.

— Melanie, o que o vizinho antigo, o que morava na mesma casa ao lado que a Lilian mora, ele fez algo a Katy? — 

— Cala a boca! — Eu me assustei. — Não diga isso em alto e bom som. Loene quase gastou tudo o que tinha em várias sessões de hipinose para que ela esquecesse. Por favor, fala baixo. — Lágrimas derramaram dos olhos da babá. Ela colocou a mão em seu rosto, chorando logo em seguida. — Desculpa eu não ter te contado, foi tão horrível, eu realmente não queria nem pensar nisso. Me desculpa! — Eu a abracei.

— Por que você não estava vigiando ela? Aonde você estava?! — Em meios de soluços, ela explicou.

— Isso aconteceu no dia em que Loene passou mau em uma feira local. Me ligaram, pois meu número estava na discagem rápida e, eu fui correndo. Eu nem pensei na Katy de tão desesperada que eu estava, eu pensava que ela estava no quarto dela brincando com algo ou lendo um livro...— Ela parou um tempo pra respirar. — ... Eu fui culpada! Me desculpe! Eu não queria... Eu deveria ter levado-a ou, realmente, mantê-la em casa. Eu me culpo por isso...— Ela me abraçou forte, em soluços, nós duas continuamos abraçadas.

A criança desceu as escadas com algo em suas mãos, veio até Mel e eu. Nós nos afastamos, com os rostos vermelhos e molhados.

— Vocês estão bem? O que aconteceu? — Eu ri.

— Estamos bem, querida... Estamos bem. — Eu a puxei para um abraço de família.

— Olha, Luen. Isso é para você. — Ela me entregou uma caixa empacotada com um grande laço.

The greatest -2Onde histórias criam vida. Descubra agora