1 mês antes.
Corro como se minha vida dependesse disso. Então me lembro que realmente depende, se eu parar eu morro.Roberto tem feito da minha vida um inferno. Uma na qual eu não aguento mais lutar. Já dei parte dele e tudo que conseguir foi uma ordem de restrição. Que não serve de porcaria nenhuma. Talvez sirva se eu morrer, seria só mais uma nas estatísticas. Pra que fazer uma lei se não estão disposto a cumprir?
Ele me persegue e me ameaça constantemente.
Viro a esquerda e suspiro, um beco sem saída, mas eu não posso parar agora, se eu parar será meu fim. Tento subir as paredes e nada, me apoio em umas caixas velhas que tem por aqui, mas ainda assim não consigo. Desco ao ouvir o rugido em minha direção. Dois cachorros estremamente raivosos me olham como se eu fosse um pedaço de carne mal passada. Perto está Roberto que apenas me olha e sorrir. Achando graça do teatro.
Muito mal respiro, tento não me mexer, e os cachorros me analisam prontos pra atacar, estou imprensada na parede e não tenho como fugir, eu tentei de todas as formas. Corri por dez minutos fugindo deles e nada, me encurralei feito um animal, e agora eu seria a refeição deles.
Ninguém iria me salvar, quem seria louco de se meter com dois cachorros furiosos desse jeito? Sem contar que já se passava das três da manhã. Estava fazendo um bico num bar, e fiquei até tarde ajeitando o máximo que eu podia, até por que o bar ainda estava em alto funcionamento. Dona Rosa, a dona do bar me dispensou pois eu estava nitidamente muito cansada e apesar do bar estar em pleno funcionamento, não está tão cheio como se fosse um final de semana. Trabalhei sexta, sábado, domingo e segunda, direto, sem parar, nem pra casa eu ia, só dava uns cochilos de vez em quando no estoque de bebidas. Não por que ela me obrigava, muito pelo contrário ela me expulsava de lá. Mas eu me sentia mais segura lá. Toda vez que saia meu marido me esperava com uma surpresa, e hoje não foi diferente. E eu já estava saturada disso. Ele quer me enlouquecer. Como pode um homem ser tão louco a esse ponto? Como pode simplesmente não aceitar um fim de relacionamento. Estive em algumas reuniões onde mulheres vivem como eu. Com medo de não ter um amanhã por que simplesmente seus maridos são doentes.
O cachorro cada vez mais se aproxima de mim. Tento o afastar porém nada, parecem que estão a dias sem comer e eu seria um belo de um banquete. Tento marcar pra correr e desisti quando o vejo se aproximar demais. Eu não vou morrer aqui. Roberto não fala nada. Só assiste o show.
- Eu disse. Volta ou morre. Por fim declarou.
- Prefiro morrer. Grito e tento correr, fugir daquele destino cruel.
Braços fortes me circulam e me puxam com brusquidao. Num momento estou preste a ser devorada e no outro estou no chão com um homem me olhando de cima a baixo. Minha respiração está acelerada e continuo do mesmo jeito. Não foi dessa vez. Sinto as lágrimas descerem copiosamente e me encolho. Sinto braços me cercando e me sinto ser levantada, não dou importância, acabei de passar pelo inferno, qualquer lugar longe do meu marido e perfeito. Ouvi vozes alta e sorrisos, música ambiente e barulhos de jogos. Logo o silêncio me abraça e me aconchego ainda mais ao desconhecido, me sinto sendo depositada num lugar confortável, não me atrevo a olhar, apenas me encolho como se fosse uma criança.
- Você está bem?
A voz grave e rouca me arrepia. Não, eu não estou bem, queria gritar, mas apenas aceno.
O silêncio se instalou, mas eu sabia que ele estava ali, que eu estava sendo observada.
- Posso ficar aqui?
Perguntei com medo. Eu não queria ir embora, estava cansada demais, saturada demais. Fisicamente e emocionalmente.
- Quanto tempo precisar! Disse e eu sorri.
Eu concerteza não quero sair daqui, não quero saber nem onde estou. Eu estou bem, não foi dessa vez que meu marido conseguiu e isso e o que me importa.
Ainda assim precisava dizer o que aconteceu e principalmente os risco que eu corria. Será que ele iria correr risco por ter me permitido ficar aqui? Abro a boca e dou um pulo, não podia arriscar sua segurança, mas logo fecho a boca ao ver-lo. Alto, forte na medida, sem ser musculoso, cabelos um pouco cumpridos caiam em seus olhos, mas o que mais me assustou foram suas tatuagens. Seus braços completamente fechados, seu pescoço, sua barriga definida. Eu nem havia percebido que ele estava sem camisa. Todo seu corpo era marcado por tinta. Ele usava uma calça preta que adornava completamente seus músculos e um tênis preto. Ele era lindo e selvagem, uma mistura de perigo e sedutor.
Sua sombrancelha se arqueoou e me dei conta que o observei por tempo demais e o principal, o observei por inteiro.
Então logo o julguei por sua aparência, meu marido era um merda e me assombrava feito um inferno, o que esse homem escrito PERIGO não seria capaz de fazer comigo? Eu estava fodida. E acho que ele percebeu pois logo disse:
- Nao vou te fazer mal, não se assuste.
- Desculpe.... Desculpe. Tentei mais firme. - Eu tô passando por um inferno ultimamente e você me assustou.
- Está segura aqui. Descansa e depois conversamos. Disse saindo.
- Espera. Gritei e ele parou. - Onde estou? Perguntei.
- Seja bem-vinda, você está no Motoclube dos lobos!!!
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Dante. MC - Lobos
FanfictionA história de um motoclube que luta por justiça acima de qualquer coisa. A história de uma mulher marcada pela justica mal feita. Poderiam ambos ceder ao desejo e à luxúria que os cercam?