Operação Babá - Wednesday Addams

Four

S/n Miller Point of Views

- S/n? - Paro de andar.

Droga.

- Hum..?

- Será que você pode me olhar enquanto falo com você? - Fala a bruxa má e eu encaro a bruxa com total desconfiança. - Quer uma maçã? Uma maçã vermelhinha. - Um sorriso sinistro mal-comida sendo gentil. Isso me lembra..

- Tá louca, mulher? Eu assisti Branca de Neve. - A bruxa má do oeste revira os olhos.

- Idiota.

- Depois eu que sou mal educada. - Aproximo-me de Bah e lhe dou um beijo na bochecha.

- Vou dar uma olhada nas crianças.

Um mês que já estou trabalhando na casa dos Addams ou seria Galpin? Há um mês. Em todo esse tempo vi Wednesday Addams apenas três vezes, a mulher é sutil e sorrateira como um felino.

Trabalhar com os M's me deixa extremamente cansada mas, ao final do dia, tudo vale a pena.

Sinto que saber que criamos uma grande conexão e me dói ficarei só por mais 11 meses.

Afasto esse aperto do peito e faço minha primeira parada da tarde. Maria Luíza dorme tranquilamente, sua respiração cadenciada, um pequeno sorriso está em seus lábios, ela deve estar tendo um sonho lindo.

Aliás, bebês tem pesadelos? Acho que não.. Cubro a Mah e lhe dou o porquinho de pelúcia, seu fiel escudeiro.

Minha segunda parada é no quarto de Maria Helena que, como de costume, está ligada no 220.

- Oii, S/a gatona. - Ela para de correr pelo quarto.

- Hey, Helena gatinha. Você deveria estar tirando a soneca da tarde. - Maria Helena me olha como se dissesse: "O quê?!! Você só pode estar louca, S/a."

- Não 'quelo'.

- Mas vai. - Pego-a no colo.

- Vamos buscar sua mamadeira?

- Tetê. - Rebate.

- O que conversamos sobre substituir palavras?

- Que não pode?! - Arqueia a sobrancelha, mesmo que inconsciente desse gesto e, por um segundo, lembro-me de Wednesday.

- Exatamente. Então, tetê se chama..? - Incentivo enquanto caminhamos em direção à cozinha.

- 'Mamadeila'.

- MamadeiRa.

- Dá no memsinho, S/a. - Coloco-a sentada sobre o imenso balcão de mármore na cozinha.

- Claro que não.

- Oooh, S/a.

- Fala. - Abro a geladeira procurando a mamadeira de Helena que, por sorte, Dona Clotilde sempre deixa preparada.

- Você acha que minha mãezinha não gosta de mim? - Volto olhar a pequena.

- Por que isso agora?

- Porque ela nunquinha tá aqui.

- Porque ela trabalha muito, Helena. - Coloco a mamadeira no microondas. - Isso não quer dizer que ela não te ame.

- Você me ama? - Seu rostinho entrega toda a sua insegurança.

- Amo. - Beijo a ponta do nariz da maluquinha. - Amo muito. - Assim que o eletrodoméstico apita retiro a mamadeira de dentro verificando a temperatura.

- Toma, vamos dormir.

Vinte minutos depois e finalmente Helena pega no sono. Vamos de terceira parada do dia.