Capítulo 1 - Prólogo

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CAPÍTULO 1 : PRÓLOGO

Aviso: A história é de MORRIGANMERCY, que me deu permissão para traduzi-la. A replicação não é permitida em quaisquer outros sites além dos já publicados (Wattpad e AO3).


Lucius Malfoy estava gritando.

Parecia um tipo de exibição nada sofisticada para alguém que se orgulhava de sua superioridade social, mas Hermione estava contente com o barulho. Apesar do fato profundamente perturbador de que ela concordava completamente com o patriarca Malfoy, havia uma espécie de profundo alívio em ouvir alguém expressar sua indignação de maneira tão explosiva. A de Hermione ainda não havia passado do desespero silencioso e incrédulo.

Uma explosão viria mais tarde para ela, disso ela tinha certeza. Mas, a essa altura, essa reunião já estaria encerrada há muito tempo e suas reclamações cairiam dos ouvidos moucos do ministro. Ela provavelmente se arrependeria de não ter aproveitado essa chance para dizer sua opinião, mas os meros momentos em que ela conseguiu erguer os olhos do pergaminho em suas mãos foram mais do que suficientes para reconhecer a expressão cuidadosamente vazia esticada nas feições de Kingsley. Ele estava dando uma aula magistral sobre como satisfazer o acesso de raiva de um homem adulto. Nada que alguém nesta platéia dissesse o influenciaria.

A unha do polegar de Hermione escorregou mais uma vez no rasgo perto do canto superior esquerdo da página em suas mãos, o rasgo que se desenvolveu por volta das duas horas da manhã, algumas horas depois que a carta foi entregue por coruja certificada. A preocupação constante entre seus dedos nesse ínterim avançou quase até o papel timbrado estampado no topo da folha. Em poucos minutos, haveria uma divisão irreparável entre Ministério e Magia na página.

Irônico, visto que as palavras no pergaminho falavam em fazer laços em vez de quebrá-los.

Demorou vários segundos para Hermione registrar o súbito silêncio na sala, e ela olhou de soslaio a tempo de ver Lucius desabar na cadeira ao lado de sua esposa. Narcisa Malfoy sentou-se ereta como uma vareta, olhos fixos à frente como se estivesse determinada a absorver o mínimo possível de seus arredores.

Kingsley ficou imóvel por vários segundos, marcado pelo tique-taque silencioso de um relógio de ouro ornamentado em sua mesa enorme. Ele parecia estar esperando pela próxima enxurrada de reclamações, mas quando nenhuma veio, ele falou.

- Eu aprecio suas preocupações, Lucius, - ele começou, as mãos cruzadas confortavelmente sobre seu corpo. - mas como você sabe, as estipulações da legislação são claras: seu filho foi designado para se casar com a Sra. Granger, e ele o fará se ele não deseja retornar a Azkaban.

O som do nome da prisão pronunciada no profundo barítono de Kinsgley pareceu ressoar direto pelo Malfoy mais jovem. Ele estremeceu na cadeira, o primeiro sinal de vida desde que entrou na sala cinco minutos atrás.

Hermione não fazia ideia do que esperar quando recebeu uma segunda carta, esta escrita no papel timbrado de Malfoy ao invés do Ministério, solicitando sua presença em uma apelação na manhã seguinte. Ela estava muito preocupada com a ideia de ser forçada a se casar com Draco Malfoy para considerar o fato de que ele ficaria tão descontente com a ideia de se casar com ela. Ela ficou surpresa que os Malfoys conseguiram um encontro privado com o Ministro em tão pouco tempo, mas dada a intensidade do descontentamento de Lucius, talvez Kingsley estivesse realmente tomando o caminho de menor resistência ao ouvi-lo sem demora.

- Esta designação é uma farsa - Lucius sibilou. - Disseram-nos que as combinações seriam baseadas na compatibilidade mágica.

- E elas são - Kingsley respondeu.

Draco bufou.

Um lampejo de indignação cortou o desânimo gelado no peito de Hermione com o barulho. De todas as milhares de pessoas com quem ela poderia ter se emparelhado, tinha que ser alguém que a considerava inferior. Ela estava tentada a ser grata pelo casamento só para irritá-lo.

Embora ela não tivesse ouvido nada sobre Malfoy desde sua libertação de Azkaban, assim que ela colocou os olhos nele naquela manhã, ela pôde ver que nada nele havia mudado. Apesar de estarem ali reunidos para discutir uma decisão que alteraria todo o curso de suas vidas, seu olhar patinou sobre a cadeira em que ela estava sentada como se estivesse vazia. A única evidência de que ele estava ciente de sua presença estava na postura altiva de seus ombros, a leve onda de desdém em seus lábios. E embora eles estivessem sentados perto o suficiente agora para que seus braços quase se tocassem, em vez do calor de um corpo humano real ao lado dela, tudo o que ela podia sentir era uma mortalha de indiferença arrogante.

- Kingsley - ela começou, sua voz rouca com o desuso. - Certamente a compatibilidade é um espectro. Deve haver outros pares adequados.

- Adequados, sim - ele concordou. - Mas não é o ideal. Estamos falando sobre o destino do mundo mágico, Hermione, e sacrifícios individuais devem ser feitos para o bem maior.

Ela se irritou com a frase, mas ele continuou.

- Estamos pedindo a todos os cidadãos elegíveis que se doem para as gerações futuras.

- Doar de si mesmos? - Hermione repetiu em descrença. - Dediquei toda a minha infância à guerra e não foi o suficiente? Você também precisa do resto da minha vida?

- Deu sua infância - Malfoy zombou com um sorriso de escárnio. - Merlin, poupe-me.

- E a sua foi roubada - ela retrucou. - Você já cumpriu uma sentença por seus crimes. Você está tão ansioso por outra?

- Isso depende - ele demorou. - Você está se referindo a ser casado com você ou voltar para a prisão?

- Qualquer um - ela cuspiu.

- Bom ponto - disse ele com um sorriso.

Hermione revirou os olhos, voltando-se para o Ministro.

- Essa frase é absurda, Kingsley, quero dizer...

- Vinte anos...

- É o mínimo para assassinato - ela reclamou.

- Talvez você possa simplesmente me matar então e fazer um favor a nós dois - Malfoy ofereceu.

- Eu não estou descartando isso! - ela gritou.

- Isso não é uma negociação! - Kingsley explodiu de repente. Hermione sentiu seu queixo recuar em surpresa. Ele continuou em voz baixa, mas o tom não era menos severo. - Vocês vão se casar ou vão passar vinte anos em Azkaban. Não há alternativas.

Ele olhou para cada um deles, mas ninguém falou. O peso da desesperança deslizou de volta para o estômago de Hermione quando o Ministro olhou para a legislação à sua frente novamente.

- Agora, - ele continuou. - considerando-se o fato de que muitas combinações serão compostas por estranhos. Por esse motivo, vocês terão duas semanas após a cerimônia para se conhecer antes de serem obrigados a consumar sua união...

- Isso é nojento pra caralho - Malfoy explodiu, parecendo verdadeiramente zangado pela primeira vez. Hermione observou enquanto ele se levantava e saía da sala.

Isso machuca.

Não deveria, ela sabia o que ele pensava dela, mas a machucava.

Hermione nunca poderia ter imaginado um futuro para si mesma em que se casaria com alguém que tivesse nojo dela, mas dois dias depois, é exatamente isso que ela faz.

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Nota da tradutora: Olá bonitos e bonitas, como vocês estão?

Essa é uma tradução que a @sigyn_ pediu há um tempo lá no mural. Então aproveitem e peça a sua fanfic que gostaria de ter a tradução.

Sobre o capítulo: O Ministério realmente esperava que isso ocorresse sem problemas? Condenar uma geração já traumatizada, recém-saída de uma guerra, ao matrimônio ou enfrentar uma pena de 20 anos de prisão? Isso não ia dar certo NUNCA, porém, como sempre, acompanharemos o desenrolar dessa história.

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Dez de Dez - TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora