A proposta

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Floresta de Ichi no Tani - Momentos no passado 


- Espere! Não faça isso! - No topo da colina, um vento anormal, como um uivo sinistro, soprava furiosamente, abafando o grito do líder Taira. Os olhos amarelos, quase laranja, demonstravam um misto de cautela e tensão. À frente, a colina terminava bruscamente em uma cascata gigante, cujas águas rugiam com intensidade, devido às incessantes chuvas na região.



- Não se aproxime! - Tokiwa, com os braços tremendo, protegia sua filha com desespero. A irá transbordavam de seus olhos. Essa mesma fúria, até assustava Kiyomori, que vacilou por um momento diante da intensidade daqueles olhos.




O Homem não sabia como reagir naquela situação. As coisas tomaram um rumo completamente diferente do esperado: - Escute... Eu... Devo um favor a seu marido... - Kiyomori começou a dizer, cada palavra um passo à frente, afundando suas botas na lama que parecia brilhar com a umidade. Com cada passo, a mulher recuava, afastando-se rumo ao precipício.



Eu disse para não se aproximar! - Ela o odiava com toda a sua alma, e suas palavras eram uma condenação direta do que ele representava.



O velho sentia de certa forma uma pena pelo estado da mulher. Avido por aventuras e conquista, além de seguir ordens da coroa, jamais se importará com os que atacava. Mas aquele homem o mudou de uma forma estranha. 



- Não os fizemos nada...! - A voz de Tokiwa quase se desfez, dando espaço apenas pro mais profundo amargor no rosto - Nunca ameaçamos Saigai... Vocês... Não têm sentimento?!



As águas caíam incessantemente, enquanto a cascata ao fundo rugia com força. O homem recupera sua postura:- Eu quero apenas salvar vocês duas! Juro! Tem que acreditar em mim! 



 Tokiwa não podia acreditar no que ecoou em seus ouvidos. Aquele a qual destruiu sua vida, matou aqueles que já chamou de família, estava a tratando com gentileza? Isso era imperdoável! Sua face era movida de um lado a outro em negação - Seu miserável! Como consegue?! fez o que fez e agora vem até mim com essa sua cara sínica fingindo generosidade! Matou meus amigos! Queimou os templos sagrados e agora quer me salvar?! - O indicador da mulher era apontado para o seu algoz -  Diga, pra que? Me escravizar? Me humilhar! Quer que eu seja seu premio!? Verme desgraçado! - Catando um pouco de lama com uma de suas mãos, ela atirava no mesmo, manchando sua armadura - Sua alma pútrida não tem espaço no reino dos homens! É um demônio sem coração! Volte para o inferno de qual você veio! - A voz ia lentamente se desafinando com forme acabava o ar a cada palavra. No fim, sobravam apenas lamentos. 

Os Contos da Rosa Azul - 01Onde histórias criam vida. Descubra agora