O Ultimo a Cair

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Bem...Para entender exatamente o que levou sua mãe a fazer o que fez, primeiro devemos saber quem seu pai era. Acredito que até já tenha se perguntado sobre isso, e, na realidade, ele está longe de ser um desconhecido qualquer.  Este homem é o protagonista de uma das historias mais reverenciadas de Kurama.  Então, antes de tudo...



Permita-me compartilhar a lenda que seu pai originou 


Yochitomo Aoi Bara: O Ultimo a Cair



Abrigados com segurança dentro da caverna, o homem demonstrava sua habilidade ao gerar fogo com facilidade, aproveitando rochas e gravetos secos que coletara. Suas mãos se moviam com destreza, em uma dança harmoniosa com os elementos. A chama que ele nutria na entrada da caverna desafiava o clima adverso, crescendo e dançando em resposta, suas luzes projetando sombras dançantes pelas paredes rugosas.

Apesar de mancar devido aos ferimentos, ele se movia com firmeza em direção a Tokiwa. Ela fez um gesto suave com a mão, convidando-o a se sentar ao seu lado. Prontamente obedecendo, ele se aproximou, sua expressão suavizando. Seus cabelos negros estavam levemente molhados pela chuva. A esposa aconchegou-se contra seu ombro, buscando conforto no calor mútuo, enquanto seus olhares se encontravam em um elo silencioso, uma conexão no meio da tempestade que os cercava.



- O que faremos agora? - A voz sutil e doce rompeu o silêncio, a luz das chamas realçavam as marcas de preocupação ao rosto. Apesar de sua tentativa de parecer forte, era evidente que a tensão do momento estava pesando.



- Creio que, se continuarmos nesse ritmo, chegaremos a Sunomata. Lá, um amigo meu irá ajudá-las a partir para Lao'Hu. Saigai não conseguirá alcançá-las... -  Seus pés latejavam debaixo dos calçados, sangrando, lembrando-o da árdua prova de resistência que enfrentara ao carregar sua mulher e filha durante todo o dia, sem mostrar qualquer sinal de hesitação.

- E os outros? - A pergunta carregava consigo a resposta, uma verdade que já estava clara. 





Era tarde demais... Nesse ponto, todos os irmãos e irmãs do herói haviam sido derrotados. Ele estava plenamente ciente de que, no fim das contas, esse era o único destino que os aguardava. Para proteger você, ele renunciou a lutar nos campos de batalha ao lado dos aliados. Como resultado, ele não os acompanhou na morte. Sentia-se como um traidor, alguém não digno.

Os Contos da Rosa Azul - 01Onde histórias criam vida. Descubra agora