4- viagem de última hora

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Eu estava na cozinha com Melanie e Katy: como o ano novo seria amanhã, nós teríamos que comprar tudo hoje, por que amanhã tudo estará fechado.

—... Eu pensei em um bombom na travessa, o que acham? — Melanie perguntou.

— Acho muito bom...— Disse Katy lambendo os lábios.

— Eu acho caro. Tem outra opção? — Katy me olhou com decepção. Eu não tenho culpa, tenho que comprar a ração do meu filho.

— Vou fazer mesmo assim, posso morrer a qualquer momento. — Disse Mel, indo em direção das escadas. "Que mer... de pensamento".

— Ah, não, Lu! Eu quero doce. Você vai ser contra isso? — Disse a criança chegando mais perto de mim, me olhando seria. — Eu tô em fase de crescimento... Necessito de um doce. Você entende essa complexidade, Luen? Entende? —

— Só sei que quem vai ficar propensa a diabetes. — Disse dando um abraço nela.

— Credo, Luen. Para de desejar o mau pra coleguinha...— Disse a criança indo na mesma direção que a babá.

Vejo que elas tem uma relação muito próxima. Me sinto mau sabendo que vou ter que levá-la embora pra longe da babá.
De repente, a porta da sala se abre, revelando a vizinha da casa azul: Bilili... Eu não esqueci.

—Ah, oi! Tudo bem? — A cumprimentei. Ela parecia um pouco cabisbaixa.

— Não tá nada bem, tá péssimo! Acabou que eu fui ver um cara e o preservativo furou. — QUE....?

Eu fiquei em choque... Como assim, ela toda destruída, ainda tem uma vida sexualmente ativa? E eu ,que estou inteira, não?

— Meu pai! Como assim? Tipo: do nada? —

— Sim. Eu não sei direito, deve ser o atrito, sabe? —

— Não é isso. Como assim você...— Bato as mãos de um forma idiota.

— Ah, é! Eu faço... — O único respeito que eu ainda tinha por ela evaporou e virou neutros...

— Eu não precisava saber... né? — Ela riu.

— Mas todo mundo faz...! Pera aí... Você não? — Eu fico calada. - Ih! É por isso que você é toda filha da puta comigo, você é o total oposto de mim, não é? — Ela disse se sentando na mesa da cozinha.

— Hum, nada haver! — Digo me sentando na mesa junto com a "mulher destruída psicologicamente e fisicamente, que é sexualmente ativa". Ah! É cada coisa...

— Mas, e aí? Você tem planos para o ano novo? — Eu ainda estava pensando, mas soltei o que me veio à mente.

— Estou pensando em ficar aqui mesmo, sabe? Vou passar com a minha família, minha mini família...— Disse com um sorriso fraco.

Eu estou me acostumando. Sempre fui só eu contra o mundo e, eu nunca senti que podia contar com a minha mãe, ela era um pouco no mundinho dela.

— É triste sua situação... — Aham! A suja falando do mau lavado.

— Mas, e você? — Ela olhou pra mim. — Onde vai passar o ano novo? -

— Vou passar em um bar bem legal. Só que ele fica um pouco mais distante, sabe? —

Nossa, ela não faz nada que preste? Tipo ficar em casa?

— Isso é bem a sua cara...— Me levanto.

Pego a pequena relação de materiais para os preparativos, quando avisto a babá descendo as escadas desesperada. Seu rosto expressava preocupação, ela estava quase chorando. Ela desceu rápido as escadas, com um celular na mão, ela procurava sua bolsa.

The greatest -2Onde histórias criam vida. Descubra agora