Cha Young esboçou um pequeno sorriso tentando manter a postura na frente do seu pai e do Sr.Nam, Vincenzo a seguiu pela porta do escritório deixando os dois homens sozinhos.
"Esses dois são péssimos mentirosos." Yu Chan disse rindo.
Do lado de fora, caminhando pelos corredores do plaza, Cha Young se questionou ao ver Vincenzo caminhar com ela em direção ao carro.
"Achei que você precisava pegar algumas coisas no seu apartamento." Ela quebrou o silêncio.
"Não preciso, era apenas uma desculpa para te acompanhar."
Cha Young não conseguiu evitar uma pequena risada que escapou da sua boca pela primeira vez ele não tentou inventar alguma desculpa para a acompanhar, apenas foi, aquele homem mexia com ela de maneira inexplicáveis.
"Porque você está rindo?" Vincenzo questionou e Cha Young sentiu suas bochechas esquentarem.
"Porque você é fofo".
Foi a vez de Vincenzo corar.
"Você está indo na reunião?" ele questionou e Cha Young apenas acenou com a cabeça. "Achei que você não gostava dos seus colegas."
"E não gosto, só quero saber os que eles falam de mim e ver o olhar na cara deles quando me virem novamente, já passou algum tempo e eu mudei."
"Incluindo seu ex namorado." Vincenzo parou de caminhar e olha diretamente para ela, que revirou os olhos carinhosamente.
"Isso foi há muito tempo, eu era praticamente uma criança e além não acho que ele gostava de mim."
"Ele era um idiota." Vincenzo respondeu e Cha Young não conseguiu evitar sorrir.
"Eu preciso ir, não quero chegar tarde."
"Eu posso te levar."
"Não precisa, além disso, você tem trabalho a fazer."
Vincenzo bufou.
"Eu posso te buscar, me liga..." Cha Young o interrompeu.
"Eu não sei a que horas vai terminar."
"Você vai beber?"
Cha Young revirou os olhos. "Você é sempre assim?"
"Só com você."
Ela soltou uma risada nasal sentindo se mais vermelha que antes.
"Eu preciso ir, se cuida e não esquece de comer." Antes de saltitar em direção ao carro Cha Young se aproximou de Vincenzo e depositou um beijo rápido nos seus lábios.
Assim que a advogada girou em nos seus calcanhares em direção ao seu carro, Vincenzo a puxou pela cintura e devolveu o beijo sem pensar duas vezes.
"Você sabe pode me ligar não importa a hora e eu irei te buscar."
"Eu sei, está tudo bem." Ela respondeu alisando a sua gravata.
Vincenzo ficou no mesmo lugar parado a assistindo entrar no carro e sair do estacionamento do plaza, sorrindo como um adolescente apaixonado.
O italiano estava concentrado demais em Cha Young que não percebeu o mesmo carro preto de vidros fumados de alguns meses atrás parado do outro lado do estacionamento.
(...)
Vincenzo conseguiu manter sua cabeça ocupada durante algumas horas trabalhando na firma de advogados com Yu Chan e o Sr. Nam.
Mas eles terminaram um pouco antes da hora do jantar e Vincenzo voltou para o seu apartamento do plaza.
Assim que ele abriu a porta ele estranhou Cha Young não ter saltitado até ele e jogado os braços á volta do seu pescoço como sempre fazia, até ele lembrar onde ela estava. Os seus chinelos rosa estavam jogados no chão de qualquer maneira e Vincenzo os arrumou como sempre fazia, mas dessa vez ela não estava lá para escutar as reclamações dele sobre jogar os chinelos pelo chão ou deixá-los virados para baixo, ela também não estava lá para revirar os olhos e fazer beicinho e o chamar de supersticioso.
O apartamento estava cheio de vestígios dela por toda a parte, a roupa espalhada pela cama, vários saltos pelo chão, as maquilhagens dela por toda a parte no banheiro, Vincenzo odiava desorganização, ele sempre reclamava com ela por não guardar as roupas de volta no armário.
Mas dessa vez ele não conseguiu evitar em sorrir, ele realmente sentia a falta dela.
Depois de arrumar toda a roupa, maquilhagens e sapatos dela nos devidos lugares, ele voltou para a cozinha e serviu um copo de vinho italiano, aquele que ele tanto gostava e ligou a televisão para assistir sua opera favorita.
Vincenzo não conseguia se concentrar, no entanto, Cha Young não estava lá para reclamar da opera, ela não estava lá para interromper a cada 5 minutos dizendo que não estava entendendo nada. Ela também não estava ali se revirando sem parar no sofá colocando os pés em cima dele e pedindo para assistir um episodio do seu dorama de romance favorito.
Vincenzo sempre cedia e a deixava assistir, ela deitava a cabeça no colo dele enquanto ele brincava com as mexas de cabelo dela e os dois juntos assistiam. Vincenzo revira os olhos a cada cena, mas no final Cha Young sempre acabava por adormecer e ele assistia sozinho.
Dessa vez era diferente Vincenzo podia assistir sua opera em paz, mas ele não conseguia prestar atenção e saborear o momento, ela não estava lá, Vincenzo estava tão acostumado com a advogado que não lembrava mais de como era sua vida antes de a conhecer.
Seu celular começou a tocar em cima da bancada da cozinha e Vincenzo correu para ele, quase derramando todo o vinho na sua camisa extremamente cara, na esperança de que fosse ela.
Ele ficou desapontado quando viu que não era ela e sim Luca.
"Ciao Luca" Vincenzo disse atendendo o telefone. 1
"Consigliere" ele disse do outro lado e Vincenzo percebeu pelo tom de voz dele que as notícias não eram boas. "E' Paolo, è fuggito in Corea." 2
Vincenzo sentiu seu coração bater freneticamente nesse momento, ele segurou o celular com tanta força que as pontas dos seus dedos ficaram brancos, ele não podia acreditar que seu irmão estava na coreia atrás dele.
"Merda."
Antes que pudesse escutar dizer alguma coisa ou mesmo pensar em algo, alguém bateu na porta. Vincenzo se moveu rapidamente na esperança que fosse Cha Young ou mesmo Paolo, mas não havia ninguém, assim que o italiano colocou um pé fora do apartamento para olhar o corredor, ele viu um pequeno saco plástico.
Vincenzo se agachou para pegar o saco que continha um brinco de Cha Young, aquele que ele havia dado para ela, ensanguentado, juntamente com o cartão com uma morada escrita e uma letra "C" desenhada com sangue, Vincenzo amassou o papel em suas mãos tremendo, Paolo iria se arrepender profundamente até ao dia da sua morte.
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1 "Olá Luca"
2 "Paolo fugiu para a coreia"
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Butterfly Effect
Romansa(Versão em português, CONCLUIDA) "O bater de asas de uma simples borboleta pode influenciar o curso natural das coisas e provocar um tufão do outro lado do mundo." A vida de Cha Young tinha começado muito antes do bater das asas de uma borboleta, ma...