Capítulo 2

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Gritos de diferentes bocas foram ouvidos saindo da cozinha da família Singer

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Gritos de diferentes bocas foram ouvidos saindo da cozinha da família Singer. Magda estava incrédula pela decisão que o marido havia tomado sem consultá-la. May repetia o nome do príncipe Maxon muitas vezes acompanhado pela frase "Ele será meu irmão" e Gerad esbravejava com o pai sem obter resposta.

Durante toda a comoção que se espalhava pela casa, America se manteve estática, sua boca estava ressecada demais para que ela conseguisse dizer alguma coisa que fizesse sentido. De tudo o que passava pela sua cabeça, a ideia de estar sendo alvo de uma brincadeira de mal gosto era o principal dos pensamentos. Como o seu pai poderia ser capaz de cogitar uma ideia absurda como aquela e ser ingênuo o suficiente para acreditar que isso traria alguma coisa positiva para suas vidas?

No momento em que o choque cessou e sua mãe e seus irmãos ficaram quietos o suficiente para que ela pudesse respirar, America se levantou da cadeira a fim de encarar o pai com mais vigor. Ela gostaria de ter conseguido ler os seus pensamentos.

— Gatinha... — Shalom tentou pegar a mão dela novamente, mas foi pego de surpresa pela reação da filha.

— Não me chame assim! — America se sobressaltou de um instante para o outro depois de ouvir o apelido que deveria ser carinhoso. — Você não tinha o direito de me oferecer como se eu fosse uma moeda de troca.

America não sentiu compaixão no olhar machucado de seu pai, desde que ele se tornara Chefe Provincial passou a depositar toda a sua força em benefício do bem do povo e esquecia que sua família, ainda que apoiasse o desenvolvimento de Illéa, não era capaz de fazer o mesmo.

— Pense bem, America. — Ele insistiu. — Você precisa entender que uma união com o príncipe vai abrir um mar de possibilidades para nós.

— Para nós? — Ela vociferou, a decepção que sentia era ainda mais forte que a raiva. — Quando pensou em alguém além de si mesmo ao me colocar nessa situação? O senhor não pode estar no seu juízo perfeito.

— America! — Magda repreendeu a filha ao passo que expulsava os dois mais novos do ambiente, eles não precisavam ouvir o bate boca que se instaurava ali.

No entanto, America estava irredutível e circulou a mesa de jantar demonstrando impaciência. Ela estava começando a se sentir enjoada e desejou correr para o quarto e permanecer lá até o fim do inverno, que ainda nem tinha começado.

— Ele não pode acreditar que o rei aceitaria a dissolução das castas só por minha causa. — America apontou para o pai, mas sua visão embaçada encontrou o rosto da mãe. — Isso não faz o menor sentido.

— É claro que não estou pensando nessa possibilidade, minha filha. Mas um dia o príncipe Maxon assumirá a coroa e quando esse dia chegar todos os nossos esforços serão recompensados se você for a rainha ao lado dele.

Rainha? America não acreditava que o seu nome realmente estava sendo cogitado para entrar na linha de sucessão ao trono. A realeza normalmente se mantinha tão longe de sua realidade que fazia o que seu pai tinha acabado de falar parecer uma piada ruim.

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