CAPÍTULO 12

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Mia Clark 

Acordar depois de 7 horas de cochilo, com o corpo amassado, suada, estômago roncando de fome, cabelo bagunçado e sem saber onde está é top 10 sensações mais estranhas da vida, mas confesso que amo. 

Cuidar daquele alérgico idiota me cansou e agora preciso comer algo, ou se não morrerei aqui mesmo por desnutrimento. Me recuso a ter uma morte tão sem graça assim.

Aqui em casa não tem muitas coisas para comer, afinal até hoje não saí para ir ao supermercado e fazer uma super feira, porém, são 17h e na geladeira tem apenas um pote de comida que Francesca me deu para almoçar ontem, se eu esquentar isso e ingerir será que vai acontecer algo? Que nada, já comi coisa pior e estou de pé até hoje. 

Falando em Francesca, estava tão exausta que me esqueci dela, por sorte lembrei de deixar meu celular carregando enquanto dormia e agora está 100%, espero que ela esteja viva. 

"Oi Fran, por onde andou esse tempo todo? 

Me abandonou naquela festa cafona e não deu notícias :("

Se ela não me respnder em 5 minutos eu vou no apartamento dela checar se está tudo bem.

...

Ok, tenho ansiedade e não vou conseguir esperar, é, eu vou lá! Mas não desse jeito, tenho que me trocar. Feiura tem limite! 

Por causa da demora toco a campainha umas 5 vezes e minha preocupação foi apenas crescendo a cada segundo de espera (e a fome também).

— Fraaan! Sou eu, Mia, abre logo! 

Toco mais algumas vezes e na décima vez ela finalmente abre a bendita porta, de toalha, com o cabelo todo ensaboado, com uma toalha branca enrolada em seu corpo e uma feição um tanto quanto brava.

— Ops...

— Você não tinha uma hora melhor pra vir aqui não?

— Oi pra você também querida amiga QUE ME DEIXOU NAQUELA FESTA, LITERALMENTE ME ESQUECEU!

— Vem, entra.

— Você me deve uma boa explicação mocinha.

— Eu irei, mas antes tenho que finalizar o banho QUE VOCÊ INTERROMPEU! – ela grita já no banheiro.

— Tá bom tá bom, vou pegar algo pra comer beleza?

— Faça o que quiser.

Vou para a cozinha, vasta de alimentos, molhos nos armários,  temperos e um pequeno vaso de pimentinha na bancada.

— Nossa que delícia, isso é o que? Quero morar aqui agora...

— Ravioli, receita da mamãe!

— A agradeça por isso depois!

Ela liga o chuveiro, provavelmente não ouviu... mas espera, que tanto de frascos de remédios são esses? Ah, deve ser apenas remédios pra caso de dor de cabeça, cólica ou gripe... eu espero... vou deixar de ser curiosa e irei me alimentar que ganho mais!

Assim que termino meu pequeno (mentira) prato de ravioli, Francesca sai do quarto, exalando cheiro de sabonete e máscara capilar, e se senta ao meu lado no sofá enquanto algum programa aleatório passava na tv com o volume baixo.

— Ok, agora vamos ao interrogatório, o que você aprontou?

— Bom... é... é uma longa história, mas me prometa que não vai achar que te troquei por homem ou algo assim, ok?!

— Quê?

— Ah! – diz com ar de cansada passando as mãos em seu rosto. – Vamos lá!

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No Ritmo do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora