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"Everywhere I go leads me back to you"
-I miss you, I'm sorry

Luísa

Dou um sorriso com uma mistura de nervoso com nostalgia porque me lembro dessa expressão em uma situação parecida.

"Deu tudo errado, literalmente.

Quando acordei e decidi fazer essa surpresa não imaginava que passaria por esses perrengues.

Primeiro de tudo, nenhum táxi, uber, helicóptero ou qualquer outro meio de transporte aceitava ou aparecia para me levar ao aeroporto. O que me fez perder uma boa grana debitada nas corridas aceitas mas que nunca chegavam.

Segundo, deu algum b.o no aeroporto em que pousaríamos então ficamos em terra até que fosse resolvido. Atraso de duas horas no voo. Ou seja, chegar antes da corrida fora de cogitação.

Terceiro, que trânsito caótico da porra, a cidade parece ter diminuído e os carros aumentado. Nem antes e nem durante a corrida, quando piso no hotel onde Max está hospedado tenho vontade de ajoelhar e agradecer por ter chegado.

Pego o elevador, ando até seu quarto, tento me ajeitar, me tornar mais apresentável mas desisto e bato na porta, aguardo impaciente. Sinto um agito no estômago devido ao nervoso, o que me faz dá um leve sorriso.

A porta abre, revelando um loiro completamente bagunçado, com o cabelo despenteado, rosto marcado pelo sono e desnorteado com a cena a sua frente.

—Oi— E o que falo e vejo seu semblante mudar para um sorriso que me ganha completamente.

Ele não fala, me puxa para um abraço apertado, apesar de estar com o ar restrito pela força que nos abraçamos é aqui que volto a respirar, nos seus braços."

—Oi— Dessa vez, não sou eu que falo.

O antes e o agora, o passado e o presente colidem, não sei o que fazer ou pensar então opto para a lógica, sair despejando informação.

—Primeiro quero esclarecer que não sou uma maluca obcecada que segue você para saber qual é seu quarto de hotel. Quem me trouxe, foi Leclerc, eu precisava... eu preciso falar com você— Solto de uma vez, sentindo meu coração bater a mil por hora— Ele sabia então em guiou.

—Então, o maluco obcecado nesse caso é o Charles— Não resisto e rio.

—Acho que sim!

—Deixa eu te mostrar a vista, não vamos conversar no meio do corredor— Olha para o lados quando para de falar.

—Max, eu...

—Vem— Diz me puxando de leve, mas o suficiente para causar arrepio familiar, e fecha a porta.

Nos guia até sua varanda, não consigo prestar muita atenção no quarto, minha mente está dispersa e confusa, mas tudo parece diluir quando vejo o imenso mar cristalino a minha frente.

—Uau— Escuto sua risada enquanto admiro o azul— Sua vista é bem melhor que a minha.

—Sem dúvidas— Diz encostado na porta da varanda.

—Bem, não é pra isso que eu vim— Respiro fundo tomando coragem.

—Me diga porque então.

—Eu tive um sonho... um pesadelo terrível, mas tão tão tão real e eu precisava ver com meus próprios olhos que você está bem e vivo, para que eu possa ficar em paz— Ele não diz nada, deve sentir que ainda há muito para falar— Aquele acidente me assustou, ainda mais depois de tudo que aconteceu naquele final de semana. Te devo desculpas, isso— Aponto para nós— É complicado, mal resolvido mas o que vivemos, cada dia, cada hora, cada mísero segundo foi real e mesmo que tenha acabado como acabou, ninguém
além de nós deveria dar palpite, só eu e você sabemos o que passamos e o que sentimos mas... precisa entender que para mim, tudo é mais complicado, eu perdi muito— Minha mente soa um alerta vermelho, me impedindo de continuar por esse caminho— E fiquei muito magoada quando tudo pelo que lutei se resume a ser sua namorada. E eu lutei, lutei quando não tinha mais nada, não estou dizendo isso para me fazer de vítima e sim para que entenda minha reação, não odeio você, Max, jamais conseguiria. Peço desculpas pela forma que te tratei, não temos culpa por sermos ex-namorados, eles mexeram onde não deveriam.

AlwaysOnde histórias criam vida. Descubra agora