Onde America Singer e Maxon Schreave são oferecidos em casamento um para o outro sem nunca terem se conhecido.
A fim de promover uma distração eficaz para a população que manifestava por mudanças significativas na monarquia de Illéa, o rei Clarkson...
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Maxon não podia dizer que estava feliz por ter sido considerado um amigo em potencial por America, é claro que ele não esperava que ela caísse aos seus pés e jurasse amor eterno no primeiro “encontro” dos dois, mas depois de ser um cavalheiro agradável, esperava que ela ao menos o enxergasse como um homem. Porém, pedir isso de America parecia ser demais, a pobre moça estava no palácio contra sua vontade, um ambiente que podia ser cruel na maioria do tempo e longe de tudo que amava. Maxon estava se sentindo muito egoísta por estar tão atraído por ela e desejar que ela sentisse o mesmo tão rápido quanto ele. Por isso, tentou não se abalar com a enxurrada de pensamentos que o rondavam e se concentrou em America, em ser o melhor anfitrião que poderia e fazer com que ela se sentisse confortável ao lado dele.
— Você acabou não me dizendo o que mais gostou aqui. — Ele retomou a conversa quando já estavam sentados à mesa, rodeados pelo aroma dos doces que foram servidos para os dois.
— Bom… — America engoliu um pedaço de torta que tinha acabado de levar à boca um pouco envergonhada. — Além da comida?
— Há uma coisa mágica entre você e a comida, não é mesmo? — Maxon disse com uma expressão alegre.
— Eu estou aqui por ela, não lhe contaram? — America deu de ombros antes de continuar em um tom mais calmo: — Eu adorei o meu quarto, nunca imaginei que dormiria num lugar como aquele.
Maxon assentiu com a cabeça. Os aposentos reais eram um motivo de orgulho para seu pai, todos eles eram uma perfeita mistura de conforto e beleza.
— E o que você mais gosta? — America devolveu se mostrando interessada. — Acho que ninguém melhor do que o príncipe para dizer os melhores lugares do palácio.
— Eu gosto de todos os lugares.
Se fosse mesmo sincero, mostraria o único lado de sua vida que não era de conhecimento geral. Não era nada grandioso ou proibido, mas seu amor pela fotografia era algo que compartilhava de verdade apenas com sua mãe. Seu pai sabia que ele gostava de fotografar, até tinha bancado os dois cursos que ele fizera alguns anos antes, mas o rei nem imaginava que se pudesse, Maxon viveria apenas do que a sua câmera pudesse capturar. No entanto, a expressão que tomou conta do rosto de America mostrou que se contasse algo verdadeiro a relação deles teria mais chance de crescer, ainda que fosse uma mera amizade.
— Não precisa contar se não… — America começou.
— O estúdio de fotografia. — Maxon se apressou a falar antes que perdesse a coragem.
— Você gosta de fotografar?
— É um hobbie. — Ele deu de ombros. — Tenho um certo gosto em poder transformar momentos em imagens e estar por trás das câmeras, só para variar.
— Isso é impressionante.
Maxon abriu um sorriso, durante toda sua vida ouviu elogios como o que ela tinha acabado de dizer, mas todos se referiam a coisas que na maioria das vezes ele nem tinha participado diretamente, bastava sua assinatura em um contrato que aplausos, elogios e agradecimentos surgiam aos montes. Era bom impressionar por algo que realmente tinha prazer em fazer.
