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-Moth to a flame

Luísa

As luzes piscam a todos instante me deixando mais tonta do que já estou, em algum momento da noite cada um tomou um rumo, alguns em grupo, como nos, os solteiros.

Kiara e Charles estão de picuinha entre si, quero gritar "se peguem logo" mas aí receberia um "vocês também" então fico calada. Max apenas observa tudo e todos fazendo um comentários as vezes.

—Vamos dançar— Falo já ficando entediada. Puxo sua mão, não dando opção.

—Eu não sei dançar.

—Eu também não, por isso coragem liquida— Levanto a garrafa de tequila, viramos na boca mesmo e andamos até o miolo.

The weekend grita nos auto falantes, o álcool corre nas minhas veias e quando vejo os olhos mais bonitos da minha vida me olhando, perco o que nem sabia que ainda tinha.

—Estou tão cansada— Desabafo, chegando perto do seu ouvido.

—Quer ir embora?— Me olha preocupado.

—Não, de fingir que não quero você— Digo chorosa, humilhada pela carência e vontade dele.

—Porra— E o que diz antes de segurar meu rosto meu puxando para um beijo rápido, desesperado. A falta de ar se faz presente, nós soltamos, porém permanecemos grudados, a mão na minha cintura me prende.

Não sei em qual momento da noite tudo se tornou um grande emaranhado de fatos, nossa tentativa de dança, sorrisos fáceis, beijo deliciosos, foi uma das melhores noites da minha vida, eu estava do lado dele.

Tudo nos levou chegarmos carregados por nós mesmos no hotel, entre trancos e barrancos nos guiamos até o elevador, o sono começa a bater e tudo que eu quero é uma cama macia e dormir. Max se enrola tentando pegar o cartão para abrir a porta mas consegue.

Não pensamos muito, tiro e largo meu sapato longe, assim como ele, nós jogamos na cama, só temos trabalho de ligar o ar antes de apagar totalmente.

[...]

A claridade começa a incomodar meus olhos me fazendo virar, quando faço isso, bato minha cabeça na do loiro, que resmunga, me lembrando da onde eu estou mas não como cheguei aqui.

—Desculpa— Digo, me assusto com rouquidão da minha própria voz.

Me mexo várias vezes procurando a posição perfeita para voltar a dormir mas não acho, bufo irritada e com sono.

—Esqueci que você se mexia tanto— Sua fala me tira dos pensamentos.

—Você que dorme igual uma múmia— Respondo— Inclusive, uma achei que estava morto por isso.

Escuto sua risada abafada pelo travesseiro, ele se vira para ficar cara a cara comigo, me deparo com seus cabelos bagunçados e cara amassada.

—Nos não trocamos nem de roupa— Comenta, e é então que presto atenção, não tinha notado.

—Meu Deus, não lembro como chegamos aqui, quase nada da noite.

—Eu lembro— Diz tirando uma mecha do meu cabelo do meu rosto. Sorrio de leve— Kiara cantou too sweet pro Leclerc, que deu um beijão nela.

—Que?!— Chocada mas não surpresa, essa loira é terrível.

—Os outros sumiram.

Se tem uma coisa que sempre me encantou, são olhares, eles dizem o que as palavras não conseguem, eles transmitem o que o coração sente.

Quando os olhos azuis, mais bonitos que eu já vi, estão focados em mim, analisando cada detalhe do meu rosto, sinto meu coração errar uma, duas, três, milhares de batidas.

Olhos que são capazes de me roubar o fôlego e a coerência, olhos que roubaram meu coração e o quebraram anos atrás e ainda sim, possuem minha mente, corpo e alma.

Não adianta, independente do eu tente, e eu juro que tento, quando eles param em mim nada mais existe, só somos nós.

—Janta comigo, essa noite?

—Claro— Sorrio envergonhada com sua analise.

[...]

—Você sumiu— Luísa diz no exato instante que me sento na mesa do café.

—Vocês que estavam se agarrando e não me viram.

—Quem estava se agarrando?— Daniel pergunta atrás de mim, aponto para os casais na minha frente enquanto bebo meu café— Você e Max, não é?

—Hm, que?— Engasgo e recebo tapinhas nas costas— Me deixem em paz— Digo e ganho risadas em resposta.

—Leclerc ainda tá desmaiado—Max chega rindo, como é bobo.

Kiara também, provavelmente, já que não estava no nosso quarto, essa loira tem muito para contar.

AlwaysOnde histórias criam vida. Descubra agora