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"O mundo girando e a gente se esbarrando outra vez"
-Nocaute

20 de Junho - França🇫🇷

Luísa

Lissie me acompanha até a sala da imprensa pra última coletiva do final de semana, os componentes do pódio já estão sentados e aguardam o início.

Eles conversam entre si, parecem felizes com o resultado do dia, o clima é bom mas algo me diz que eu breve irá se tornar caótico.

A coletiva começa, algumas perguntas de rotina são feitas, decido que é hora de levar a mão e perguntar. O típico nervosismo em atinge, não importa quantas vezes eu faça sempre vai acontecer.

—Boa tarde, parabéns a todos pela corrida, minha pergunta vai para Lewis— Viro um pouco a cabeça para vê-lo melhor— Durante as corridas dessa temporada, estamos prestigiando uma disputa que não se via a tempos, gostaria de saber o que tem para nos contar de sua disputa com a Redbull de Max Verstappen— Apesar do frio na barriga, mantenho minha voz firme e formulo minha pergunta de forma calma e incisiva. Ignorando totalmente os olhares em minha direção, especificamente os azuis pertencentes a um nome e sobrenome que mexe comigo.

—Bom, Luísa, não é?— Concordo, fico surpresa por ele lembrar meu nome— Primeiro, obrigado, nossa corrida foi boa dentro do possível. Nossas disputas tem sido bem movimentadas, perigosas e ambiciosas, no qual vence aquele que se desenvolve melhor no conjunto da obra. Hoje, quem teve o melhor desempenho foram eles apesar das nossas tentativas eles ficaram com a melhor. Em geral, não tivemos o pior resultado e isso é que importa, só alguns pontos nos separam no campeonato ainda tem muito por vir.

—Obrigada— Agradeço e recebo uma piscada em resposta, sorrio envergonhada mas logo volto a postura profissional.

[...]

A coletiva acaba, algumas pessoas permanecem na sala, como eu. Vasculho minha calça e cadeira em busca da minha caneta que em algum momento resolveu sumir.

—Luísa— Viro a cabeca para ter certeza que minha mente não está me pregando peças, e ela não está. Lewis Hamilton está me chamando, como se não fosse suficiente lembrar meu nome.

Convenhamos que eu não tenho um nome e não sou nem um pouco lembravel, pelo menos para essa galera que vê mais gente em um dia que eu vou ver em toda minha vida.

—Oi?

—Não queria atrapalhar.

—Não atrapalhou, tá tudo bem?— Me viro de frente.

—Sim sim, só queria parabenizar seu trabalho— Uau, sem palavras por aqui— Sei como é importante o reconhecimento no início da carreira, e você tem uma brilhante pela frente— Sinto meu rosto ficar quente, estou com vergonha.

—Ah, obrigada— Mexo nas mãos tímida— Só tenho tentado dar o meu melhor.

—Acredite quando eu digo que está, deveria estar orgulhosa— Ou ele para ou eu vou cair durinha aqui no chão. Ele sorri e eu não resisto, também sorrio— Tenha uma boa noite, sweatheart.

Uepa.

Lhe ofereço um sorrio e aceno como despedida. Solto uma risada, quando ele some da minha vista, que logo some.

—Desde quando são tão próximos?— Nem tinha notado que ele continua ali.

Me viro vendo Max parado próximo a cadeira onde eu estava, agora a sala está vazia, Lewis ficou tanto tempo aqui? Logo esse questionamento se vai, quando observo com mais calma o dono dos olhos gravados na minha mente.

Max ainda, diferente de Lewis, está com o macacão da corrida amarrado na cintura, a blusa branca grudada no seu corpo devido ao esforço durante a corrida e fechando com chave de ouro os cabelos rebeldes comportados, minhas mãos coçam para tocar os fios. Agradeço e xingo a distância entre nós.

—O que disse?— Suspira parecendo impaciente, ignoro.

—Você e Hamilton amiguinhos, não sabia que tinha feito amizades por aqui— Cruza os braços, chamando minha atenção que logo se volta para seu rosto quando percebi o que ele disse.

Quem ele tá achando que é?

—Problema é seu, primeiro, que essa é a segunda vez que estamos nos falando— Pego meu tablete segurando pronta pra sair da sala— E outra, eu não tenho que te dar satisfação com quem tenho amizade.

—Quarta— Olho confusa e ficando irritada— Quarta vez que a gente se fala, duas em Mônaco e duas aqui— Vejo sua expressão de
irritação começa a mudar— Se bem que uma das vezes, não falamos muito só se gemidos contarem— Não acredito, saio andando até chegar na sua frente minha vontade é de estapeá-lo mas também de calar sua boca com um beijo que me faça esquecer de onde estou.

AAAAAAA
Esse homem tira minha paz!

—Você pirou?— Não faço nenhuma das vontades, tento manter meus pensamentos coerentes.

—Ainda não— Responde dando um passo à frente, cortando toda a distância. Se eu respirar mais fundo toco seu peito.

—Isso aqui não é seu parque de diversões, Max, não pode sair falando o que quer.

—Na verdade é sim, não viu o show que dei lá fora— Como é convencido, prepotente... Ele tem razão, ele deu um show na corrida. O vejo reprimir um sorriso, reviro os olhos e dou um passo para sair mas sou impedida por uma mão que segura meu braço.

Sinto um arrepio percorrer a minha pele pelo toque tão familiar.

—Não mereço nem um "meus parabéns"?— Pergunta dando um sorrisinho de lado, tento me manter seria quando digo.

—Não sabia que precisava aprovação para saber que foi bom, Verstappen.

AlwaysOnde histórias criam vida. Descubra agora