Capitulo 2

185 16 12
                                    


Resmunguei quando senti a presença de Alina em meu quarto. Em nome dos Deuses! Ela não sabe que está cedo ainda?

- Se resmungar de novo, vai confirmar o que todos acham de você. Uma ranzinza.- disse minha melhor amiga e irmã, se sentando aos pés da minha cama.

Resmunguei mais uma vez, me sentando na cama a fitando a morena sentada. Alina é linda, um cabelo preto ônix, corpo cheio de curvas e coberto por tatuagens, e uma delas, é idêntica a minha.

- Alina, você sabe que horas são?- perguntei e olhei para a janela, arregalei os olhos quando vi que o Sol nem tinha nascido ainda- Você só pode estar brincando comigo! O Sol nem nasceu ainda.

- Mas o dia já começou, em algum lugar o Sol já está nascendo.

- Mas aqui ainda não nasceu.- falei voltando a me deitar e cobrir minha cabeça com o cobertor. Senti meu corpo se arrepiar com o frio quando o cobertor fui puxado da cama. É isso, ela quer morrer- VOCÊ ESTÁ LOUCA? Eu não vou levantar. Estamos enfrentando um dos maiores invernos já vistos aqui em Delacourt .

Ela colocou as mãos na cintura e ficou me encarando, e eu soube que mais um de nossos jogos tinha se iniciado. Mantive o olhar dela pelo que parecia horas, ela estava quase perdendo. E perdeu. Sorri em vitória quando ela não aguentou mais e piscou, desviando o olhar.

Éramos assim, sempre fazendo jogos e invadindo o quarto uma da outra. Sempre foi, desde o dia em que nos conhecemos. Eu gostaria de ter conhecido ela antes, a vida dela teria sido bem mais fácil, mas nunca sabemos os planos dos Deuses. Quem sabe, era para ser assim mesmo.

- Você é INSUPORTÁVEL.

sorri com o fato de ela não saber perder.

- Não sei porque você sempre insiste nesse jogo. Sabe que eu sou boa e sempre ganho.- falei, me levantando da cama. Agora já estava acordada e não conseguiria mais dormir. Ela perdeu o jogo, mas conseguiu me fazer levantar. Fui até o armário pegar uma roupa e ela continuou onde estava.

- Você não é boa, apenas tem um olhar julgador e assassino, que promete morte para qualquer um que olhe por muito tempo. Isso dá medo.- ela disse.

Ri com essa afirmação. Realmente, isso era verdade. E dependendo da pessoa, eu realmente mataria se ficasse olhando por muito tempo.

Fui para o banheiro e tomei um banho quente. O inverno em Delacourt tinha começado a quinze anos atrás, alguns dias eram bons. Alguns não era necessário usar tanta roupa, mas em outros....Nossos Mestres da Ciência criaram um aparelho para medir a temperatura e tinha dias que ficava abaixo de 0°. O que segundo eles, significa muito frio.

Antes de colocar a roupa, uma calça de couro preta, duas blusas e um sobretudo de couro escamoso, me olhei no espelho. De fato, sou realmente linda. Um corpo cheio de curvas, seios fartos, uma bunda nem tão grande e nem tão pequena. Olhei para as minhas tatuagens. Cada uma representava algo, cada uma representava um poder que os Deuses me concederam. Segundo meu pai, foi o Deus Sombrio. O primeiro Targaryen. Mas eu prefiro acreditar que foi a Deusa Mãe, a criadora de mundos.

Passei a mão por uma tatuagem que eu não sabia o que significava, era a única que eu não sabia o significado. Parecia gavinhas de sombras. Desviei meu olhar para a tatuagem que eu tenho com Alina.

Logo as lembranças do dia em que fizemos preencheu minha mente.

Estava olhando para Alina, acho que ela está tão nervosa quanto eu.

CORTE DE CAOS E SOMBRAS 2Onde histórias criam vida. Descubra agora