8 - Maria Clara

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Acordo me sentindo sufocada. Então me lembro de Dante e do sexo incrível que tivemos, intenso, gostoso. Penso se iremos repetir, se ele me quer novamente. Roberto não gostava, me chamava de fria, dizia que eu se quer o fazia gozar decentemente. Dante ainda ressonava baixinho, o que me fazia acreditar que ele estava sim dormindo. Seus braços me envolviam por completo, sentia calor mas estava me sentindo tão acolhida que se quer ousei me mexer, pelo contrário me aconcheguei ainda mais em seus braços. Eu não queria sair daqui, não queria que ele acordasse e me tirasse dali, ou que tivesse algum tipo de arrependimento, eu não estava arrependida, mas também não queria que houvesse dúvidas. Por hora aproveitei de seu aconchego, do seu calor.

Minha vida sempre foi uma merda. Nunca tive ninguém e nada depois que meus pais morreram, Roberto me enfiou num cativeiro e eu apenas aceitei, aceitei a merda de mulher que sou hoje, com medo de viver, aprendi a ser egoísta, a não deixar que precisassem de mim, a não contar com ninguém, estava cansada. Eu só queria viver novamente, acordar aquela mulher bonita, jovem e sexy que um dia eu fui. Eu não deveria me importar com o que ele falava de mim, mas eu não tinha escapatória. Não quando eu ouvia todos os dias as mesmas coisas, você não e ninguem, você não serve pra nada, ninguém nunca vai querer você, você não pode isso, não pode aquilo. E eu preciso dar um basta nisso.

Ele estava errado. Ele estava errado por que Dante me quis. E ele não parecia enojado em nenhum momento. E ele foi muito melhor do que meu marido se quer um dia foi pra mim.

- Consigo ouvir seus pensamentos de longe.

Ouço sua voz rouca e sua barba rala se esfregar em meu pescoço. Seus braços me apertam e me levam mais para perto.

- Como foi? Pergunto acanhada
- Como foi o que? Pergunta ele confuso.
- Isso entre a gente, como foi?
- Foi maravilhoso, você e gostosa pra porra!
- Não sentiu repulsa em algum momento? Pergunto e tenho seu silêncio.

O que me faz crer que ele saiba exatamente do que se trata. Do meu passado não tão distante de mim.

Seus braços me soltam e me ele me vira para si, me segurando novamente, me prendendo. Enxergo seus olhos e vejo uma ruga no meio de sua sobrancelha. Beijo-a e fico parada ali. Imóvel.

Dante segura-me pelo pescoço me conduzindo até sua boca, me tomando para si, saboreando.

- Você e gostosa! Diz descendo seus lábios pelo meu corpo.

- Sexy.

Gemo sentindo seus lábios ao redor do meu seio. Brincando.

- Apertada e eu tenho certeza que se eu descer meus dedos até sua boceta você estará molhada.

Diz tendo a certeza do que disse, descendo seus dedos e entrando em mim de uma só vez. Me chupando agora o outro seio. Seus dedos fazem um movimento de vai e vem, e eu gemo de prazer sentindo o orgasmo se aproximar. Mas ele não vem. Ele retira seus dedos trazendo os até minha boca.

-Chupa. Ordena. - Sente seu gosto, sente como você e gostosa, molhada e minha.

Seus dedos retornam para dentro de mim trazendo mais do meu sabor.

- Chupa como se tivesse chupando meu pau. Você e uma delícia. Sente seu sabor. Sente o prazer que você me proporciona.

Diz esfregando seu pau já duro em mim. Ele troca seus dedos pelo seu pau me tomando pra si. Não, ele não tem repulsa, ele tem prazer. E é por isso que me entrego a ele completamente. E gozamos juntos novamente.

- Droga. Transamos sem camisinha de novo. Diz ele.
- Eu sou limpa e eu não posso ter filhos. Digo sem graça.
- Eu também sou limpo e...
- Então você não tem com o que se preocupar. Digo o cortando.
- Por que você não pode ter filhos? Pergunta.
- Vai me largar por isso?
- Não. Você pode até não ter como gerar um mas isso não significa que você não possa ser mãe. Diz me encarando.

Me extremesso. Posso não gerar, mas posso ser mãe. Serei tão mãe quanto uma que gerou.

- Eu nunca consegui com Roberto. Fizemos exames e deu algumas complicações. Eu realmente não posso, mas não sei direito. Tentei fazer o tratamento mas não consegui. E Roberto nunca quis de verdade, então como sempre eu abri mão.

- Um passo de cada vez querida, se for o que você deseja você terá. Eu só peço que você espere um pouco, se recupere primeiro..
- Obrigada. Digo me aninhando a ele. Você tem feito tanto, eu não quero que isso acabe.
- Que bom. Por que eu também não quero. Vamos aos poucos nos conhecendo. Declara por fim.

Apenas assinto. Assinto por que e o primeiro passo pra ser melhor, pra me fazer voltar a viver.
Batidas na porta me assustam, Dante se levanta e coloca sua calça.

- Dante tá aí?? Ouço a voz de Julian. Nervoso.
- Tô indo.
- Estamos com problemas cara, venha preparado.

Dante abre a porta e o encara. Julian o encara de cima a baixo, sem camisa e com marcas pelo seu ombro. Ele sorri e me encara me deixando sem graça.

- A noite foi boa hum? Diz Julian.
- Qual o problema idiota?
- Os piratas tão aí.
- Vamos. Diz Dante vindo beijar minha testa e saindo.

Suspiro feliz e me levanto, sei que Dante vem tendo problemas com esse outro Motoclube a algum tempo. Então me visto e desço. Ouço vozes alteradas e muitos homens armados.

- Nos não estamos no século xv Cristofer. Não vai ter casamento. Diz Dante.

Cristofer. Lembro do nome citado por Silvia e a vejo logo a frente perto da cozinha com leticia e suspiro. Cristofer e o chefe dos piratas. Onde Dante vem tendo problemas.

- E um acordo cara, eu preciso de você. Preciso de sua proteção com a minha filha.

- E eu posso protege-la você sabe disso. Mas sem casamento. Não por obrigação.

- Não posso arriscar. Preciso ter certeza que ela ficará bem.

- Você não acredita em mim? Você não me conhece mais? Qual foi cara? Diz Dante cansado.

- Fiz tudo que tive que fazer pra chamar sua atenção. Você nunca quis a nada disso, e você mudou seu Motoclube completamente pra ser um lar para você e para sua família. Eu quero isso pra minha filha.

- E por que você não muda o seu também?

- Podemos nos falar a sós? Pede Cristofer.

Dante assente e eles se vão para o escritório. O silêncio por um momento e constrangedor. Mas logo muda por que pelo que parece Julian conhece alguns e eles engatam em uma conversa. Logo todos estão envolvidos bebendo, comendo e conversando.

A reunião de Dante demora, leva horas. E quando ele retorna seu semblante e cansado e irritado. Seus passos são duros e Cristofer vem logo atrás. O silêncio retorna esperando a ordem, ou o comunicado.

- Teremos um casamento em dois meses. Dante declara.

Os piratas festejam, e nós ficamos apenas surpresos. Dante estava tão decidido e então mudou sua decisão, sinal que algo ruim vem por aí.

- Nosso press. foi algemado. Alguém diz e não sei quem foi.

Mas sua frase me assusta, por que eu sei que o press é de presidente. E o presidente do clube e o Dante. O olho e vejo o mesmo me encarando. Ele se vira e retorna para seu escritório com Julian o seguindo.

Me irrito por que estávamos bem até algumas horas atrás e agora ele seria de outra. Não definitivamente eu não iria permitir. Não quando decidi usar dele para me levantar e ser a mulher que um dia eu fui. E eu precisava começar a fazer isso agora. Parar de deixar que as pessoas comandam minha vida como eles querem. De ditarem quais passos eu devo seguir. Não. Não mais....


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⏰ Última atualização: Apr 23 ⏰

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