11- tudo acontece, aconteceu e está acontecendo

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Eu reuni todas na sala naquela noite. Melanie, Katy e Lilian.

— Eu quero contar pra vocês que eu vendi a casa. — Elas ficam em choque.

— Como assim, você vendeu? — Perguntou Lilian indignada. — Você é uma egoísta! —

— Vamos se acalmar, gente. Deve ser brincadeira...— Sugeriu Melanie.

— Não é. Eu, realmente, vendi a casa a uma mulher rica da cidade. — Eu disse um pouco triste.

— Pra Gusmão? Sério? A mulher do prefeito? Você sabe que ela só quer me atormentar? Ela vive me perturbando e me humilhando publicamente. Eu odeio essa mulher. — Disse Lilian.

— Você sabe que você vai comigo pra Dallas, né? — Digo sem expressão alguma no rosto.

— Ah, é... Então... Como você pode se desfazer de uma parte da sua vida? Da sua história? —

— Eu tive que vender. Eu não teria como vir pra cá todos os fins de semana pra ver a casa. Demora quase uma hora de viagem... Sem falar no risco de ser assaltada. Eu tive que vender para me livrar de um peso. — 

— Ah, então, a sua casa de infância é um peso para você? Eu vivi por um bom tempo nessa casa. Foram as melhores memórias da minha vida. — Diz Lilian.

— Lilian, você é a única que está incomodada pela essa venda. — Olhei para Lilian com repreensão. Olhei para Melanie, esperando que ela falasse algo. Ela me encarou com um olhar confuso. "Eu?" foi o que deu para entender com leitura labial.

— Eu sei que você faz... o melhor para você e pra essa casa. — Afirma Melanie. — Eu não tenho nada haver com isso. — Diz Melanie seriamente.

Eu olho para Lilian que parecia um pouco chateada.

— Quantos dias ela deu de prazo? — Pergunta Lilian.

— Até amanhã...— Todas as três de assustam.

— Amanhã? — As três falam ao mesmo tempo.

— Sim. E nós temos que levar toda a mobília, ela quer demolir a casa. —

Lilian olha pra Melanie. Elas estavam em choque. Katy parecia entender apenas a metade do que era dito.

— Se for assim, vamos ter que fazer um milagre. — Disse Lilian.

— Eu pensei em dar as mobílias para algum centro de caridade. Eu não vou poder levar todos os móveis para o meu apartamento. — Digo em um tom desanimado.

— Luen, você está de boa com isso? — Pergunta Melanie. Eu limpo um lágrima solitária que insiste em cair sobre meu rosto.

— Eu não sei como minha mãe era com vocês, mas eu vivia tendo várias brigas com ela. E, na maioria das vezes, as brigas ocorriam nessa casa. Eu quero me livrar desse lugar que me traz memórias ruins...— Eu me sento no sofá. — Desculpe pelo desabafo...— Eu fico um pouco triste. Todos ficam em silêncio por dez segundos...

Katy vem até mim e me abraça. 

Eu olho para ela que está sem expressão em seu rosto. Coitada, ela não tem culpa...

— Eu sei pra quem eu posso ligar pra levar os móveis. Podemos arrumar nossas coisas agora à noite, assim nós só preparamos as outras coisas secundárias de manhã. — Disse Melanie.

— Eu posso conversar com a proprietária da minha casa e sair amanhã mesmo...— Disse Lilian.

— Isso me lembra que eu vou fazer isso também...— Diz Melanie. — Bom, gente... Eu vou pra casa... Arrumar algumas coisas... Boa noite...— Melanie se retira da sala e vai embora.

The greatest -2Onde histórias criam vida. Descubra agora