CORTE DE CAOS E SOMBRAS 2

Capítulo 13

Sou eu.

Com cabelos um poucos mais curtos, acima da cintura. Usando um vestido de um azul tão claro, que sei que nunca me atreveria usar na Corte.

Floquinho.

Quando o reflexo no espelho olha na direção de onde vem a voz que chama, tudo some e estou de volta no salão do Castelo.

Olha para o macho na minha frente, com as sobrancelhas franzidas em confusão.

- Por que você me chama assim?

- Porque você é a minha Floquinho. Chamo você assim desde o dia em que nos conhecemos. Sua pele branca e pálida como o gelo, seus cabelos tão brancos quanto um floco de neve.- ele sorri, fraco.

Ignoro o caos que se desenrola ao nosso redor, é como se um escudo fosse imposto sobre nós.

- Nós nunca nos vimos antes. Não antes da floresta.

Ele dá um passo em minha direção. Exitante.

- Nos conhecemos a muito tempo, querida. Muito, muito tempo. Você só não se lembra. Mas já está na hora de lembrar. Preciso da minha amiga de volta.- ele diz.

Quando diz isso, com tanta convicção, como se realmente fosse verdade, sinto sinceridade em suas palavras. Mas sei que são mentiras. Assim como sei da dor que esmaga a minha cabeça, toda vez que converso com ele.

A curiosidade me domina. Estou prestes a perguntar de onde, se ele realmente acredita que sim, quero saber de onde. Mas minha atenção voa para outra direção. Na direção do trono do Rei, onde Alina está jogada nas escadas, sangrando. E alguns metros longe, consigo ver o consorte da Rainha. Rowan.

Uma fúria toma conta de mim.

Toco no laço que divido com a Alina e o sinto cansado, machucado e com raiva.

Ele machucou ela. Ela a feriu. E vai pagar caro por isso.

Avanço, mas não antes de ser segurada por uma mão pálida. Com toda a força que possuo, levo a mão até aquela que está em meu braço e a puxo, torcendo o braço do jovem Rei para trás, quebrando o mesmo. Fecho minha mão em sua garganta e o jogo longe, em direção às paredes e o vejo atravessá-las com a força do golpe.
Giro em direção à Alina, ela tenta se levantar, e vejo o feérico indo em suas direção, mas antes que ele pense em chegar perto dela, eu já estou em sua frente.

Sinto o poder borbulhando em minhas veias. Consigo ver através dos seus olhos a névoa vermelha que me rodeia . Os olhos de um vermelho vivo, dominados pela fúria, por ele sequer, pensar, por um minuto, que poderia encostar um dedo nela.

Ele vai pagar caro por isso.

Sorrio, ao ver seus olhos arregalarem com surpresa e dor. Ele tenta lutar contra, mas nada me impede de fazer com que ele se curve, ficando de joelhos no chão. Sentindo tanta dor enquanto tenta lutar contra o meu poder.

Estava sendo misericordiosa. Razoável. Ia matar cada um deles, sem tortura. Ia apenas cumprir uma missão e deu. Mas agora, eles vão conhecer o porque sou a tão temida general dos exércitos do Rei.

Vejo sangue sair de seus olhos. Os gritos que antes tentava segurar, agora escapam de seus lábios e chegam em meus ouvidos como uma linda canção.

Olha para Alina, para me certificar de que ela está bem. O ferimento já começou a fechar. Ela ainda parece bastante cansada, não sei o que ele fez, mas exauriu minha amiga.

No Salão, todos que corriam para lá e para cá, param para olhar a cena que se desenrola em sua frente.

Aelin, vem em minha direção, dor e uma raiva descontrolada manchando suas feições. Sei o que isso significa. São parceiros. Almas ligadas por uma laço muito parecido com o que possuo com Alina, mas mais forte.