O nome Enokida passou a ser reconhecido e bastante comentado após o talento de Tsuki ser descoberto pelo mundo. Suas habilidades trouxeram sucesso e conquistas a sua família durante anos e anos. Quando sua adorável neta desperta sua individualidade...
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Desconfortável. Essa única palavra descrevia perfeitamente aquele momento.
Minha cabeça colada ao chão diante de seus pés, meu corpo na posição correta se curvando a ela como um pedido de desculpas. Meus olhos esquentando esperando a hora certa de soltar as lágrimas que eu insistia em segurar.
— Senhora, me desculpe por ser inútil. Eu te decepcionei, vou compreender se não quiser mais me ensinar. – Minha voz falhava e eu não tinha certeza de que ela podia me ouvir.
Silêncio. Ela não falou nada. Toda aquela cena devia ser ridícula para ela. Eu quase podia imaginar qual era sua expressão.
— É assim que age com ela? Mostrando ser inferior? — Eu me encolhi diante de sua pergunta. Ela não precisava realmente de uma resposta. — Tsuki te educou muito bem. Acho que ela tem grandes expectativas em relação a você, por isso as coisas são assim.
Poison segurou meus braços para me ajudar a levantar. Evitei olhar para ela diretamente, o suspiro de cansaço vindo dela me fez estremecer. Eu estava com medo disso chegar aos ouvidos da vovó e ela desistir de mim também. Poison tinha razão, não apenas a vovó mas todo mundo, todos criaram grandes expectativas. Eram ideias que eu pensava ser inalcançáveis nas minhas condições, mesmo que treinasse todos os dias sem falta.
A heroína organizou os fios de cabelo espalhados pelo meu rosto de forma paciente.
— Comigo não há necessidade de agir desta maneira. Quero ser uma amiga, não alguém que tenha medo.
Imediatamente, eu levantei a cabeça para vê-la. Poison havia sido sincera. Nada nela tinha traços de mentiras.
A angústia se esvaiu do meu corpo, ficou difícil de segurar a vontade de chorar mas me mantive firme. O céu tinha se aberto novamente.
Mais tranquila e aliviada, eu peguei sua mão com um toque suave com as minhas ainda trêmulas.
— Uh… eu queria lhe pedir algo. – sussurrei, receosa.
— Agora que fui gentil você está se sentindo livre para me pedir coisas, que rápida mudança. Vá em frente.
— É que e-estou curiosa s-sobre seu trabalho como médica.
Suas sobrancelhas se ergueram de surpresa e logo um sorriso enorme surgiu em seu rosto.
Sua reação era um pouco diferente do que eu pensava. De qualquer forma, existia um motivo para ter feito tal pedido. Eu ganhei outra chance não vou deixar ela escapar.
Depois que descobri que de alguma forma eu podia curar minha curiosidade cresceu. Eu tentei curar outros seres como animais e plantas. Mas não consegui curar nenhuma pessoa além de mim porque não encontrei ninguém para testar.
Poison era uma médica. Nas pesquisas que fiz soube que sua individualidade possui habilidades de cura. O poder dela consiste em plantas que podem atacar ou defender. O Fator de cura vem da essência das flores e das plantas medicinais. Sendo assim, ela poderia me auxiliar e servir como voluntária. Cheia de alegria e com os olhos brilhando, a heroína começou a andar pelo consultório explicando cada detalhe, indo primeiro para mesa de aparelhos médicos qual vi quando entrei nesta sala pela primeira vez.
