"É preciso um para ser um"

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***

(Ligeiro aviso de gatilho)

Eu ainda estava bebendo da garrafa de rum quando Tom começou a acordar. Eu estava pensando no que teria acontecido se eu pulasse, se eles me encontrassem morto.

"Angie?" Ele disse, ainda acordando.

Eu olhei para ele, tirando a garrafa da minha boca.

"O que." Eu disse, ainda visivelmente chateada com ele.

"O que você está fazendo?" Ele disse, olhando para a garrafa em minhas mãos.

"Bebendo meu café da manhã. Quer um pouco?" Eu perguntei, segurando a garrafa em sua direção.

"Estou bem." Ele disse, acenando. "Onde está Bill?"

Revirei os olhos. "Lá em cima." Eu disse acenando com a cabeça naquela direção geral.

"Obrigado... Você está bem?" Ele disse me inspecionando.

Eu ri, e então soltei um longo suspiro. "Não, você só ajudou a matar a única pessoa que já me amou, filho da puta." Deixei escapar uma fungada. "Claro que não estou bem."

"Sinto muito... Angie. Eu não consegui parar." Ele disse, chegando um pouco mais perto.

"Você ajudou Bill a arrancar meu único senso de realidade. Estou perdida." Eu o tranquilizei, tomando outro gole. "Agora saia da minha frente." Eu disse me sacudindo. Eu bati a garrafa de volta na mesa, acordando os outros dois.

"Angelina, venha cá!" Tom chamou, enquanto eu subia as escadas. Eu não respondi, nem olhei para ele. Entrei no quarto, Bill estava parado ali seminu. A parte inferior de seu corpo estava coberta por uma toalha, sua metade superior estava se contorcendo em uma camisa. Ele tinha acabado de tomar banho, eu senti o cheiro do vapor.

"Angie?" Ele disse, por baixo da camisa. Eu corri para a varanda agora ensolarada, para a mesa em silêncio. Peguei a garrafa de Benadryl, colocando cinco na minha boca. Eu poderia começar meu processo de cura mais tarde.

Agora, tudo que eu precisava fazer era esquecer. Eu precisava me sentir confusa e transparente. Bill não me alcançou rápido o suficiente, eu já tinha engolido. Ele agarrou meu rosto, forçando minha boca a abrir.

"Angelina... que porra você está fazendo?" Ele disse, ainda segurando minha boca aberta.

Eu me empurrei para longe dele. "Esquecendo."

"Esquecendo o quê? Aquela vadia?" Ele riu um pouco. "Eu não posso acreditar que você realmente sentiu algo por ela."

A raiva cresceu através da culpa, e eu bati minha mão em seu rosto o mais forte que pude.

"Que porra de boca." Eu disse, inclinando-me mais perto na ponta dos pés. Foi difícil, ele era pelo menos 10 centímetros mais alto que eu. "Pelo menos não fui eu quem a assassinou a sangue frio." eu cuspi.

Ele me empurrou, me fazendo bater na grade. Ele se aproximou, em um ritmo rápido. Ele me deu um tapa no rosto, com força. Acho que tive vontade de morrer, porque o acertei de volta. Eu nem me importei com a picada que sua mão deixou, eu queria sentir a dor. Isso me ajudou a escapar mais rápido. Ele me empurrou um pouco mais, me olhando de cima a baixo.

"Você fica mal-humorada quando está drogada." Ele disse, agarrando meu punho.

"Não me faça punir você." Ele rosnou.

Que porra de palavras eram aquelas?

"Você parece um idiota pra caralho, Bill. A coisa toda de macho alfa está ficando velha." Eu disse, citando meus dedos no ar.

Satan Reincarnate [PT-BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora