Cha Young estava irritada, na verdade não, irritada era um eufemismo para o que ela havia sentindo nos últimos dias e toda aquela raiva era culpa de uma única pessoa, Vincenzo Cassano.
“Sunbae.” Han Seok disse a fazendo desviar a atenção dos papeis que estava lendo.
“O quê?” ela questionou visivelmente irritada.
“Aconteceu alguma coisa?”
A advogada franziu as sobrancelhas, é claro que ele havia percebido seu mau humor, talvez fosse a quantidade de doces que ela vinha comendo, talvez fosse a agressividade com que ela batia os saltos cada vez que pisava no chão, não importava a razão, seu melhor amigo havia percebido.
“Nada.” ela respondeu evitando o olhar dele.
“Sunbae vamos…” ele insistiu novamente.
“É só que…aquele…” ela bufou irritada. “Vincenzo Cassano é um idiota, isso foi o que aconteceu.”
“Hmm porquê?” Han Seok questionou sentindo se confuso com a falta de informações.
“Ele…hmm…bem ele me beijou.” A advogada respondeu murmurando.
“O quê?” ele perguntou praticamente gritando.
“Fale baixo.” A advogada adverteu.
“O quê? Como sunbae? Eu preciso saber todos os detalhes.”
Cha Young revirou os olhos.
“Eu não sei ok? Eu estou tão confusa quanto você, eu achei que ele gostava de mim, ele deu todos os sinais.”
“Mas o que aconteceu então?”
“Ele disse que não pode haver nada entre nós, porque não quer me machucar.” Ela respondeu sentindo a garganta seca e os olhos enchendo de lágrimas.
Han Seok assentiu com a cabeça processando as informações.
“Sabe, parece uma razão bastante válida.”
“De que lado você está afinal?” ela perguntou sentindo ofendida.
“Do seu claro, mas.” Ele suspirou. “Eu quis dizer que, parece que ele está tentando proteger você.”
“Bom, não está dando certo, ele me machucou ainda mais.”
“Sinto muito por isso sunbae.” ele respondeu e Cha Young apenas fungou tentando conter as lágrimas. Han Seok se moveu para perto dela e a abraçou desajeitadamente devido á posição
dela sentada na cadeira, a advogada não retribuiu o abraço, mas se permitiu ser abraçada e deixou as lágrimas fluirem livremente pelos seus olhos.“Você quer que eu dê uma surra nele?” ele perguntou recebendo como resposta uma pequena risada de Cha Young.
“Obrigada.” A advogada respondeu, ela não sabia direito porque estava agradecendo, mas definitivamente ela estava agradecendo por tudo o que ele havia feito por ela todos esses anos, um amigo como ele era difícil de arrumar.
…
Vincenzo estaria mentindo se dissesse que estava conseguindo se concentrar perfeitamente no trabalho. Ele sabia que a menina Hong estava evitando o máximo de conversa com ele, ela
apenas respondia com “obrigado,” “sim” e “não”, mas ele também sabia que era tudo culpa dele, mas talvez fosse melhor assim.
Ele bufou passando novamente os olhos pela folha de papel que segurava em suas mãos recebendo um olhar curioso do pai de Cha Young. Ele havia se voluntariado a ajudar o senhor Hong para salvar o plaza, o que ele logo aceitou.
O italiano estava demasiado absorvido nos seus próprios pensamentos que nem tinha reparado no homem que entrara na firma.
Ele não estava prestando atenção na conversa de Yu Chan e daquele homem até que ele tocou no nome de Cha Young, mais precisamente quando ele afirmou ser um antigo amigo da advogada, Vincenzo desviou toda a sua atenção para eles dois.
Ele não queria observar atentamente a conversa deles, mas seu cérebro não estava no comando naquele momento e ele não conseguia simplesmente desviar o olhar.
Seu coração parou na sua garganta, quando o senhor Hong deu o número de telefone de Cha Young a esse homem, para que ele entrasse em contacto com ela. Vincenzo teve de inspirar fundo várias vezes e relembrar seu cérebro que Cha Young não era dele.
...Era tarde, Vincenzo já havia jantando e era quase hora de dormir, mas Cha Young ainda não havia chegado a casa, a casa dele, não deles, mas ele estava tão acostumado a tê-la por perto que frequentemente ele pensava no apartamento como sendo deles.
Assim que ela abriu a porta e entrou dentro do apartamento, Vincenzo sentiu que podia respirar novamente.Como todas as vezes, ela entrou, sem expressar nenhuma reação e sem olhar sequer para ele.
“Menina Hong.” Ele disse tentando chamar a atenção dela, o que falhou miseravelmente. “Você já jantou?”
Ela apenas assentiu com a cabeça, o que fez Vincenzo bufar de frustração, mas ele merecia, era tudo culpa dele.Nenhum dos dois disse mais alguma coisa, eles apenas ficaram em silencio, sem olhar nos olhos um do outro.
Vincenzo escutou um fungar, o que despertou a sua atenção, ele levantou a cabeça para encontrar o olhar dela, os olhos vermelhos e cheios de água, lágrimas prontas a cair.
Ele queria correr até ela, segurá-la em seus braços e dizer que ficaria tudo bem, mas ele não podia, não quando havia sido ele a machucá-la, não quando ele havia tomado a decisão de a afastar.
“Eu estou exausta.” Ela disse com a voz embargada. “Você poderia me abraçar, por favor?
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Butterfly Effect
Romance(Versão em português, CONCLUIDA) "O bater de asas de uma simples borboleta pode influenciar o curso natural das coisas e provocar um tufão do outro lado do mundo." A vida de Cha Young tinha começado muito antes do bater das asas de uma borboleta, ma...