6 - Maria Clara.

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Estou de volta.
Agora e sério, vamos dar continuidade a Dante e as outras histórias na minha plataforma.
Desculpem a demora.
Amanhã tem mais!!!!


Quem acha que minha vida se tornou fácil está muito errado. Um mês se passou que conheci Dante. E praticamente tenho morado no moto clube. Num quarto só pra mim.

As pessoas aqui são como família. Te tratam como família. Como se você fosse importante pra elas. Fiz algumas amizades, porém continuo evitando grande parte das pessoas. E temporário. Reafirmo pra mim mesmo, não quero ter que deixar essas pessoas depois, portanto eu não me apego. Fujo quanto eu consigo. Uma das poucas pessoas que entrou na minha vida como um furacão foi Letícia. Ela e responsável pela cozinha do Motoclube. E ela não me deu escolhas quando tentei fugir. Quando tentei ser grossa e rude. Pode ser egoísta da minha parte. Mas eu já sou fodida demais pra ter que lidar com isso. As pessoas morrem. Minha família toda morreu. E o homem que era pra me proteger, me espancava. Então não, eu não quero pessoas em minha vida. Outra pessoa também que não me larga e a Sílvia, uma outra doida mas muito querida. Ela e nova, deve ter seus 20 anos e parece que tem um crunch num tal de Alexandre que eu se quer já o vi antes. Por outro lado conheci Julian e pensa num negão da porra? Alto, musculoso, aqueles tipos de cara que vc tem vontade de lamber pedacinho por pedacinho. Descobri que ele e Dante são irmãos. São o contraste um do outro mas são sangue do mesmo sangue. Enquanto Dante teve a vida perfeita com pai e mãe. Julian foi o cara criado só pela mãe, fruto de um relacionamento fora do casamento do pai deles. Eles não se conheciam até seu avô descobrir e o trazer pra cá. O trazer para o ter os mesmo benefícios que seu herdeiro legítimo. Senti orgulho desse cara mesmo ao descobrir que Dante comeu o pão que o diabo amassou com ele. Mas ele protegeu seu neto, ele protegeu sua família.

Até hoje não sei do meu marido. Ou quase ex. Dante me levava e me buscava com sua moto no bar. Até que eu saí de lá.  Estava pesado para Dante dar conta de mim. Me buscar de madrugada e ter seus afazeres ainda. Então entramos num acordo. Eu ajudo Letícia na cozinha como se fosse meu emprego. Eu não tenho nada a perder mesmo, não era o emprego dos sonhos, e muito menos o amor da minha vida. Tudo que eu quero e espero e um dia me livrar de Roberto e tentar me encaixar novamente na sociedade.

Eu quero estudar. Quero fazer uma faculdade, meu sonho e ser professora. Mas eu nunca pude. Não por que eu não quis. Mas por que teve uma época que passei a ser uma ameassa até mesmo com crianças. O ciúmes do meu marido era tão doentio e eu simplesmente só aceitei. Eu simplesmente só desisti de tudo por que eu achei que era normal.

- Está pensativa hoje.

Dante fala me tirando de meus pensamentos, escorado no balcão como sempre sem camisa.

Esse homem e a personificação da beleza bruta. Tão lindo e tão sexy, que sinto minhas bochechas esquentarem, mas logo desvio os pensamentos. Você não e boa o bastante pra ninguém. Lembro das falas do meu marido e suspiro. Esse homem nunca será meu.

Então sorrio por que o pensamento deveria me assustar. Eu nunca deveria querer um homem como ele, não depois de tudo que passei, olhe pra ele, te parte ao meio apenas com um soco.

- Pensando na vida. Respondo.
- Compartilhe. Pede.
- Queria fazer algo da minha vida. Reaprender a viver.
- Então por que não faz? Perguntou ele.
- Por que ainda não sou livre. Digo com rispidez. - A qual e. Olha pra mim, não posso nem sair desse clube.
- E claro que pode. Você que não quer.
- Eu não posso Dante.
- Você não poder não significa você não querer. Disse ele.
- tá achando que eu não quero mesmo? Tá achando que eu não quero ir embora e parar de atrapalhar vocês? Deixar de ser um fardo pra vocês?

- Olha a boca menina. Diz Letícia entrando na cozinha, se metendo na nossa conversa.

Levanto a sobrancelha e bufo.

- As pessoas aqui são família, são partes de alguma coisa, são donos de alguma coisa, temos pessoas aqui muito bem sucedido na vida, mas temos também aquelas que só querem proteção, que como você, só quer viver em paz. Temos pessoas aqui que....

- Eu não quero saber dessas pessoas Letícia. Pelo amor de Deus. Eu não sei nem lidar com a minha vida sozinha. Se eu sair por essa porta eu morro. Digo ainda exasperada.

- Aí e que você se engana. Diz Dante agora chateado. - Você quer sair? Saia, você quer estudar? Estude. Quer ter sua vida lá fora? Então vá. Por que voce e minha Clara. Está sob minha proteção, então você só morre quando eu disser que está na hora.

Olho ao redor ao show que demos e as pessoas que se agruparam ali. Você só morre quando eu disser. Só quando eu quiser. Palavras que me sufocam mas não me aterrorizam. Saio a procura de ar até a porta principal. Olho para ela e choro. Não consigo sair. Não sozinha. Então corro para meu quarto. O único lugar que onde sei que estarei segura. Não sei se fiz a escolha certa ao querer ficar aqui. Sai de um relacionamento tóxico pra me prender aqui. Que eu não sei nem mesmo o que e. Até quando vou viver.

Fiz escolhas erradas uma atrás da outra. E as palavras de Dante me assustam como um inferno. Pois sinto que vou morrer. Em algum momento eu sinto que eu ainda morrerei pelas suas mãos.

Eu só não sei se será antes ou depois de Roberto colocar as mãos em mim.


Digam aí o que estão achando.
Votem e comentem.

Dante. MC - Lobos Onde histórias criam vida. Descubra agora