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— Nervosa? — Jinx pergunta colocando a mão em minha coxa, me fazendo suspirar com o toque.

— Um pouco, mas nada que eu não possa superar com o tempo, eu acho. — Digo colocando minha mão em cima da sua, fazendo um leve carinho no local.

Nesta manhã chuvosa seria a minha primeira vez indo em um psicólogo, como conselheira, eu preciso ir pelo menos uma vez na semana, para conversar e outros motivos que Jayce me explicou, mas eu não prestei atenção.

O que me deixa mais relaxada é saber que meu psicólogo é Tobias, o pai de Caitlyn. Querendo ou não nós dois nos conhecemos o suficiente para eu não ficar tão desesperada.

Tobias também é psicólogo de Jinx, não por motivos de trabalho, a azulada realmente tem que ir, minha namorada foi diagnosticada recentemente com transtorno de personalidade borderline, e o tratamento requer terapia, e no caso de Jinx, medicamentos.

— Fica tranquila, solzinho, Tobias é gente boa! Ele me ajuda muito, vai ajudar você também, tenho certeza. — Ela afirma encostando a cabeça em meu ombro.

— É, eu sei... — Digo e logo Tobias me chama para entrar em sua sala.

Jinx acena para o homem que retribui.

— Vou ficar te esperando. — A azulada fala e eu concordo, dando um selinho de despedida, e indo em direção a Tobias, entrando em sua sala.

— Bom dia Lux, como vai? — Tobias pergunta, sentando atrás de sua mesa, e eu sentando em uma cadeira na sua frente.

— Vou bem e o senhor?

— Vou bem também

— Que bom! Então, nessa primeira seção vou perguntar mais sobre a sua infância e adolescência, tudo bem 'pra você?

— Claro! Posso começar? — Questiono e ele concorda.

— Bom, a minha primeira lembrança sou eu e Ekko bem pequenos andando pelas ruas de Zaun, procurando um lugar para ficar, até que Benzo encontra a gente, e nos levou para a sua casa, que ficava em cima da loja dele. Lembro que ele pegou roupas para nós dois e deu banho na gente com o maior cuidado do mundo.

— Acredito ver ele até hoje como um pai não é mesmo?

— Ah sim! Com certeza.

— Pode continuar Lux.

— Bom, eu tinha apenas quatro anos quando tudo aconteceu, e cresci sabendo que nunca ia ter luxo ou uma vida normal, não estou reclamando, nunca faria isso. Até porque eu tinha uma casa com tudo que precisava.

— O que você gostava de fazer? — Tobias me pergunta.

— Desde que Benzo me ensinou a ler, eu fiquei apaixonada por livros, então eu lia muito e eu gosto de escrever também.

— Apaixonada por linguagens suponho? — Ele questiona e eu concordo.

— Bom, depois que já estava familiarizada com o ambiente, vivi minha minha vida normal, até que com onze anos, em uma noite de ano novo, Mylo, um amigo nosso, me ofereceu um drink alcoólico para ver se eu gostava, e eu tomei, quatro. Naquela época eu já tinha menstruado e meu corpo estava mudando, e eu acabei beijando três meninos e três meninas naquela noite. — Enquanto eu falava, Tobias anotava algo em um papel e assentia.

— Depois teve todo aquele acidente com Silco, e nisso Benzo acabou falecendo e eu e Ekko tivemos que nos virar. Nós construímos um esconderijo, que inicialmente ia ser só nosso, mas acabamos encontrando uma criança de três anos, chamada Pandora e acabamos "adotando" ela, até que foram chegando mais gente e mais crianças, e quando nós vimos, já tínhamos mais de dez pessoas ali, e formamos um grupo chamado "fogolumes", nós tentávamos derrubar a turma do Silco em forma de vingança, no começo eu não participei, pois, eu não estava bem.

Can You Remember The Rain?Onde histórias criam vida. Descubra agora