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"Meu deus do céu,
aonde é que eu 'tô?
Alguém me explica,
me ajuda por favor
Bebi demais na noite passada
Eu só me lembro do começo da balada"
-Balada Louca

Kiara

Puta merda.

É a primeira coisa que eu penso, e tenho uma justificativa plausível:

1º Parece que o sol de Mônaco está no quarto, falando em quarto não estou no meu, nem preciso abrir os olhos pra saber o que nos leva ao 2º ponto

2º Tem uma ser humano respirando no meu cangote, me deixando arrepiada da cabeça aos pés

Abro os olhos e como eu disse em outro quarto, levanto o corpo devagar abandonado a cabeça alheia. Quando consigo sentar, me viro e olho.

— Merda— Não consigo segurar.

É Leclerc, que está deitado do meu lado com o seu lindo e escultural abdômen de fora.

—Fala baixo— Resmunga.

—Desculpa aí, príncipe— Parece tomar um susto com minha voz porque levanta rapidamente.

—Merda— Olha só, sorrio convencida— O que aconteceu?— Reviro os olhos e me levanto recolhendo minha roupa.

—Brincamos de boneca— É sua vez de revirar os olhos— Pode ver as horas?

—Merda, Kiara— Tira a coberta e põem as pernas pra fora, puxando toda a minha atenção para o seu corpo, gostoso— Isso é um grande erro, não deveria ter acontecido, não mesmo- Ok, ele está surtando.

Existem três tipos de homem depois de uma foda casual:

1º Esse vai viver normalmente, e se for dos bons até café da manhã rola.

2º Esse vai te esnobar e ser egocêntrico, e se for dos piores, maioria, vai te chamar de puta por ter ido pra cama com qualquer um, inclusive ele.

3º Esse vai voltar aos primórdios, fazer como antes, achar que porque dormiu com a mocinha precisam casar e viver felizes para sempre.

—Não precisa surtar, não vamos casar- Digo brincando mas arranco uma cara feia sua.

Fala sério, por que carambas fazer disso uma coisa grande, nem me lembro como chegamos aqui e muito menos como terminamos a noite.

—Para de brincar, você sabe que isso é um erro, não pode se repetir— Cruzo os braços esperando o fim do discurso sobre como isso não nos levará ao final feliz—Não quero te magoar, nem mesmo lembro como acabamos assim. 

Eu não sou idiota e muito menos a mocinha presa na torre, o problema dos homens é achar que todas as mulher são emocionadas, o que é um erro, homens são mais emocionados que mulheres. Leclerc é a prova disso, acha que tem que colocar um anel no meu dedo agora, homens precisam urgentemente entender que nós, mulheres, também gostamos de nos divertir casualmente e fim.

—Leclerc, tenha certeza que isso não vai se repetir— Ando até ele, ficando frente a frente— Daqui a alguns dias não vou lembrar disso, foi legal mas não memorável, não se acha demais— Abro os botões da sua camisa que está em mim, aos poucos, atraindo sua atenção— E pode deixar seu segredo está guardado comigo. 

[...]

Depois de muita luta consigo chegar ao hotel, graças ao abençoado meu pescoço parece que foi chupado por um vampiro, espero que eu tenha o marcado também.

Ainda fora do hotel, vejo uma cabeleira e roupa conhecida, Luísa, rio vendo sua pressa pra ir para o quarto. Ela entra no elevador antes que eu consiga alcançá-la.

Assim que chego no quarto a vejo deitada na cama, imóvel, vou até minha cama e faço o mesmo, desculpa banho mas nem vai rolar.

[...]

Acordo horas depois no mesmo estado que cheguei, Luísa permanece imóvel, penso em checar se está respirando mas a preguiça vence.

Meus olhos pesam, meus pés doem, meu cabelo não mexe de tão embolado que está. Tento achar meu celular para ver as horas mas desisto, fico ali desfalecida até que tomo coragem para levantar e tomar banho.

—Vamos vamos— Puxo a coberta de Luísa que permaneceu dormindo durante todo o tempo que fiquei no banho, o loiro deu uma canseira viu.

Ela fala alguma língua maia, resmungando, reclamando, reviro os olhos e puxo as cortinas.

—Minha cabeça vai explodir— Rio— Ri mesmo, sua idiota sortuda que não tem ressaca.

—Acontece, estou morrendo de fome, vamos logo.

AlwaysOnde histórias criam vida. Descubra agora