Capítulo 17 - Primeira briga

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Cha Young bufou frustrada,ela não tinha chave para entrar,até pensou em pedir uma chave reserva mas talvez fosse demais.

Talvez ele estivesse no Japuragi conversando com o seu pai,ela pensou.

Depois de descer as escadas para sair da área residencial, a advogada se deparou com a porta da firma fechada e as luzes todas apagadas. Cha Young espreitou através dos vidros mas não viu ninguém, seu pai já havia fechado a firma e ido para casa e Vincenzo não estava em lugar nenhum.

Vincenzo Cassano não estava em lugar nenhum do plaza e não estava atendendo o celular.

Esse pensamento só fez o coração de Cha Young bater mais e mais rápido.

E se ele estivesse ferido em algum lugar? Sozinho? E se aqueles homens o tivessem pegado? E se ele estivesse morto?

Cha Young entrou completamente em pânico, ela passou a mão pelos cabelos enquanto inspirava e expirava fundo para tentar controlar a respiração e o batimentos cardíacos.

Ela não deveria estar se sentindo assim por causa de um homem qualquer certo?

A advogada voltou frustrada para a porta do apartamento de Vincenzo, bufando, ela se encostou na parede e deslizou pateticamente até ao chão.

Ela esperou imóvel naquela posição durante algumas horas, seu celular já havia descarregado,não havia mais nada que ela pudesse fazer para distrair a cabeça.

A única coisa que ela podia pensar era nele.

Estava completamente escuro e nenhum barulho era escutado,nem mesmo o motor de algum carro,o que indicava que era bastante tarde.

Cha Young pensou em encostar a cabeça na parede e dormir,mas estava frio demais para isso.

Até que algum tempo depois,  a advogada escutou os passos dele ecoando pelo plaza antes de o conseguir ver. Ele saiu do meio da escuridão caminhando até que Cha Young o conseguisse ver, não perfeitamente, mas o suficiente para enexergar as manchas de sangue na sua camisa e no casaco do seu terno. O suficiente para enxergar o corte na sua bochecha.

Cha Young engoliu em seco com aquele imagem, parecia acabada de sair de um filme de terror.

"Onde você estava?" ela questionou com a voz rouca sentindo a garganta seca.

Vincenzo não respondeu, apenas retirou a chaves do bolso e abriu a porta, entrando no apartamento e deixando a porta aberta atrás de si.

Cha Young levou isso como um sinal para entrar.

Então ela o fez,mas quando entrou ele não estava em lugar nenhum, ela olhou para todos os cantos do apartamento até escutar o barulho do chuveiro.

Cha Young suspirou,soltando o ar que estava prendendo desde que o viu. Ela não estava com medo dele,não era nada disso,ela estava assustada por ele, durante horas sua cabeça havia sido bombardeada constantemente com pensamentos sobre o que poderia ter acontecido.

Cha Young se sentia estranha, ela não sabia o que fazer,estar ali naquele lugar parecia errado, ela cogitou brevemente a opção de sair dali, mas era de madrugada não era como se ela tivesse para onde ir.

Então ela apenas ficou sentada no sofá, contando as manchas de humidade da parede, esperando pacientemente que ele saísse do banheiro.

O que não demorou muito tempo, considerando que havia pouca água quente naquele prédio.

Parecia errado perguntar mas não parecia que Vincenzo fosse contar o que havia acontecido de livre vontade e Cha Young conseguia ser bastante teimosa quando queria, algo que ela até se orgulhava.

"Você não respondeu." ela afirmou sentindo sua voz tremer um pouco.

Vincenzo parou no meio do caminho,de costas para ela,com o olhar baixo.

"Resolvendo assuntos." ele respondeu.

Por um momento Cha Young não o reconheceu, sua voz não demonstrava qualquer emoção.

"Você sempre diz isso."

Vincenzo soltou uma risada irónica.

"Menina Hong,isso não lhe diz respeito,minha vida privada não lhe diz respeito."

Cha Young sentiu seu coração parar, não era totalmente mentira, mas ela queria fazer parte da vida dele,já que ele sabia tanta coisa sobre ela.

"Você está certo, mas não foi isso que eu quis dizer,você sabe quanto tempo eu esperei na sua porta?" ela questionou num tom acusatório.

"De quem é a culpa?" ele questionou de volta,virando de frente para ela e pela primeira vez Cha Young viu um lado dele que nunca havia visto. "Eu paguei um quarto de hotel para você." Todo o seu semblante demonstrava raiva.

Cha Young bufou irritada, apertando a borda do sofá até seus dedos ficarem brancos.

"Sua, você não precisaria pagar nada para mim, se em primeiro lugar homens da máfia não tivessem tentando me matar." ela cuspiu as palavras de uma vez, sem pensar antes de falar.

Cha Young era extremamente impulsiva por vezes e ela se odiava por isso, ela sabia perfeitamente o quanto ele se culpou pelo que aconteceu e mesmo assim ela tocou na ferida.

Uma dor pior que suco de limão num corte de papel.

Vincenzo não respondeu, Cha Young o viu inspirar fundo, provavelmente se contendo para não dizer algo de volta que a machucasse, então ele abriu a porta do quarto entrando e a batendo com força fazendo estremecer as paredes do apartamento.

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