Operação Babá - Wednesday Addams

Nine

Wednesday Addams Point of Views

É inegável.

A propriedade dos pais da S/n é de tirar o fôlego.

Todo o local. A mansão, os jardins, absolutamente cada detalhe parece ter sido pensado e arquitetado para que, no final, tudo se encaixasse na mais perfeita harmonia.

Continuo admirando o lago, pois é.. A parte do fundo do imenso jardim dá diretamente para um lindo lago. A imagem parece ter sido pintada por algum grande artista da imensa sensibilidade e, apesar do Sol forte, não me incomodo de ficar por ali mais algum tempo.

Fecho os olhos, a calma me invade e expiro devagar permitindo assim que o ar puro entre em meus pulmões. Essa paz. Eu almejei essa paz durante tanto tempo.

Fico nesta posição durante longos segundos, abrindo os olhos apenas quando sinto a presença de alguém ao meu lado.

- Eu gosto daqui.

Olho-a por alguns segundos porém o olhar de Maria Eduarda continua fixo no lado e toda sua beleza.

-Eu também. - Por fim, respondo algo. - Onde estão seus irmãos e a babá maluca que cuida de vocês?

- Eles foram para a piscina. - Ela dá de ombros. - A Maria Helena ficou insistindo, mesmo estando com o braço quebrado. - Minha menina revira seus lindos olhinhos pretos. - E a tia Bianca falou algo sobre ver a tia Yoko de biquíni e jogá-la na água.

Um sorriso escapa entre seus lábios. Sinto que Yoko e Bianca ainda terão um final feliz.

- E você? Por que não quis cair na farra com eles?

- Essa é uma pergunta retórica? - Ela suspira.

- Duda..

- Eu não gosto, mamãe. Eu sou.. - Eduarda engole em seco. - Um monstro.

Arregalo os olhos.

Então é isso que minha filha acha que é? Alguém horrível e não digna de aproveitar um dia ensolarado ao lado dos irmãos apenas por ser.. Diferente?

- Filha.. - Começo, sem realmente ter algo a dizer.

- Não precisa, mamãe. Eu te entendo.

- Entende? - Franzo o cenho.

Duda balança a cabeça de forma positiva.

- Por baixo dessa roupa, eu sou horrível. É normal ninguém querer me abraçar, ficar perto de mim e..

Não a deixo terminar a frase. Puxo Eduarda para o meu colo e a abraço de forma apertada tentando conter minhas lágrimas.

Que droga de mãe eu sou?

- Nunca, jamais, em hipótese alguma, diga isso novamente. Ouviu? Você é especial e sabe disso.

- Você não me queria. - Sussurra e eu balanço a cabeça em forma negativa.

- Eu sempre te quis. Você foi a melhor coisa que aconteceu em meu mundo, Duda. - Beijo sua testa. - E o que te aconteceu foi culpa minha. Não existe um só dia que eu não me arrependa de ter demorado tanto a tirar seus irmãos e você daquele inferno.

- Eu ainda lembro. - Seu corpinho treme, estreito meus braços ainda mais ao seu redor. - Quando olho no espelho e vejo.. Você sabe.. As cicatrizes, eu lembro. Me sinto feia, mamãe.

- Você é linda, filha. Maravilhosa. Uma garotinha incrível, que foi capaz de sobreviver a tudo que aconteceu. Nenhuma cicatriz jamais te tornará feia, elas mostram o quão forte você é.

- Por que comigo? - Ela murmura, sua voz abalada e triste.

- Porque eu fui fraca e estúpida. - Afirmo.