Capítulo 5

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O guarda imediatamente correu para abrir as portas de vidro e mais dois outros homens de uniforme se juntaram para o ajudar

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O guarda imediatamente correu para abrir as portas de vidro e mais dois outros homens de uniforme se juntaram para o ajudar. Vendo que estava finalmente livre para ir aonde queria, America se dirigiu até o banco de pedra o mais rápido que pôde sem se permitir olhar para trás e agradecer o favor ao príncipe. O ar gélido foi muito bem-vindo, ela se concentrou na brisa da noite e deixou de fora toda confusão que sentia sufocar seu coração. Porém, a calmaria não durou tanto tempo pois America logo ouviu o príncipe perguntar:

— Está tudo bem, querida?

— Eu não sou sua querida.

Maxon encarou America com uma expressão confusa. Na visão dele, tinha feito tudo que estava ao seu alcance para que ela se sentisse à vontade. Contrariar as regras do palácio não estava em sua lista de coisas preferidas a se fazer, mas ela era a mulher que estava prometida a ele em casamento, não seria tolo em começar uma relação com o pé esquerdo.

— O que eu fiz para ofender a senhorita? — Maxon sentou ao seu lado respeitando uma certa distância. — Por acaso não lhe dei exatamente o que queria?

America reparou o príncipe, ele estava devidamente vestido em seu terno azul escuro, ao contrário dela, que vestia roupas de dormir amassadas e um pouco transparentes. Nunca havia se sentido tão patética. Obviamente, não era desse jeito que esperava encontrar Maxon pela primeira vez, ainda que não estivesse em seus planos impressioná-lo.

— Eu apenas disse que não sou sua querida, não nos conhecemos. — Ela deu um suspiro, se arrependeria pela grosseria mais tarde, mas isso era um problema para a America do futuro. — Me chame pelo meu nome, Alteza.

Por um milésimo de segundo America teve dúvidas de que ele realmente soubesse o nome dela. Quem poderia saber que espécie de homem os príncipes eram? Talvez ele se importe tão pouco com a ideia de se casar que deixou todos os detalhes para a última hora.

— Se é assim que deseja, senhorita America. — Ele deu um suspiro antes de completar a frase. — Assim será.

Suas dúvidas foram cessadas ao ouvir ele falando, o tom de voz era grave e o nome dela até soou mais bonito. America espantou aqueles pensamentos no mesmo instante em que passaram por sua cabeça e se concentrou em dar uma risada debochada ao se dar conta de que ele falava como um personagem de peças de teatro do século dezesseis.

— Tem consciência de como tudo isso é ridículo? — América exclamou, recuperando um pouco de coragem.

— O que é ridículo? — Maxon devolveu.

— Essa união arranjada. — Ela apontou para ele e depois para si própria. — Estou me sentindo como uma marionete, ninguém se importa de verdade com o que eu quero.

— Eu lamento que seja assim.

America se sentiu mal pelo encolher de ombros do príncipe, há instantes atrás ele parecia tão imponente e poderoso. Sabia muito bem que não deveria colocar a culpa nos ombros dele, Maxon era tão vítima das circunstâncias quanto ela.

— Eu também. — America confessou. — Não queria estar enjaulada aqui.

— Você realmente acha que o palácio é uma jaula? — Os olhos dele estavam cheios de compaixão.

— Sim, eu acho — A voz de America saiu calma e ela acrescentou: — Alteza.

Maxon riu, pegando America de surpresa, ela não esperava que ele tivesse algum senso de humor. Entretanto, estava grata por ter sido uma risada no lugar de um resmungo. America se lembrou da rainha Amberly, em como ela foi amável e simpática e constatou que Maxon se parecia com ela, não pela aparência, mas pela maneira de ser. Isso foi um grande ponto positivo.

— Eu gostaria que tivéssemos nos conhecido em uma ocasião melhor do que essa, mas fico feliz que tenha sido sincera comigo. — Maxon falou pegando a mão dela com delicadeza. — Há algo que eu possa fazer para a senhorita se sentir um pouco melhor?

O efeito que a mão de Maxon tinha sobre a dela não passou despercebido, um arrepio percorreu seu corpo e ela teve que segurar a vontade de sorrir diante dos incríveis olhos cor de mel do príncipe. Seus sentimentos não eram assim tão fáceis de serem conquistados, afinal. America não podia se levar pela beleza e a educação de um homem, não permitiria que isso acontecesse com ela.

— Acho que não, alteza. — Foi a resposta de America, dura e vazia.

— Certo. — Ele coçou a cabeça com a mão livre. — Mesmo assim, eu prometo que vou fazer de tudo para o seu bem estar. Se o jardim a deixa feliz, posso informar aos funcionários que você gosta de vir até aqui, os guardas ainda estarão por perto, mas não vão incomodá-lá.

America balançou a cabeça em afirmação com um pouco de relutância. Estava imaginando que conhecer o príncipe seria um evento desagrádevel e assustadoramente entediante, mas pelo visto, ele não era tão ruim assim. Nas poucas vezes que o vira pela televisão, Maxon dava a impressão que era como um robô, programado para reinar e proibido de sorrir e aproveitar as pequenas coisas da vida. Ela ainda não estava encantada por ele, muito menos atraída, mas saber que ele poderia ser mais que uma coroa era um conforto. Então de repente, Maxon aproximou seus lábios da mão dela e pousou um beijo em sua pele, atordoada demais para falar alguma coisa, America apenas engoliu em seco.

— Você vai voltar para dentro daqui a pouco? — O príncipe voltou a falar enquanto se levantava.

— Sim — Ela respondeu em um sussurro olhando para o chão. — Eu não vou demorar.

— Certo, eu preciso ir. — Maxon avisou começando a se afastar dela. — Nosso encontro oficial é amanhã, acho melhor deixarmos esse momento só para nós dois.

— E para os guardas. — America concluiu olhando para ele uma última vez naquela noite.

— E para os guardas. — Ele concordou com um pequeno sorriso e se virou para ir embora.

America suspirou ao observar Maxon se afastando dela, ele parecia ser bem diferente do que ela havia imaginado durante todo aquele tempo e ela ainda estava decidindo se isso era uma coisa boa ou um fato completamente terrível. Não esperava que pudesse ser amiga dele ou muito menos que o casamento fosse além dos sentimentos falsos que eles precisavam demonstrar para o povo de Illéa. America lembrou da promessa que fez à irmã mais nova: "Eu prometo que não terei medo de nada" e sentiu que ela teve o poder de assustá-la pela primeira vez. 

Notas da autora: Há neste capítulo trechos retirados do livro "A Seleção" que não foram alterados

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Notas da autora: Há neste capítulo trechos retirados do livro "A Seleção" que não foram alterados. Todos os créditos a Kiera Cass.

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