9-Brazil-----Hacker fdp

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A mãe de Kamilly me deu um beijo na testa e se levantou, limpei meus olhos apagando qualquer vestígios de que em algum momento lágrimas estiveram ali. Olhei nos seus olhos, seu típico sorriso me irritou.

- flor, a mais bela do jardim, de todos os jardins do mundo, nenhuma flor se compara com a sua beleza, levanta mas caí, se joga diante a dor, não tenta lutar, não se importa em se mostrar forte. Como quer ser alguém assim? Como quer ter respeito assim? Como ficará bem assim?

Suas palavras me atingem como tiros, sinto meu coração aperta em angústia e raiva, quem era ela pra me dar sermão?

- Sabe que eu não gosto que me chamem de flor, só ela podia.- digo me referindo a minha mãe.

- a sei, sei sim. Mas me perdoe se te chatiei, não foi palavras minhas, mas as de sua mãe. Ela me disse isso sobre você. Disse que você era fraca, mas não via, pois colocava uma máscara que até enganava você mesma.- ela sorrir e segura os dedos na frente do corpo em forma de inocência.

Avanço nela, minha vontade era de esfolar ela.

- Com todo respeito, quem é você pra tocar no nome da minha mãe? Quem é você para me dizer o que eu sou? Você não sabe nada de mim!

- oh eu não sou ninguém mesmo, sou só uma maluca que toma remédios fortíssimos ao ponto de imaginar coisas. Mas de algo eu sei.

Olho no fundo dos seus olhos, ela falava tão calma, não queria insinuar que ela não era nada, ela ainda era a mãe de Kamilly.

- você é fraca, entenda isso, e talvez melhore. Não tente ser algo que não é. Sua mãe já tinha matado milhares na sua idade e por onde ela passava as pessoas temiam seu nome. Seu olhar era penetrante e assustador. Mas acima de tudo era meigo.

Ela segura meu queixo forte, dou uma espécie de grunhido, mordi a língua com seu gesto.

- Vejo em você sua mãe, quando ela era ainda uma menina. Uma menina com medo, desamparada, que não sabia nem correr direito. Não corra Celine, ande, não de um passo maior que sua perna. Podem te dar uma rasteira nesse momento.

Ela solta meu queixo e volta para dia expressão alucinógica, isso que me dava mais medo.

Olho pra ela com raiva, mas tiro esse olhar do rosto. O rosto dela estava calmo, com uma expressão de animação. Aí está ela.

- obrigada pela conversa.- dou um beijo no seu rosto, pego minhas coisas no chão e vou para o escritório do papai.

Seu escritório estava empoeirado e com um maldito cheiro de nicotina. Vou até sua cadeira e me sento nela, ouso ela ranger.

Pego o telefone em sua mesa e verifico se tem linha. Tinha, disco o número de minha secretária.

- Compre passagens para mim e para as crianças- ela pergunta para qual destino- Brasil. O mais rápido possível.

Desligo e ligo para um dos primeiros.

- Meu recado chegou ao seu chefe?- a menina no telefone gagueja, provavelmente reconheceu minha voz.

- Sim...vou encaminhar sua ligação para a sala dele, posso?- me pede permissão, dou uma risada ácida. Murmuro um "sim".

Dois toques e ouso a voz de Ramiro.

- Celine! O quê devo a honra de sua ligação?- seu tom é totalmente sarcástico.

- Que dia Será?- ele rir.

- Você sabe o dia, sabe que será no dia em que você fez história.

- Como disse antes, Emily irá participar.- ignoro sua risada.

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