Epílogo.

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DE VOLTA A AMBROSE

3 DIAS DEPOIS


SEGUNDA-FEIRA

A chuva começava a engrossar do lado de fora, com suas gotas d'água inundando as ruas e calçadas em plena manhã daquele começo de semana. Ambrose tinha o mito de ser uma cidade molhada e com sua temperatura sempre baixa, trazendo ondas de frio e tempestades constantes que variavam a cada mês. Para um começo de setembro, era de se esperar que o sol fosse se tornar presente naqueles dias, trazendo um pouco de claridade natural pelas ruas e vizinhanças que vinham buscando por um ar mais limpo e menos carregado que o habitual, todavia não era exatamente isso o que vinham recebendo nos três últimos dias.

Parecia-se que a energia da cidade se concentrava em tudo que acontecia ao seu redor e alimentava seus moradores com aquele clima cinzento e friorento com chuvas e garoas que não tinham início e nem previsão de término para sumirem. E depois que eles foram notificados a respeito dos últimos acontecimentos que ocorreram em uma das zonas rurais da cidade, aquela nova onda de medo e angustia se apossou novamente da breve calmaria e paz que eles vinham tentando cultivar desde os últimos eventos envolvendo o assassino em série. Só que dessa vez, a coisa aparentava ser ainda mais séria, os meios de noticias pareciam estar tendo um grande problema em explicar exatamente os detalhes do ocorrido que agora era nomeado drasticamente como "O Massacre em Westin Hills" nome dado as circunstâncias de como o local foi encontrado. Uma fazenda isolada, podendo ser achada por meio de uma das rotas de estrada que levava para fora daquela região em um lugar quase distante e desconhecido, que poucos tinham conhecimento sobre, mas que alguém aparentemente sabia sobre o local e tinha um propósito a se fazer.

Pelas únicas noticias que se tinha a respeito, em meio às manchetes que foram saindo conforme a imprensa cobria o lugar, era de que a propriedade havia sido invadida durante a última noite de sexta-feira, e um grupo de jovens que estavam hospedadas no local foram brutalmente assassinadas, por esse grupo seleto de delinquentes que se aproveitaram da chance em vê-las sozinhas para atacar. Não se estimava a quantidade de vítimas, mas o primeiro notificado eram de que tinha sido mais de dez, e seus corpos ainda estavam sendo recolhidos, o que fazia com que nenhuma delas pudesse ter seu cadáver retirado do local até a última pericia ser feita.

Garotas de outras cidades se encontravam em Westin Hills, que tivera o propósito de abrigar essas jovens em meio a uma terapia em grupo que consistia em deixá-las nessa irmandade durante um tempo, com o intuito de fazê-las superarem algum trauma decorrente ao passado. Devon Prescott era a responsável e dona do local, a mulher formada em psicologia e sendo uma das mais renomadas daquela região também se tornou uma das vítimas, assim como os dois únicos seguranças que trabalhavam por lá e foram assassinados da mesma maneira. Informações sobre as vítimas não foram reveladas.

E talvez toda aquela junção do pânico, luto e desespero era o que formava o clima pairado por Ambrose, que já se consagrava com seu título de cidade amaldiçoada. Todas as outras cidades vizinhas ou que tinham conhecimento sobre o lugar, já sabiam sobre a péssima fama que o local tomava, marcada por tragédias e assombros contínuos que pareciam nunca chegar ao fim. Mesmo que alguns quisessem não acreditar, aquela era uma visão prévia de como seria o final de cada um deles, quando a cidade se tornasse oficialmente um palco para o apocalipse que não estava nem tão longe de acontecer.

Em um trovão ricocheteando o céu, com seus raios dando aquela claridade em meio ao escuro cinzento, as janelas daquela sala da delegacia balançaram pelo forte estrondo, e o pequeno grupo de pessoas reunido naquele ambiente levantaram as cabeças para encararem a vidraça, com a possível ameaça de que elas poderiam cair.

The Wolves At The Door (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora